Estrada para Fazenda da Laje está repleta de buracos

Via rural por onde passam veículos pesados é cercada pelo verde e leva à ponte da antiga Estrada de Ferro Leopoldina
segunda-feira, 30 de janeiro de 2017
por Alerrandre Barros
Motoristas precisam manobras para desviar dos buracos (Fotos: Henrique Pinheiro)
Motoristas precisam manobras para desviar dos buracos (Fotos: Henrique Pinheiro)

Buracos, buracos e mais buracos. O péssimo estado de conservação da estrada para a Fazenda da Laje, no distrito de Conselheiro Paulino, tem tirado a paciência de moradores e motoristas. A via tem pouco mais de 8 quilômetros e começa na esquina com a Rua Manoel Elias Perroud, no Alto do Floresta. Já nos primeiros 50 metros da via, há buracos no pavimento, em frente ao conjunto habitacional Vista Bela.

“Isso está um perigo”, disse um motorista ao passar pelo carro de reportagem de A VOZ DA SERRA na última semana.

Os problemas continuam um pouco mais à frente, onde quase metade de um trecho da rua caiu por causa de um deslizamento de encosta na altura da fábrica Hak, que funciona embaixo da estrada, na RJ-148 (Nova Friburgo - Carmo). Os veículos precisam parar para que um de cada vez passe na via. Alguns motoristas, porém, preferem subir na calçada de casas para atravessar o estreito trecho da estrada.

Os buracos voltam a aparecer e a incomodar os motoristas na altura do conjunto habitacional Terra Nova. O estado do asfalto no trecho onde são construídos loteamentos, como o da Rua Sítio São Luís, é motivo de reclamação de novos e antigos moradores que vivem no local.

“A estrada está ruim há muito tempo. Asfalto requer manutenção, ainda mais numa via como essa que passam carros, ônibus e caminhões toda hora”, cobra o pedreiro Antônio Moraes.        

Seguimos caminho pela estrada e ao completar uma curva logo após o Terra Nova, em frente a um recém-inaugurado condomínio de pequenos apartamentos, mais buracos. O motorista de um caminhão caçamba desacelerou para poder passar pelos buracos sem prejudicar os amortecedores do veículo.

“Mostrem mesmo os buracos. A estrada está uma vergonha!”, gritou para a reportagem que fotografava sua travessia.

Alguns metros à frente, está o isolado Cemitério Trilha do Céu, ponto final dos ônibus que fazem o itinerário Centro-Fazenda da Laje à noite, na altura do quilômetro 5 da estrada (de dia, o ônibus vai até o centro da localidade). O asfalto está dando sinais de má conservação, com pedras soltas, que muito em breve causarão a abertura de mais buracos na via.

O trecho mais crítico da estrada está bem no centro da Fazenda da Laje, que vem crescendo nos últimos anos. Há várias casas em construção, mas o que impressiona (e incomoda) são os buracos. O motorista, que em geral costuma entrar na contramão para evitar passar pelo buraco, correndo riscos de colisões frontais, no centro da localidade, não tem opção, precisa atravessar bem devagar sobre o buraco.

“Nada foi feito na estrada pelo último governo. Estamos esperando que o novo governo faça algo por nós”, disse o dono de uma mercearia local que pediu para não se identificar.

Estrada de terra

Os buracos continuam até o final do trecho asfaltado da estrada, que soma pouco mais de cinco quilômetros e termina próximo ao espaço RPR Eventos. A seguir começa a estrada de chão, que está em melhor estado do que o trecho pavimentado. O restante da via, margeada pelo Rio Grande, é cercada pelo verde e tem várias fontes de águas que descem das montanhas.   

A estrada de terra passa pelo Sítio do Manoel do Queijo, construído em um vale ao lado do rio, na altura do quilômetro 8. Seu Manoel Gomes, conhecido pelo queijo minas artesanal, morreu aos 81 anos, em janeiro do ano passado, após ser ferido pela chifrada de uma vaca que estava ajudando a parir. A propriedade rural é bastante frequentada aos fins de semana por turistas e aventureiros em busca de banhos de rio e tranquilidade em meio a natureza.

A via de terra batida termina exatamente onde havia a ponte da antiga Estrada de Ferro Leopoldina, que conectava Nova Friburgo à localidade de Dona Mariana, no município vizinho de Sumidouro. A passarela de ferro ainda está lá, caída sobre rio e próximo da estrutura destruída na tragédia climática que devastou a Região Serrana, em 2011. O ponto turístico ainda é visitado, mas põe em risco os turistas, pois faltam grades de proteção no local.

A VOZ DA SERRA encaminhou para a Prefeitura de Nova Friburgo as demandas de motoristas e moradores que passam pela estrada para Fazenda da Laje, mas não obteve resposta.

 

  • O asfalto está se soltando em vários trechos da pista

    O asfalto está se soltando em vários trechos da pista

  • (Arte: Igor Veronesi)

    (Arte: Igor Veronesi)

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