Centenas de moradores de Macuco e também de cidades vizinhas realizaram, na tarde de sexta-feira, 8, uma caminhada pela paz, em decorrência da morte do ex-prefeito do município, Rogério Bianchinni. O político foi assassinado no dia 30 de abril, com cinco tiros, quando saía de sua casa no bairro Maravilha. Segundo os idealizadores da passeata, aproximadamente 400 pessoas participaram da manifestação pacífica, que visava chamar a atenção das autoridades para os crimes que aconteceram na cidade e também conscientizar as pessoas sobre a necessidade de unir forças na luta por justiça.
As pessoas se vestiram de branco e com cartazes gritavam palavras de ordem, enquanto caminhavam pelas ruas da cidade ao som da música “A Paz”, de Gabriel O Pensador. Inúmeras atrações, de escolas e igrejas, integraram a programação do evento, que aconteceu no entorno da Praça Professor João Brasil, no Centro. O atual prefeito da cidade, Félix Lengruber, também participou da caminhada.
Segundo a Polícia Civil, as investigações sobre a morte do ex-prefeito estão sendo realizadas por policiais da 154ª Delegacia de Polícia, responsável pela segurança em Macuco e Cordeiro. Os agentes aguardam o resultado dos laudos periciais e testemunhas estão prestando depoimento para auxiliar na identificação da autoria do crime. Uma das hipóteses é que o crime tenha sido motivado por interesses políticos.
Rogério Bianchinni tinha 63 anos, segundo cadastro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e teria sido ferido por tiros disparados de dentro de um Honda Civic prata. Ele foi socorrido e encaminhado para a Casa do Parto, que funciona também como pronto-socorro do município, mas antes de chegar à unidade médica não resistiu aos ferimentos e morreu. No dia 1º de abril, moradores emocionados e com cartazes caminharam em protesto pelas ruas da cidade. No mesmo dia, o corpo do político foi velado na Câmara de Vereadores e enterrado no Cemitério Municipal.
Rogério Bianchinni era filiado ao PMDB e foi prefeito de Macuco até 2013. Ele respondia a processos administrativos relacionados ao período em que governou o município. No ano passado, o ex-prefeito e mais cinco empresários foram denunciados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). Eles foram acusados de formação de quadrilha e fraude ao caráter competitivo de procedimentos licitatórios cometidos de maneira reiterada. O órgão requeria ainda garantir a reparação do prejuízo causado aos cofres públicos. Juntos, somam R$ 3,7 milhões.
O ex-prefeito de Macuco governou a cidade por dois mandatos consecutivos. Ele também foi vice-prefeito nos dois mandatos de seu predecessor, Maurício Bittencourt — que também foi assassinado, em setembro de 2006.
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