Prédio que começou a ruir tinha cinco andares a mais que o permitido

Foram geradas uma série de notificações e exigências, solicitando a demolição imediata dos dois últimos andares
terça-feira, 22 de setembro de 2020
por Thiago Lima (thiago@avozdaserra.com.br)

Após parte da estrutura superior de um edifício em construção na Rua Rosa Ribeiro, no distrito de Conselheiro Paulino, ter caído na manhã de terça-feira, 22, atingindo duas casas vizinhas, ontem, 23, outras partes de paredes caíram assustanto os moradores do entorno. Segundo a Prefeitura de Nova Friburgo, a obra no local foi aprovada em novembro de 2017, possui responsável técnico e qualquer mudança ou descumprimento no gabarito é de responsabilidade total do proprietário e do engenheiro da obra. No projeto aprovado inicialmente, constavam quatro andares na construção. Outros cinco estavam sendo erguidos irregularmente. Um processo será aberto e encaminhado com os laudos para a Procuradoria Geral do Município.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente foi acionada pelos moradores, na fase inicial da obra, por causa de um problema na rede de esgoto, que não tem ligação com o caso. A perícia vai apurar se houve má fé ou imprudência dos responsáveis pelo projeto de construção do prédio. Também será verificado se a fundação da obra já foi elaborada para uma quantidade maior de pavimentos, diferente do aprovado pela prefeitura, ou foi se foi construída em cima de uma que suportaria apenas os pavimentos previstos inicialmente.

De acordo um representante do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), em entrevista ontem, 23, ao telejornal RJ-TV, da InterTV, “o Crea tem intensificando as visitas na região por conta dessas construções, muitas vezes problemáticas, que colocam a sociedade em perigo. O que analisamos aqui (no prédio) foi um colapso que houve na cobertura, bem preliminar, já que não tivemos acesso ao imóvel ainda para vistoriar, mas a Defesa Civil já esteve no local e interditou. Parece que caiu uma laje na cobertura e aparenta que há um andar superior que foi construído em um padrão diferente das outras lajes. Todas as lajes para baixo eram maciças e de repente iniciou-se lá em cima um novo andar com pilares muito esbeltos e feita de poliestireno”, relatou. 

Sobre a necessidade urgente da demolição do último pavimento, o representante do Crea complementa que já solicitou ao órgão a emissão de  um documento informando sobre a urgência da demolição do pavimento superior (cobertura) que colapsou por conta do risco de novas quedas e partes que estão instáveis.  

Vistoria da Defesa Civil e Meio Ambiente

Equipes da Defesa Civil e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, voltaram à obra ainda na tarde de terça-feira, 22, acompanhados do engenheiro responsável e do proprietário do imóvel. Foram vistoriados os dois últimos andares, onde ocorreu o problema. Segundo informou a prefeitura, foi constatada a construção de cinco pavimentos a mais do que o gabarito da obra, que permitia quatro andares. Foram geradas uma série de notificações e exigências, solicitando a demolição imediata dos dois últimos andares irregulares, a ser executada por uma empresa especializada. 

Também foi solicitado um laudo técnico sobre a segurança da construção, todas com prazo imediato. Uma equipe da assistência social visitará o local amanhã, 24,  para verificar a situação dos moradores e prestar o auxílio às famílias de duas casas vizinhas que ficaram desalojadas e estão abrigadas em uma pousada no distrito de Conselheiro Paulino com o custeio do proprietário do prédio em construção.

 

 

Veja mais fotos do local na galeria abaixo:

 

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TAGS: obra