Equipes da Universidade Rural prosseguem estudo das árvores da praça

Avaliação faz parte das ações definidas no TAC para a recuperação da Getúlio Vargas, firmado em 2015 entre o município e o MPF
terça-feira, 07 de janeiro de 2020
por Fernando Moreira (fernando@avozdaserra.com.br)
Os técnicos na praça (Fotos: Fernando Moreira)
Os técnicos na praça (Fotos: Fernando Moreira)

Uma equipe de engenheiros e técnicos da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ-Fapur) deram continuidade nesta terça-feira, 7, ao minucioso estudo iniciado em novembro do ano passado para avaliação de todas as árvores da centenária Praça Getúlio Vargas, um dos símbolos postais de Nova Friburgo. A ação faz parte das ações definidas no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para recuperação do espaço, firmado em 2015 entre o município e o Ministério Público Federal.

Segundo João Vicente de Figueiredo Latorraca, engenheiro florestal e professor do Departamento de Produtos Florestais do Instituto de Florestas da UFFRJ, o estudo é inédito. “A prefeitura nos informou que a análise interna dos troncos não chegou a ser feita. O estudo feito foi apenas de análise de fitossanidade, que avalia a sanidade das árvores. Mas nós também refizemos esse estudo, porque uma praga pode ser encontrada hoje, mas surgir amanhã. Periodicamente é preciso reavaliar as árvores para que, se necesssário, seja feita a intervenção correta”, afirmou o professor.

Ele explica ainda que o estudo é dividido em quatro etapas. Na primeira, é feito um inventário de todas as árvores da praça, com a identificação de espécies, medição do diâmetro e altura, além da inclinação de troncos e galhos. Na segunda etapa é feita a análise fitossanitária, que envolve a observação da presença - ou ausência - de fungos degradadores ou de insetos, como cupins e brocas. Já na terceira etapa – em andamento esta semana - as equipes da UFRRJ-Fapura analisam a parte interna das árvores.  

“Utilizamos um tomógrafo de impulso e aplicamos uma onda de estresse nos sensores cravados nas árvores. Isso vai nos gerar uma imagem do estado do interior do tronco. Havendo a visualização de algum problema, marcamos esses pontos para depois começarmos a fazer a análise de resistografia, que nada mais é que a penetração de uma agulha bem fininha no caule da árvore, que vai nos fornecer um resultado que aponta a resistência que o tronco possui”, explicou João Vicente.

A cada mês será elaborado um relatório com os dados coletados de fitossanidade, tomografia, resistografia e extensometria. Depois será feita a interpretação dos dados levantados, o que permitirá indicações sobre riscos de queda de alguma árvore. “Isso vai servir de subsídio para a prefeitura realizar as intervenções, que é o que chamamos de manejo”, finalizou o professor.

 

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