Esses peludos adoráveis e o caso de amor com seus donos

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sábado, 24 de fevereiro de 2018
por Ana Borges
Esses peludos adoráveis e o caso de amor com seus donos

A ciência já comprovou que ter bichinhos de estimação faz bem para a saúde física e mental das pessoas. Dos bebês aos idosos, jovens casais, gente madura, com ou sem filhos, para todos eles, os cachorros são as “pessoinhas” que completam suas vidas. Tamanha interatividade entre humanos e pets não para de crescer e os laços se estreitam cada vez mais. Peludos e humanos, hoje, por alguma razão ainda não muito clara, estão investindo numa convivência mais íntima, cheia de cuidados e afetos.

Eles agora são tutores e não mais “donos” de animais. Eles são pai, mãe, tio, avô, avó, e por aí vai. É uma gente apaixonada por esses “filhos” como se humanos fossem, seres amorosos, barulhentos, espaçosos, e fiéis até o fim, não raro, para além da vida. Para medir como anda a ligação entre eles e nós, abrimos espaço para declarações de amor de nossos leitores e amigos sobre essa bem entrosada criatura no seio das famílias, onde os pets estão imprimindo um novo ritmo ao cotidiano das pessoas e trazendo novas responsabilidades para o convívio familiar. Uma parceria baseada em amor incondicional. Confira:

Chico Figueiredo:

“O Toy (um pug) chegou num dos piores momentos da minha vida, se não o pior. Tinha acabado de perder o Jaburu (Julio César Seabra Cavalcanti) e não conseguia ficar em casa sozinho. Tudo me parecia triste e incompleto. Minha única experiência canina havia sido exatamente com uma pastora chamada Nóa, que eu criava na casa do Jaburu, isso há mais de 35 anos. Hoje não consigo me ver sem o Toy. É um amor de pai. Tudo gira em torno dele: passeios, higiene, comida (feita por mim) que ele come no jantar, mix de frutas no café da manhã e, é claro, muita salada de folhas depois da ração do almoço. É um cachorro saudável e feliz. É nossa sombra e dorme nas nossas pernas todas as noites ou nos meus braços, abraçado comigo. Tenho medo do amor que sinto e não me vejo mais sem ele, não esperava jamais ser tão grande o amor de um cão com seu dono (quem tem um pug sabe o que estou falando) e ter o Toy é ter vida e alegria em casa. Ele é tratado com homeopatia e sua alimentação é a mais natural possível. Então esse é Toy, o mascote amado por mim e pelo Toni.”

Liliana Sarquis:

“Mãe, me dá um gato? Não! Não quero bicho aqui em casa. A gente fica presa, não pode viajar, tem que cuidar, gastar dinheiro. Nem adianta pedir, a resposta sempre será não!” Este era o constante diálogo entre a adolescente Mayara e sua mãe, Deise Silva. Até, é claro, a chegada de Rufus. Abandonado, ele, como alguns “coleguinhas” de rua, recebiam cuidados de uma comerciante da Alberto Braune e, à noite, depois de perambular pelas ruas, dormia debaixo dos caminhões da prefeitura. Um dia, porém, o viralata – sim, Rufus é um viralata - seguiu três amigas que foram à inauguração de um bar no Paissandu e, por coincidência, uma delas era mãe da ex-dona dele. Ela o reconheceu. Lambeu cerveja no chão e Deise pensou: este é dos meus, adora uma cervejinha. Resultado: levou-o para casa, para a alegria de Mayara, que se conformou em trocar um gato pelo simpático cãozinho. Hoje Rufus tem todo o carinho e mimos: ração de primeira, roupinhas, colchões, cobertinhas, brinquedos, porta-retratos e, com sua vasta experiência de fazer cara de pobre coitado para conseguir o que quer (como nos tempos de rua), tem conseguido cada vez mais espaço na casa. Só não pode mais lamber cerveja. Agora, é só água filtrada. Mas virou o rei da casa.”

Maria Helena Salomão:

“Residindo há muitos anos num apartamento em Copacabana, nunca pensei em ter um cachorro. Cachorro precisa de casa, de jardim, pensava eu. Cachorro em apartamento, jamais, dizia Marcelo, meu marido. Assim se passaram muitos anos, até que um casal de amigos, criadores de chiuhauhas em Barcelona, começou a nos convencer de que seríamos muito felizes se tivéssemos um desses cãezinhos, cuja característica é terem pequeno porte, sem contudo perderem a dignidade de um cachorro grande.  Cachorro pequeno jamais, retrucou meu marido, já mudando o discurso, assim como faz todo marido...

Confesso que me encantei com os animais daqueles amigos. A raça é originária do México e era considerada sagrada por maias e astecas. Quando os espanhóis chegaram, no século XVI, encontraram na região de Chiuhauha grandes matilhas desses micro-cães, sendo que a região geográfica é a origem de sua denominação. Chiuhauha é a menor raça de cães do mundo.

Depois de muita conversa, eu ainda estava pelejando para convencer o Marcelo com mil argumentos quando uma outra amiga, que vive no Rio e também cria chiuhauhas, apareceu do nada, esbaforida, avisando que havia nascido uma ninhada num canil pertinho da nossa casa. Era pegar ou largar.

Enfim, foi a minha sorte. Com o empurrãozinho dessa amiga, ganhei do meu marido um chiuhauhinha de 3 meses no Dia dos Namorados, três anos atrás. Muito fofo! O nome dele no registro é Don Diego e logo o batizamos de Zorro, que significa raposa em espanhol, mas logicamente todo mundo associa ao cavaleiro mascarado.

A novidade saiu melhor do que a encomenda. O Zorro nos trouxe muita alegria e, devido às suas dimensões - tem 22 centímetros de altura sobre as quatro patas - ocupa relativamente pouco espaço dentro de casa. Se der três voltas correndo em torno da mesa de jantar, já fez seu exercício. Aprende tudo rapidamente. É um companheirinho, típico cachorro de companhia. Valente, atento, possui a audição e o olfato tão incríveis que às vezes acho que é um E.T.

O Zorro faz o maior sucesso pelas ruas, inclusive aqui em Nova Friburgo. Todos os nossos amigos o conhecem. Tem fotos no Instagram, no Face, virou celebridade, e meu marido até escreveu um livro contando suas estripulias.

Como todo mundo sabe, pequenos frascos contêm os maiores venenos. Embora pequenininho, Zorro foi nos levando a mudar conceitos arraigados e adotar uma nova linha pedagógica para cachorros. Inicialmente, achamos que ele se adaptaria bem na área de serviço, mas isso jamais aconteceu. Ele gosta mesmo é de ficar embaixo do sofá da sala. Na hora de dormir, quer ir pra nossa cama e é difícil resistir. Para completar, gosta de sentar conosco à mesa, na hora do café da manhã, coisas para nós até então inimagináveis. E, por incrível que pareça, a família toda também embarcou nessa onda.”

Heloísa Moreira:

“Bento entrou na minha vida depois que eu perdi o Rambo (um pug), e eu tive muito medo de não dar conta... Ele era muito pequeno e continua minúsculo até hoje. É um chihuahua muito dócil, carinhoso e manso. Quase não late e dorme na cama comigo (pesa 1,3 kg). Somos dependentes um do outro, onde eu vou ele vai, sempre. Viajamos muito para São Paulo e ele adora. Levo roupinhas, brinquedos, remédios, comidas... Enfim, ele é o meu filho caçula, literalmente. É tanto amor que dói o peito.”

Dalva Ventura:

“Frederico, um filho mimado, com muita honra! Ele entrou na nossa vida para tentar preencher um vazio que nos deixou, a mim e a meu marido numa profunda depressão, provocada pela perda repentina de Iggy, também um westie, que, aos 4 anos, foi envenenado por chumbinho. Assim como Iggy, Frederico logo tomou conta do nosso coração, sendo cuidado como um filho, com direito a todo dengo.

De personalidade forte, própria de sua raça, logo foi definido como uma criaturinha mimada. Fred late demais, não respeita ordens e chamados, é cheio de manias. Pois é. Coisa de filho paparicado em excesso, reconheço. Não ligo. Ele é assim e ponto final. Minha paixão por animais, em especial cães e gatos, começou na infância e vem me acompanhando pela vida afora. Se eu não morasse em apartamento, não tenham dúvidas, teria vários, todos com livre acesso à casa.

Repito aqui o lugar-comum, mas não há dúvida de que os bichos são infinitamente melhores que gente. São amigos, fiéis, solidários, bons e puros, inteligentes, capazes de falar com os olhos ou com latidos e miados. Seu único defeito, se é que isso pode ser chamado de defeito, é viver pouco, deixando-nos numa orfandade cruel. Quem tem a felicidade de ter um cão em casa sabe o que representa ser saudado com entusiasmo cada vez que se chega em casa, mesmo quando fomos só até a esquina. E como é bom ter alguém que percebe imediatamente quando estamos tristes e não sai de perto da gente para nos dar o consolo de sua presença.

Por todas as razões, aconselho a todo mundo a ter pelo menos um e também gatos. Felizmente tenho o Fred e ele me basta, me preenche.”

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