Friburgo terá torneio de futebol feminino neste sábado

Distrito de São Pedro da Serra, em festa neste fim de semana, vai sediar competição com a participação de 8 equipes
quarta-feira, 26 de junho de 2019
por Vinicius Gastin (esportes@avozdaserra.com.br)
Mulheres de Nova Friburgo e região se movimentam e mantêm a paixão pela modalidade acesa
Mulheres de Nova Friburgo e região se movimentam e mantêm a paixão pela modalidade acesa

Chegou ao fim mais uma participação em Copas do Mundo de futebol feminino para o Brasil. E com ela, talvez, também tenha sido o ponto final de uma era onde jogadoras acima da média maquiaram a falta de apoio e investimentos à modalidade no país. Sempre ao fim de uma competição, seja com participações destacadas ou não, o discurso de ter um olhar diferente para elas se repete. Contudo, nada foi colocado em prática de maneira eficiente até aqui.

As palavras de Marta, eleita por seis vezes a melhor jogadora do mundo, além de ter se tornado a maior artilheira da história dos mundiais entre mulheres e homens, com 17 gols, serve como alerta para uma realidade que já se observa entre os meninos. A falta de investimentos em estrutura, a perda e a mudança conceitual nas divisões de base e a transformação do futebol em um grande negócio já limitam a renovação em mesmo nível do time masculino. Que dirá o feminino.

“Não teremos Formigas, Cristianes ou Martas para sempre”, alertou a camisa 10 da Seleção após o jogo contra a França. Talvez não mais na próxima Copa. E até lá? O que será feito pela modalidade? Já existem movimentos para torneios de base, e alguns grandes clubes – especialmente os que jogam a Libertadores, por uma determinação da Conmebol – já direcionam parte dos olhares e investimento para as meninas. Mas ainda é pouco. É preciso planejar, olhar com mais carinho, investir. O caminho é longo.

Luta antiga em Nova Friburgo

A luta das mulheres pelo fortalecimento do futebol feminino em Nova Friburgo é antiga, e possui algumas personagens-chave. Liete Ramos é uma delas, e durante anos coordenou uma escolinha de futebol no Cordoeira. Pouco depois migrou para o Friburguense, após firmar parceria com o clube em 2010. O Tricolor apoiou a iniciativa, mas encontrou dificuldades para arcar com as despesas das viagens. Conseguir recursos tornou-se um desafio constante para a dirigente. Os apelos foram muitos, bem como as tentativas de parceria — porém nenhuma foi suficiente para suprir as necessidades do time.

As últimas tentativas de manter as atividades foram no futebol de salão, mas os custos das excursões voltaram a pesar. O Projeto Renascer, no bairro Cordoeira, onde pouco mais de 20 meninas eram atendidas, foi uma nova alternativa durante o tempo. Além de Liete, vários clubes mantiveram – e ainda mantêm – atividades.

Recentemente, o Nova Friburgo remontou a equipe feminina, que treina regularmente no CT do clube. No Stucky, em Riograndina e em outros locais também há esse trabalho, mas todos esbarram nas limitações impostas pela falta de incentivo.

Torneio em São Pedro

A esperança e a paixão de pessoas abnegadas ainda mantêm a chama acesa, não só a nível nacional, como também municipal. Neste sábado, 29, por exemplo, o distrito de São Pedro da Serra vai sediar o 16º Torneio de Futebol Feminino, com a participação de oito equipes. A organização é de Mary Guimarães, com apoio da iniciativa privada, da Prefeitura de Nova Friburgo e do São Pedro Futebol Clube, onde acontecem os jogos. A entrada custa R$ 5.

Estão previstos pelo menos quatro jogos, a partir das 9h. São eles: Panteras (time de Macaé de Cima) x D’Salto na Área (Santo Antônio); Fênix (Saquarema) x Águia de Ouro (Duas Barras); TPM (Saquarema) x Meninas da Serra (Trajano de Moraes) e Accel Futebol Clube (Rio de Janeiro) x Riograndina (Nova Friburgo). Haverá entrega de troféus e medalhas, e participação especial da banda Filhas de Bamba.

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