Esperar para ver

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Pixabay)
(Foto: Pixabay)

SEM ENXERGAR a luz no fim do túnel, pelo menos nesse ano, os consumidores optaram por apertar o cinto e guardar o dinheiro, em vez de gastá-lo. A crise financeira deixou o brasileiro descrente e a confiança do consumidor caiu ao menor patamar desde que a Fundação Getúlio Vargas (FGV) criou o índice, medido desde 2005. Sinal dos tempos.

QUEM PRIMEIRO sentiu os efeitos da falta de dinheiro foi a classe média brasileira, com crédito restrito e demissão à vista, pois essa parcela da população somava 53,8% do total de brasileiros, sendo agora obrigada a fazer ajustes para se manter equilibrada dentro do orçamento familiar. No momento, não há nada capaz de motivar os impulsos consumistas. A chamada “classe C” está sentindo os reflexos da crise.

O TEMOR DO desemprego obrigou a retenção do consumo e muitos trabalhadores não querem arriscar comprar bens cujas prestações ultrapassem o limite da previsibilidade. Ninguém quer pactuar dívidas acima de três prestações, como os produtos eletrônicos, os de informática e os eletrodomésticos, pois o maior temor, hoje, é com o desemprego.

AS MUDANÇAS nos hábitos de consumo também são percebidas em Nova Friburgo, que, como qualquer cidade brasileira, teme ficar à mercê dos efeitos da crise. E, em tempos bicudos, o melhor que o cidadão pode fazer é restringir o consumo e garantir alguma poupança para os tempos mais difíceis. É a crise da confiança mostrando as suas garras.

NUM MOMENTO de extrema preocupação no mundo inteiro, é bom que o friburguense não se sinta num paraíso, isolado dos problemas e imune aos efeitos da economia mundial. A globalização não tem fronteiras e atinge todas as nações. Ingenuidade pensar o contrário. Vivendo um período de instabilidade dos índices de crescimento do país este ano, ainda falta muito tempo para fechar a conta do período e os acontecimentos se sucedem de forma surpreendente. Prudência e caldo de galinha, portanto, são receitas que não devem ser desprezadas.

A CAUTELA NÃO deve inviabilizar o empreendedorismo nem diminuir o ímpeto da nossa produção. Os tempos são difíceis, mas a solução capaz de deixar a crise para trás está na capacidade de criar novas oportunidades de negócios, instigando a criatividade, que é um grande diferencial nestes dias de incerteza. A classe média vai poupar, mas não deixará de mostrar a sua importância nem de mostrar que pode dar a volta por cima. É esperar para ver.

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