Guarda Municipal faz segurança das obras do Hospital do Câncer

Canteiro foi abandonado e estaria sendo saqueado, segundo moradores. Secretaria estadual de Obras pediu providências a construtora
terça-feira, 11 de julho de 2017
por Alerrandre Barros
Viatura da GM faz ronda nas ruas próximas ao futuro Hospital do Câncer (Fonte: Amaps)
Viatura da GM faz ronda nas ruas próximas ao futuro Hospital do Câncer (Fonte: Amaps)

Desde a última quarta-feira, 5, guardas municipais estão fazendo a segurança do canteiro de obras do Hospital do Câncer, na Ponte da Saudade. Dois agentes, em uma viatura, monitoram o local 24 horas por dia, sete dias por semana, no lado de fora do imóvel, depois da denúncia de que materiais teriam sido furtados do canteiro. As obras estão paradas desde o ano passado.

“Estamos dando um apoio temporário a pedido da Secretaria Estadual de Saúde. A obra é de responsabilidade do governo do estado. Ficaremos lá até que a segurança no canteiro seja retomada”, disse a comandante da Guarda Municipal, Ofélia Martins.

No dia 21 de junho, o presidente da Associação de Moradores e Amigos da Ponte da Saudade (Amaps), José Roberto Folly, encontrou uma lixeira contendo tubos de conexão e chapas de aço, na Rua Prefeito César Guinle, perto do hospital. Um morador contou a ele que viu um homem lançando na lixeira sacolas com as peças por cima do portão do canteiro.

Dias depois, Folly registrou uma queixa-crime no Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que determinou a abertura de inquérito para investigar a denúncia. Segundo o delegado da 151ª DP, Henrique Pessoa, moradores do bairro estão sendo ouvidos a fim de identificar quem teria furtado as peças do hospital. A lixeira, porém, desapareceu.

Na última quinta-feira, 5, o deputado estadual Wanderson Nogueira e o deputado federal Glauber Braga, ambos do Psol e com base eleitoral em Nova Friburgo, protocolaram uma representação no Ministério Público Federal (MPF) para que haja também investigações acerca de possível omissão do governo estadual.

Em nota, a Secretaria estadual de Obras reiterou que comunicou a denúncia à FW Empreendimentos Imobiliários e Construções Ltda para que “a empresa tome providências a fim de preservar o canteiro de obras, que é de sua responsabilidade. A obra foi paralisada em função da calamidade financeira, estabelecida por decreto estadual e ratificada por lei na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). A retomada das obras fica condicionada à assinatura do Plano de Recuperação Fiscal com o governo federal, bem como com a disponibilidade de recursos”, diz a nota.

A construtora, por sua vez, disse, por e-mail, que não ia comentar o assunto.

Em agosto, a Alerj vai realizar uma audiência pública para discutir a retomada dos serviços de reforma para implantação do hospital. O encontro, promovido pela Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Câncer, vai acontecer no dia 9 e deve projetar o início do funcionamento da futura unidade de oncologia do estado.

As obras começaram em abril de 2015. Com orçamento de R$ 93,6 milhões — sendo R$ 10 milhões para desapropriação, R$ 45,7 milhões para as obras e R$ 35 milhões para compra de equipamentos — o projeto prevê que o Hospital do Câncer vai contar com 200 leitos, sendo 30 destinados à infância, cerca de 300 consultas por dia e até quatro mil cirurgias por ano. A unidade terá capacidade de atender 500 mil pessoas por ano.
 

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