Graduação do Cefet em Friburgo entre as melhores do Brasil

Formandos de Sistemas de Informação obtiveram nota máxima no Enade
sexta-feira, 30 de agosto de 2019
por Marcio Madeira (marcio@avozdaserra.com.br)
O Cefet em Nova Friburgo (Fotos: Marcio Madeira)
O Cefet em Nova Friburgo (Fotos: Marcio Madeira)

O bacharelado em Sistemas de Informação oferecido pelo campus friburguense do Centro Federal Tecnológico Celso Suckow da Fonseca (Cefet/RJ) vem se consolidando, junto ao meio acadêmico e ao mercado de trabalho, como um dos melhores em sua área de conhecimento em todo o território nacional.

Iniciado em 2014, o curso obteve a nota 4, equivalente ao conceito “muito bom” numa escala que vai de 1 a 5, em ampla avaliação realizada pelo Ministério da Educação (MEC) em 2017, que considerou parâmetros como desempenho de estudantes, perfil do corpo docente, infraestrutura, recursos didático-pedagógicos, espaço físico, a grade pedagógica oferecida e demais insumos. Paralelamente, logo na primeira avaliação do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), os alunos de Sistemas de Informação obtiveram a nota máxima, também numa escala de 1 a 5, equivalente ao conceito “excelente”.

Levando-se em conta que é quase impossível um curso receber nota máxima em suas primeiras avaliações por parte do MEC, até mesmo como forma de estímulo para que continuem a melhorar, o cenário dificilmente poderia ter sido mais positivo.

História

De acordo com o professor Rodrigo Reis Gomes (foto), coordenador do curso de Sistemas de Informação, os resultados obtidos atualmente refletem o trabalho que vem sendo realizado com disciplina há mais de uma década. “Começamos nossas atividades em Nova Friburgo há 11 anos”, relembra Rodrigo. “À época tínhamos apenas um curso técnico de informática industrial, que foi sendo modificado ao longo do tempo, e hoje se tornou um curso técnico de informática integrado ao ensino médio, com o enfoque de programação para a web, para o desenvolvimento de sites na internet. Inicialmente não era assim: ou os alunos já haviam concluído o ensino médio, ou o cursavam em outra instituição”, observa.

A oferta do bacharelado, portanto, acabou propiciando a oportunidade de uma formação continuada aos alunos da instituição. “Vários alunos foram concluindo o curso técnico, e em 2014 demos início ao curso de graduação em Sistemas da Informação. Na época, muitos dos alunos que haviam concluído o ensino técnico ingressaram na graduação”, explica Rodrigo Reis.

Enfoque prático

Mas por que o curso ministrado em Nova Friburgo tem se destacado tanto? Os idealizadores tiveram liberdade para planejar detalhes da grade de acordo com o perfil regional e dos estudantes? “Sim, tivemos”, confirma Rodrigo. “Claro que seguimos uma série de diretrizes estipuladas pelo MEC para desenvolvermos o nosso curso, mas também temos a nossa liberdade, e dentro dessa margem de atuação temos buscado oferecer muita experiência prática em sala de aula. Acredito que esse seja o nosso maior diferencial”, destaca.

“Temos aqui a seguinte realidade: o aluno do técnico tem o dia muito cheio, porque de manhã cursa as disciplinas do ciclo básico, e à tarde estuda as disciplinas do curso técnico. Em geral é uma garotada entre 15 e 18 anos, e entendemos que eles não têm muito tempo para estudar em casa à noite. Por isso valorizamos esse enfoque prático”, explica Rodrigo.

“Com relação à graduação, é um curso noturno, e também pensamos dessa forma. O perfil dos nossos alunos é o da pessoa que trabalha durante o dia e vem aqui estudar à noite. Alguns, inclusive, são de outras cidades. Levamos tudo isso em consideração e entendemos que levar tarefas para casa seria, de certa forma, penalizar o aluno. Por isso direcionamos o curso de modo oferecer uma carga horária prática. Queremos o aluno pratique aqui, tenha dúvidas e as tire aqui, para reduzir o que ele precisa estudar fora do horário. Sob a orientação dos professores eles podem cometer erros e aprender com eles, num processo contínuo de ensino e aprendizagem. E sempre pedimos para que os alunos valorizem isso. O tempo prático em sala de aula é tempo de aula, é tempo também de conhecimento”, enfatiza o coordenador.

Sintonia com o mercado

O resultado prático de todo esse esforço coletivo em prol da educação de qualidade é que os alunos de Sistema de Informação do Cefet têm sido absorvidos pelo mercado de trabalho antes mesmo de se formarem, e não apenas na condição de estagiários. E mais do que isso: a indústria friburguense já começa a experimentar o potencial da disponibilidade desta mão de obra qualificada.

O melhor exemplo desta relação de benefício mútuo é sintetizado pela Wx3, empresa friburguense de tecnologia que vem se consolidando como referência para o e-commerce aplicado à indústria da moda, onde dez dos 11 programadores contratados vieram do Cefet. Diferentemente do que a maioria das empresas do segmento opta por fazer, a empresa tomou decisão difícil e arriscada de desenvolver uma plataforma própria de e-commerce. Algo que, respeitando as proporções de investimentos e complexidade, seria o equivalente ao dono de uma transportadora se lançar a desenvolver os próprios carros e caminhões, concebidos para o que pretende transportar, em vez de buscar modelos de especificações parecidas entre aqueles disponíveis no mercado.

“Quando começamos a trilhar esse caminho, muitas pessoas disseram que éramos loucos”, admite o empresário Eduardo Werner (foto). “Durante mais de três anos o desenvolvimento da plataforma representou um prejuízo contínuo, que foi financiado por outras atividades da empresa. Mas nós sabíamos o que estávamos fazendo. Certamente teríamos faturado mais naquela fase inicial se tivéssemos trabalhado com uma plataforma de terceiros, mas nossa filosofia é de médio e longo prazos. O mais importante não é o quanto estamos faturando hoje, mas o que estamos plantando para o futuro”, diz.

O resultado desta combinação que envolveu, de um lado, a disponibilidade de mão de obra qualificada e ávida por enfrentar desafios com criatividade, e, de outro, uma empresa disposta a dar liberdade de trabalho a seus programadores, já pode ser descrito como o início de uma revolução para a indústria da moda friburguense. Através dessa rede de suporte, muitas confecções têm experimentado um aumento exponencial de vendas e alcance mercadológico.

“O caminho ousado que trilhamos só foi possível porque encontramos em Friburgo, profissionais com ótima formação. Chegar ao estágio atual, com um modelo de negócios sólido e praticamente livre da dependência de terceiros, com uma capacidade de adaptação virtualmente ilimitada, teria sido muito mais difícil se tivéssemos que buscar esses profissionais fora da cidade. Em nosso segmento, estamos mais preocupados com o conhecimento do que com o diploma, e é verdade que se um programador autodidata aparecer em nossa porta com a capacitação necessária para o trabalho, nós temos vagas imediatas para o contratar. Até hoje, no entanto, os profissionais mais preparados que encontramos sempre foram lapidados por uma formação muito sólida. A maioria deles, no Cefet”, conta.

Camila Costa (foto), programadora da empresa, formada no curso técnico de programação e atualmente aluna de Sistemas de Informação do Cefet, é outra a atestar os benefícios desta combinação, que tem se revelado muito proveitosa para todos os envolvidos. “Este é um cenário que tem sido positivo para todos os envolvidos”, defende Camila. “O mercado aprendeu que apostar nos alunos de Cefet é apostar em algo certo, pois se o aluno vai bem nas aulas, também irá se sair bem no mercado. Por outro lado, é muito bom que estejam surgindo empresas nas quais estes profissionais possam ser aproveitados plenamente. Há alguns anos, quem quisesse realmente se realizar na profissão teria de deixar Nova Friburgo em busca de emprego. Felizmente isso mudou. A atuação no mercado tem garantido aos alunos liberdade criativa, tem apresentado desafios estimulantes, e a possibilidade de aplicar e conectar tudo o que aprendemos em sala de aula. E, claro, os clientes, em especial na forte indústria da moda, têm tirado enorme benefício disso tudo também”, concluiu.

Como estudar no Cefet

Para ingressar no curso técnico em informática integrado ao ensino médio existe um processo seletivo próprio do Cefet. Já a seleção dos cursos de nível superior é feita via Enem. Em 2019, pelo menos 220 candidatos disputaram as 40 vagas do ensino médio. Para o Bacharelado em Sistemas de Informação, as 40 vagas oferecidas para o segundo semestre foram disputadas por 218 inscritos. Ao todo, o curso oferece 80 vagas anuais, e geralmente a procura é menor no meio do ano.

Além do curso técnico integrado ao ensino médio e do bacharelado em Sistemas de Informação, o campus friburguense do Cefet também oferece bacharelado em Engenharia Elétrica , Licenciatura em Física, e curso superior de Tecnologia em Gestão de Turismo, todos muito bem-conceituados em avaliações acadêmicas e pelo mercado de trabalho.

 

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