Uma entre tantas famílias dedicadas ao cultivo do caqui em Janela das Andorinhas (distrito de Riograndina), é a dos Fonseca, sobrenome tradicional entre os produtores locais, marca registrada da região. Pioneiros no cultivo do fruto, a 3ª geração da numerosa família ocupa diversos setores de sua produção, desde o plantio, colheita, comercialização, até a área de pesquisa da Pesagro-Rio e Embrapa Agroindústria de Alimentos. Aliás, o nome Fonseca batiza de um tudo por lá: escola municipal, armazém, comércio em geral, ruas, entre outros.
Jaílton Elias Fonseca, cujas iniciais - JEF - marcam as caixas onde seus frutos são acondicionados, voltou às origens depois de passar 30 anos vivendo e trabalhando na cidade, como motorista em empresas de ônibus. Aposentado, fez o caminho inverso e passou a se dedicar totalmente à agricultura, reintegrando-se à vida rural, na atividade que nunca, realmente, abandonou: nos fins de semana e nas férias, durante a colheita da safra, lá estava ele na colheita, com os demais membros da família. Como sempre, desde que tinha quatro anos de idade.
O caquizeiro costuma frutificar a partir do terceiro ano e daí em diante a produção vai crescendo progressivamente, até por volta do 15º ano, quando se estabiliza. De modo geral, uma planta adulta, em pomares bem conduzidos, produz de 100 a 150 kg de frutos por ano. A colheita dos frutos é feita quando eles perdem a coloração verde e adquirem a tonalidade amarelo-avermelhada. Em seguida, são transportados para galpões, onde são classificados e embalados.
Jaílton possui 400 pés de caquis, do tipo variável: rama forte (o principal), mikado, fuyu, e o giombo - plantados há 13 anos, sendo que a primeira safra foi colhida há 3. Segundo ele, é preciso esperar cerca de 10 anos para fazer uma boa colheita. Quando chegamos à sua chácara, Jaílton cuidava do empacotamento das primeiras centenas de caquis colhidos, uma quantidade suficiente para encher 80 caixas, destinadas ao Ceasa de Niterói. “Vamos colhendo no dia a dia, atento para o momento certo de cada pé. Teremos outra boa quantidade entre os últimos dias de março e início de abril, e até junho estaremos colhendo e encaixotando o restante da colheita”, explicou.
O conhecimento empírico do cultivo ele herdou do pai, um agricultor pé no chão, com faro aguçado para sentir os cheiros da terra e sensibilidade para entender a natureza e suas manhas. “Esse saber é importante, confio nele. Mas hoje é preciso também se apoiar na ciência. Por isso recorremos à análise do solo para saber se ele está bom o suficiente para dar conta de produzir bons frutos. Nunca tivemos problema com a qualidade dos nossos produtos. Seguimos as orientações técnicas, fazemos o que deve ser feito, como, por exemplo, a podação quando acaba a colheita”, ressalta Jaílton.
Com apoio da Pesagro, comunidade produz 300 toneladas de caqui ao ano
A Associação dos Pequenos Produtores Rurais da Comunidade Janela das Andorinhas (Aprojan), produz hoje, em média, 300 toneladas de caqui por ano. Na formação da Aprojan, representantes de 24 famílias iniciaram um trabalho reconhecido como exemplo de autogestão comunitária. Entre eles, estão a pesquisadora da Pesagro-Rio, Maria Fernanda Fonseca, que reside na localidade, o supervisor local da Emater-Rio, Vitor Torrão, e o técnico agrícola e extensionista rural da Emater-Rio, Ocimar Alves Teixeira. Atualmente 90 associados participam ativamente das reuniões e ações. (Fonte: www.microbacias.rj.gov.br)
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