Os vereadores Wellington Moreira (presidente da Comissão de Saúde da Câmara), Zezinho do Caminhão, Professor Pierre, Johnny Maycon e Marcinho protocolaram, na manhã da última terça-feira, 9, denúncias junto aos Ministérios Públicos federal e estadual nas quais descrevem diversas situações constatadas durante uma fiscalização realizada no Hospital Municipal Raul Sertã na última semana. Ambos os órgãos da Justiça deverão apurar as denúncias.
Entre outros tópicos, o documento aponta a falta de medicamentos fundamentais, dando destaque ao fato de “o CTI não ter dois tipos de sedativos comuns para manter o coma induzido nos pacientes (as substâncias Propofol e Fentanil)”. Outra carência detectada diz respeito ao material cirúrgico denominado Geofoam, uma espécie de esponja que absorve o sangue, e que o hospital não possui há pelo menos seis meses. No documento também é relatada a falta de algodão ortopédico e a ausência, há dois meses, de uma bomba enteral, equipamento utilizado em unidades de terapia intensiva para administração de medicações com controle rigoroso.
O relatório denuncia ainda condições insalubres de higiene hospitalar, a falta de roupas de cama para os todos os leitos e a falta, desde dezembro do ano passado, também de fitas para medição de glicemia, cuja demanda, em condições normais, seria de aproximadamente dez mil unidades por mês. Ainda no CTI, os vereadores afirmam ter constatado a existência de apenas um termômetro, o que estaria obrigando médicos a utilizá-lo em todos os leitos do setor. O texto também alega que os equipamentos de ar comprimido e de oxigênio, tanto do CTI quanto da unidade coronariana do hospital, apresentam defeitos constantemente.
Relatos complementares dão conta de prateleiras vazias na farmácia e o estoque de medicamentos praticamente zerado. Também foi apontada a falta de um técnico de laboratório responsável pelos laudos, bem como quartos com paredes mofadas, sem reboco e problemas no piso. “É inegável a omissão do Executivo diante do caos instalado no Hospital Raul Sertã. O Comitê Gestor da Secretária de Saúde fica situado no próprio hospital e os membros não têm como dizer que desconhecem qualquer uma daquelas aberrações”, afirmou o vereador Wellington Moreira, presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal.
Já o vereador Johnny Maycon questionou o fluxo de medicamentos destinado a outro município, dada a escassez da farmácia da unidade. “Enquanto um membro do Comitê Gestor da Saúde emprestou medicamentos para um hospital de outro município administrado por uma OS (Organização Social), o Raul Sertã, que recebe centenas de pacientes por dia, sofre com a falta de diversos remédios”, observou o vereador.
Audiência pública é marcada para o fim deste mês
Durante sessão ordinária realizada na mesma terça-feira, na Câmara Municipal de Nova Friburgo, o plenário aprovou por unanimidade a realização de uma audiência pública no próximo dia 29, uma segunda-feira, a partir das 14h. O requerimento foi proposto pelos vereadores da base de governo, que nos bastidores asseguram ter o compromisso de que os principais membros do Comitê de Gestão da Saúde irão comparecer, e “levarão números que vão surpreender muita gente”. O encontro não tem hora para terminar, e está sendo estudada a possibilidade de que dez pessoas da assistência possam se inscrever e apresentar perguntas aos membros do comitê.
Deixe o seu comentário