Não vai nada bem

quinta-feira, 03 de março de 2016
por Jornal A Voz da Serra
Colégio Estadual Zélia Côrtes, na Vila Amélia (Foto: Lúcio Cesar Pereira)
Colégio Estadual Zélia Côrtes, na Vila Amélia (Foto: Lúcio Cesar Pereira)

O ANÚNCIO, ontem, de que o Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todos os bens e serviços produzidos no país – teve queda de 3,8% em 2015, a maior desde o início da série histórica atual, iniciada em 1996, sinalizou que o país vai atravessar 2016 amargando forte crise financeira com perspectivas sombrias de baixo crescimento, inflação e desemprego. Um mau sinal.

COM A MESMA perspectiva, o governo do Estado do Rio dá mostras de que a crise veio para ficar e o exemplo mais atual é em greve dos professores da rede pública, deflagrada contra os baixos salários e o sucateamento das escolas em todos os sentidos. Os grevistas também protestam contra o pacote do governador Pezão que, dentre outras medidas, propõe o aumento do desconto da previdência do funcionalismo, de 11% para 14%, a mudança do calendário de pagamentos e a manutenção do reajuste zero.  

PARA A EDUCAÇÃO o ano será desafiador para manter a estrutura física da rede pública abrigando com segurança milhares de jovens e promover a qualidade do ensino público com vistas à formação de novas gerações com um quadro de professores dispostos a levar adiante tão nobre missão. Tarefa ingrata para uma categoria que recebe os mais baixos salários do país.

VALORIZAÇÃO é a palavra que não cabe no dicionário do professor. Em todas as cidades, é consenso a decepção da categoria com os rumos da educação, vitimada por todos os lados, inclusive em sua integridade física, onde já se assiste agressões a professor apanhando de aluno dentro da escola. Desenvolver este fundamental contingente de profissionais, promovendo seu aperfeiçoamento e pagando-lhes salários dignos deveria ser o desafio de governos que querem formar gerações de cérebros no futuro.

O ENSINO NO Estado do Rio depende de investimentos para a sua melhoria e a obtenção de recursos vai depender de articulação política do governo em todas as esferas. O aluno quer a melhoria da educação que lhe é oferecida e esta expectativa não pode ser frustrada, sob o risco de comprometer o futuro de milhares de jovens cidadãos e o desenvolvimento do Estado, já tão abalado pela crise econômica brasileira.

O REAJUSTE do piso salarial dos professores para 2016, de apenas 0,69% de aumento real, descontando a inflação oficial de 10,67%, conforme anunciado pelo Ministério da Educação (de R$ 1.917,78 para R$ 2.135,64) não repõe de forma alguma a defasagem existente no magistério. Sabemos que muitas cidades vivem momento de penúria, com baixa arrecadação. Porém, não podemos aceitar que esta importante categoria seja mais penalizada, retardando o desenvolvimento do país em seu maior patrimônio – a juventude.

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