Nova Friburgo: uma cidade rabiscada

Pichadores mancham fachadas de prédios e estabelecimentos e moradores reclamam da falta de providências
quinta-feira, 27 de abril de 2017
por Guilherme Alt
(Foto: Henrique Pinheiro)
(Foto: Henrique Pinheiro)

Um problema recorrente, mas que nem por isso deixa de ser grave. Pichadores mancham muros, portões e fachadas de propriedades públicas e privadas, em Nova Friburgo, e causam revolta.

De acordo com Beatriz de Castro, responsável pela Domus Administradora, esse é um dos principais problemas da cidade: “É um visual agressivo. O prédio onde eu moro e os outros que eu administro estão pichados. Eu peço para remover a pichação e no dia seguinte a fachada do prédio está toda rabiscada, outra vez”.



Mesmo muro, na Rua José Eugênio Müller, em 2017 (acima) e 2011 (abaixo) (Fotos: Google Maps)

Pichação é crime, segundo o comandante do 11º Batalhão da Polícia Militar, de Nova Friburgo, Eduardo Vaz Castelano. “É considerada vandalismo e crime ambiental, com pena de detenção variando de três meses a um ano”, afirma. Apesar de o comandante dizer que não há muitos flagrantes, na cidade, problemas com pichação atormentam moradores e donos de estabelecimentos friburguenses. O produtor musical Ronald Oliveira é uma vítima constante. “Eu pinto o muro da minha casa e logo depois os pichadores voltam. Já identifiquei dois deles, a polícia chegou a revistá-los, mas depois eles voltaram e fizeram o mesmo com a casa do meu vizinho”.

É o que acontece também com o diretor administrativo da clínica Inter Imagem, Mario Aguilera. Ele afirma que já foi até às autoridades, mas nunca viu resultado, “A meu ver, não pegam porque não querem. Jovens andando tarde da noite, de mochilas, encostados em muros com latinha de spray na mão são fáceis de serem identificados”,diz.

A manutenção é cara. Segundo os administradores, são gastos, por vez, cerca de R$ 1 mil. “Eu tenho que comprar um produto importado que custa R$ 250, a lata, e ainda pago a mão de obra para limpar o muro. É muito dinheiro”, lamenta Dona Beatriz.

A administradora afirma que existem várias “tribos” de pichadores, “Se você reparar bem, encontra os mesmos símbolos, pichados nos muros. E parecem que encaram com afronta quando apagamos a pichação. Eles estão tão abusados que já chegaram a andares superiores de alguns prédios.”



Prédios também na Rua José Eugênio Müller, em 2017 (acima) e 2011 (abaixo) (Foto: Google Maps)

“Em caso de flagrante, o pichador é conduzido à DP para registrar o crime, ficando a cargo das autoridades policiais aplicar a lei”, explica o comandante. Ainda segundo Castelano, quando não há flagrante, a vítima deve ir à DP para registrar a ocorrência.

A prefeitura de Nova Friburgo também atua para impedir que monumentos espalhados pela cidade sejam vandalizados. Em nota, afirmou que estátuas e bustos (alvos com muita incidência) recebem segurança 24h da Guarda Municipal.

  • (Foto: Henrique Pinheiro)

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TAGS: urbanismo
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