Falta de banheiros químicos, a nota baixa do ensaio de carnaval

Foliões urinavam atrás de carros e nas paredes e muros de prédios públicos do Centro de Friburgo
segunda-feira, 29 de janeiro de 2018
por Dayane Emrich
Homem urina na parede da antiga rodoviária urbana (Foto de leitor)
Homem urina na parede da antiga rodoviária urbana (Foto de leitor)

Neste domingo, 28, a Avenida Alberto Braune foi palco do ensaio técnico das escolas de samba e dos blocos de enredo do carnaval 2018. O evento, que contou com a participação das escolas Unidos da Saudade, Alunos do Samba, Vilage no Samba e Imperatriz de Olaria e três blocos, reuniu centenas de pessoas e serviu para as agremiações acertarem detalhes dos desfiles.

Além da alegria dos foliões e do público, que está na contagem regressiva para a chegada de uma das maiores festas de rua do mundo, o ensaio foi marcado pela falta de banheiros químicos e, consequentemente, pela grande participação do “bloco dos apertados”. É que, sem local para urinar, muita gente resolveu urinar na rua sem qualquer pudor ou preocupação, nos muros e paredes de estabelecimentos no Centro de Nova Friburgo.

“Estou indignada com tamanha falta de educação das pessoas. Homens e mulheres em plena luz do dia fazendo xixi nas calçadas, nos carros estacionados e usando a própria prefeitura como banheiro público. Hoje não vi nenhum banheiro químico sequer, mas acho que isso não justifica tal atitude. Me sinto constrangida por chegar na janela da minha casa e ver essas cenas,  e gostaria de saber como será feita a fiscalização nos dias de carnaval”, questionou Thaís Santos, que mora na Rua Modesto de Mello, ao lado da antiga Rodoviária Leopoldina.  

De acordo com Thaís,  em poucos minutos ela flagrou da janela de casa quase 30 pessoas urinando na rua. O prédio da antiga rodoviária, anexo à Prefeitura, foi transformado em um grande sanitário. Segundo outros leitores, carros e motos estacionados nas ruas Gonçalves Dias e Moisés Amélio também serviram de tapume para quem precisou fazer xixi.

Nas redes sociais, diversos internautas expressaram revolta. “Não sou a favor de quem tem esse tipo de atitude. Mas, realmente, é preciso oferecer banheiros para que as pessoas façam as suas necessidades. A rua estava cheia de famílias e muitas crianças neste domingo. Como a pessoa se vira se não tem lugar adequado para urinar ou seja lá o que for?”, opinou um homem. Já uma mulher disse: “Infelizmente nem tudo no carnaval são flores. Se com banheiros químicos já é difícil coibir os mijões, que dirá sem”, observou.   

Embora a prática de urinar na rua não possa ser justificada, A VOZ DA SERRA entrou em contato com a prefeitura para saber o porquê da falta de banheiros químicos no evento e as medidas de fiscalização que serão adotadas durante o carnaval para reprimir esse tipo de atitude. Em nota, o governo municipal informou que o evento foi organizado pela Liensbenf (Liga Independente das Escolas de Samba e Blocos de Enredo de Nova Friburgo) e apenas contou com o apoio da Prefeitura. “Porém, a Secretaria de Turismo irá contatar o representante da liga para pensar em uma estratégia para as futuras edições”, diz trecho do texto.

Lei do xixi

No Rio de Janeiro, apenas no último sábado, 27, pelo menos 117 pessoas foram multadas por urinar nas ruas em blocos de carnaval. Isso é possível porque a Lei de Limpeza Urbana da cidade tem um artigo específico para multar quem for pego no ato. Ele prevê uma punição de R$ 563,30. Quem não pagar, acaba com o nome sujo.

Outro exemplo de cidade que já prevê punição para mijões é São Paulo. A metrópole aprovou recentemente uma lei que multa em R$ 500 quem for pego urinando na rua. Uma vez abordado por um agente municipal ou guarda civil o infrator terá que apresentar um documento para o auto de multa ser expedido. Caso se recuse, poderá ser levado até uma delegacia.

 

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