Horta comunitária: um exemplo para toda a cidade

No Parque Maria Teresa, todo mundo planta, todo mundo colhe: ideia pronta para ser copiada
sábado, 07 de outubro de 2017
por Guilherme Alt
O Parque Maria Teresa, no distrito de Riograndina, está se tornando pioneiro em atividades comunitárias. Há cerca de três semanas, A VOZ DA SERRA deu com exclusividade a iniciativa de um morador ao construir uma biblioteca no ponto de ônibus. A bola da vez é a horta comunitária. A ideia não é nova, mas, por ter sido pouco divulgada, apenas alguns moradores conhecem o trabalho feito no local por pessoas que cultivam hortaliças, frutas, verduras, disponíveis gratuitamente para quem quiser.

“A gente cuida na hora de plantar e colher, e todo mundo aqui do bairro pode vir, pegar o que quiser e de forma gratuita”

Batata

 “Eu fui criado nesse ambiente de horta, de lavoura. Quando vim morar aqui, há cinco anos, vi que dava pra fazer um projeto de horta comunitária. Cada um contribui com uma muda, uma semente. A gente cuida na hora de plantar e colher, e todo mundo aqui do bairro pode vir, pegar o que quiser e de forma gratuita”, explica o responsável pela horta, João Batista Herdy, o Batata.

De temperos a frutas, a horta comunitária oferece hortelã, hortelã-pimenta, couve, almeirão, beterraba, temperinho, salsa, pimentão, manjericão, pimenta, araçá, pitanga e mamão. “Já tivemos época de colher cenoura. É bem variado. Estamos com falta d’água e, se não fosse isso, teríamos mais produtos”, diz Batata.

A água usada para molhar a horta vem de uma nascente que está prejudicada por causa da estiagem. Desta forma, o abastecimento diminui consideravelmente. “Como não tem chovido (forte) há quase dois meses e tem feito muito calor, suspeitamos que a nascente tenha secado. Esperamos que isso seja revertido logo”, torce o agricultor.

Ele conta que poucas pessoas fazem uso da horta, talvez por vergonha de pegar o alimento de graça ou porque não sabem que a horta é para todos. “O movimento é bom, mas não é muita gente que vem aqui. Há quem peça ajuda porque não quer arriscar a colher de maneira errada. Acho que a maioria nem sabe que isso aqui existe ou acha que é particular. Mas qualquer um pode vir aqui e, se quiser ajudar, melhor ainda”, convida.

 A horta fica nos fundos do bar da sede (ao lado da quadra poliesportiva), local  conhecido como o bar de Solimar dos Santos, que cedeu o espaço e vê com otimismo essa ideia. “Está dando certo. A gente fica de olho para controlar o fluxo de pessoas, para não virar bagunça. Tudo é muito bem organizado e pensado. Fazer isso é gostoso, eu sinto prazer. Mais importante é que existem pessoas que vêm aqui para ajudar”, completou.

Modelo para outros bairros

A horta comunitária recebe o apoio da Associação de Moradores do Parque Maria Teresa. Emílio Alonso e Ivanilce Gripp, membros da associação, desejam que iniciativas como essa virem moda em todo o município. “Essa horta é toda saudável, não usamos nenhum tipo de agrotóxico ou produto industrial. Espero que ela sirva de exemplo para que outras comunidades possam fazer, também. Muita gente gasta dinheiro com esse tipo de alimento, podendo cultivar no próprio quintal e gastando pouco”, afirmam.

Sobre os custos de se manter uma horta comunitária, Batata diz que é zero: “Não temos custo com nada. As sementes foram doadas, outra pessoa doou adubo, a água usada é de nascente”.

“Quem quiser nos procurar para saber como se faz, o que é necessário, pode entrar em contato conosco, na Associação de Moradores do Parque Maria Teresa. Queremos dar o exemplo, e torcemos para que essa iniciativa vire moda”, diz Ivanilce.

 

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TAGS: Gastronomia | Meio Ambiente
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