Loteamento Solares: quase seis meses depois, persiste falta de investimentos e educação

Reportagem de A Voz da Serra voltou ao loteamento e moradores continuam reclamando de problemas nas ruas, calçadas e na ponte que dá acesso à localidade. Mas nem tudo depende só da Prefeitura. O mau hábito do descarte de lixo preocupa
sexta-feira, 01 de maio de 2015
por Jornal A Voz da Serra
Melhorias na pavimentação e alargamento da ponte de acesso são as principais reivindicações no loteamento (Amanda TInoco/A Voz da Serra)
Melhorias na pavimentação e alargamento da ponte de acesso são as principais reivindicações no loteamento (Amanda TInoco/A Voz da Serra)

As ruas íngremes do loteamento Solares costumam impressionar quem visita o local pela primeira vez. Pedestres, carros e ônibus sobem as ruas com um pouco de dificuldade porque o antigo condomínio — assim como outros bairros — foi construído em um morro de Nova Friburgo. Mas a subida compensa. O loteamento tem uma vista incrível da montanha de Duas Pedras. Na tarde de terça-feira, 28, a reportagem de A VOZ DA SERRA voltou ao bairro, quase seis meses depois, para verificar se as reclamações de moradores publicadas em reportagem no fim do ano passado foram atendidas pelos órgãos responsáveis pelos serviços públicos na cidade. 

“Olha, eu não tenho muito o que reclamar, não. Como vocês podem ver, as ruas estão limpas, apesar de alguns moradores jogarem lixo em lugares indevidos e do número de funcionários que limpam as ruas ser insuficiente”, disse Jéssica, uma manicure de 21 anos que não quis dizer seu sobrenome. Para a jovem, que vive no loteamento desde que nasceu, Solares é um bom lugar para viver e os serviços de luz, água e coleta seletiva de lixo são prestados com eficiência. “Só em frente a minha casa que o poste está sem luz. Eu liguei para a Energisa e me disseram que tenho que ir à Prefeitura fazer o pedido. Não seria mais fácil resolver pelo telefone?”, perguntou à equipe de reportagem. Desde o início deste ano os serviços de manutenção da iluminação pública devem ser realizados pela Prefeitura, por determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).   

Na reportagem publicada em novembro do ano passado, moradores reclamaram do estado de conservação das ruas e da falta de calçadas no loteamento. O problema ainda persiste no Solares. 

Alguns trechos das ruas estão com buracos causados por paralelepípedos soltos e por asfaltos descascados. As principais vias do bairro não têm calçadas e as poucas que existem estão ocupadas por entulhos de alvenaria ou estão com a passagem impedida por causa do mato. Na entrada do loteamento, no local conhecido como Solares I, a Rua Aristídes José Pereira continua em terra batida, sem pavimentação ou calçamento. O único orelhão do bairro funciona, mas o usuário precisa dividir espaço com o mato que já está encobrindo o telefone. 

O pedreiro Valcir Figueira, de 53 anos, mora em frente à quadra poliesportiva, na área central do loteamento, e também não tem muitas reclamações sobre o Solares. Ele disse que os Correios entregam as correspondências em dia e que o bairro é um local seguro para se viver. “Alguns moradores, às vezes, enfrentam problemas de falta de água nas áreas mais altas do bairro”, contou, enquanto pedia desculpas por estar ofegante devido a um problema no coração. O loteamento, dividido entre Solares I e II, existe há pelo menos 30 anos e tem muitos escadões que interligam as ruas. O projeto de condomínio fechado não foi adiante. 

A equipe de reportagem constatou durante a vista ao local que o problema com o barranco, que em dia de chuva enchia a quadra poliesportiva de terra, foi resolvido com a plantação de grama ao redor do local. Na Rua Balmant, a última do Solares, o ponto final do ônibus foi reformado. Outra reclamação de moradores publicada na reportagem em novembro parece que foi atendida: no período em que A VOZ DA SERRA esteve no loteamento, a cada quarenta minutos um ônibus subia o bairro. Entretanto, a ponte que dá acesso ao loteamento continua sem mureta de proteção, desde a tragédia das chuvas em 2011. A pequena pracinha, logo após a ponte, também precisa ser revitalizada. No local, há dois bancos improvisados pelos moradores e um velho suporte para gangorras que algumas crianças usam como trave para jogar futebol. 

A VOZ DA SERRA enviou algumas perguntas para a Prefeitura, mas até o fechamento desta edição o governo municipal não havia respondido o e-mail.

  • No alto, a vista do loteamento e do Morro de Duas Pedras é muito bonita (Amanda TInoco/A Voz da Serra)

    No alto, a vista do loteamento e do Morro de Duas Pedras é muito bonita (Amanda TInoco/A Voz da Serra)

  • Nem tudo depende só da Prefeitura. O mau hábito do descarte de lixo preocupa

    Nem tudo depende só da Prefeitura. O mau hábito do descarte de lixo preocupa

  • Há buracos em vias com paralelepípedo (Amanda TInoco/A Voz da Serra)

    Há buracos em vias com paralelepípedo (Amanda TInoco/A Voz da Serra)

  • A Rua Aristídes José Pereira continua em terra batida (Amanda TInoco/A Voz da Serra)

    A Rua Aristídes José Pereira continua em terra batida (Amanda TInoco/A Voz da Serra)

  • Apesar do mato ao redor, o ponto de ônibus na última rua do loteamento foi reformado (Amanda TInoco/A Voz da Serra)

    Apesar do mato ao redor, o ponto de ônibus na última rua do loteamento foi reformado (Amanda TInoco/A Voz da Serra)

  • A falta de manutenção do asfalto expõe os paralelepípedos (Amanda TInoco/A Voz da Serra)

    A falta de manutenção do asfalto expõe os paralelepípedos (Amanda TInoco/A Voz da Serra)

  • O mato alto ocupa calçadas e dificulta o uso do orelhão (Amanda TInoco/A Voz da Serra)

    O mato alto ocupa calçadas e dificulta o uso do orelhão (Amanda TInoco/A Voz da Serra)

  • De um lado tem calçada. Do outro, também, mas está ocupada por mato e entulho (Amanda TInoco/A Voz da Serra)

    De um lado tem calçada. Do outro, também, mas está ocupada por mato e entulho (Amanda TInoco/A Voz da Serra)

  • O bairro tem muitos escadões que interligam as ruas (Amanda TInoco/A Voz da Serra)

    O bairro tem muitos escadões que interligam as ruas (Amanda TInoco/A Voz da Serra)

  • A ponte que dá acesso ao loteamento não tem muretas de proteção (Amanda TInoco/A Voz da Serra)

    A ponte que dá acesso ao loteamento não tem muretas de proteção (Amanda TInoco/A Voz da Serra)

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