Em 3 meses, Faol cancela 400 gratuidades por fraudes

Na maioria dos casos flagrados pela empresa, o cartão pertence a estudantes, mas é utilizado por outras pessoas
quinta-feira, 19 de outubro de 2017
por Dayane Emrich
Em 3 meses, Faol cancela 400 gratuidades por fraudes

Mesmo após a nova direção da Friburgo Auto Ônibus Ltda (Faol) anunciar o bloqueio de 80 cartões por fraude, em agosto, usuários do transporte público de Nova Friburgo continuaram burlando o sistema de gratuidade. De acordo com a empresa, somente nas duas primeiras semanas de outubro, mais 21 cartões Riocard, de gratuidade no transporte público, foram cancelados após pessoas que não tem direito ao benefício serem flagradas utilizando o bilhete eletrônico. Em três meses, já foram cancelados 400 cartões.

Os golpes foram descobertos pelo sistema de biometria facial, implantado na cidade em meados de julho. Através de câmeras  instaladas sobre os validadores do Riocard junto as roletas dos ônibus urbanos, a Faol consegue identificar o usuário e o cartão que está sendo apresentado por ele. Na maioria dos casos flagrados pela empresa, o bilhete pertence a estudantes, mas é utilizado por outras pessoas. O mesmo acontece com o cartão de gratuidade de deficientes e idosos, que cedem o bilhete para filhos e netos, por exemplo, viajarem nos ônibus sem pagar passagens.  

Além de armazenar uma sequência com seis fotos do passageiro, o sistema de biometria facial indica a data, o horário, a linha e o ônibus em que o cartão foi utilizado. As imagens feitas pela câmera são cruzadas com a base de dados do sistema do Riocard, que indica se o cartão foi realmente usado pelo titular. E, embora a catraca seja liberada no ato da infração, o cartão pode ser cancelado pelos auditores da empresa, posteriormente quando a fraude for identificada.

Para o diretor da Faol, Paulo Valente, esse tipo de atitude prejudica a empresa e a população honesta. “Quem frauda o sistema está lesando os demais usuários, pois ao não pagarem as passagens para viajar nos ônibus, acabam fazendo com que os custos dessas gratuidades irregulares sejam repartidos por menos pessoas e, com isso, pressionando o aumento do valor da tarifa, que já é cara”, afirmou. Paulo Valente explicou ainda que “ao se verificar que o usuário do cartão não é o seu verdadeiro beneficiário, o cartão  é cancelado, sendo necessário o comparecimento do infrator ao posto do Riocard para esclarecimentos. Em caso de reincidência, o fraudador será processado judicialmente, conforme artigo 171 do Código Penal, porque o uso do cartão é pessoal e intransferível”, disse Valente.

Antes do sistema de biometria facial, para se certificar de que a gratuidade era utilizada por quem tem direito (estudantes da rede pública, idosos a partir dos 60 anos e portadores de necessidades especiais), a Faol testou a biometria da impressão digital. No entanto, segundo a empresa, os aparelhos apresentavam problemas de leitura das digitais dos dedos dos passageiros constantemente e, por isso, foram substituídos pelo sistema de  biometria facial.

Ainda de acordo com a Faol, atualmente, 80 coletivos em operação na cidade estão equipados com a biometria facial e 48% dos passageiros tem direito a gratuidade no município.

 

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