Defesa Civil fará vistoria em prédio desativado de escola em Varginha

Em reunião ocorrida na tarde de segunda-feira, 20, com o secretário municipal de Educação, cerca de 50 pais de alunos solicitaram a substituição de alguns dos ônibus utilizados
terça-feira, 21 de junho de 2016
por Dayane Emrich
Pais e alunos pedem retorno das aulas no próprio bairro (Foto: Lúcio Cesar Pereira)
Pais e alunos pedem retorno das aulas no próprio bairro (Foto: Lúcio Cesar Pereira)

Após uma segunda-feira tumultuada em Varginha, com protestos pelo acidente com o ônibus escolar que deixou cinco estudantes feridos, na última sexta-feira, 17, os alunos da Escola Municipal Juscelino Kubitschek retornaram às aulas nesta terça-feira, 21, no antigo Colégio Cêfel, no Paissandu (local onde a JK funciona desde agosto de 2015 devido à precariedade do prédio em Varginha, desativado pela prefeitura). 

Em reunião ocorrida na tarde de segunda-feira, 20, com o secretário municipal de Educação, Renato Satyro, cerca de 50 pais de alunos solicitaram a substituição de alguns dos ônibus utilizados no transporte escolar para que os estudantes voltassem às aulas com segurança. A medida foi acatada pela secretaria. Os coletivos são de uma empresa contratada pela prefeitura para transportar diariamente os alunos da JK, do bairro Varginha ao antigo Cêfel.  

Durante o encontro, resolveu-se ainda que nesta quarta-feira, 22, o tenente-coronel João Paulo Mori, secretário municipal de Defesa Civil, realizará uma vistoria no antigo prédio da JK na Rua Leonino Dutra. “Ele visitará a escola para verificar as reais condições. Se houver possibilidade, os alunos voltarão a estudar aqui (em Varginha) enquanto uma nova escola não for construída no bairro. Outra ideia proposta pelos pais é que um prédio seja alugado no próprio bairro, para evitar os transtornos com os deslocamentos dos estudantes até o antigo Cêfel”, disse Adriana Vieira Martins, mãe de um aluno do 6º ano. 

Em nota, a secretaria municipal de Educação informou que uma comissão de representantes dos pais de alunos foi criada para que a pasta mantenha contato direto com esses pais e a comunidade envolvida possa acompanhar de perto todos os passos, tanto do projeto da nova sede, que está em andamento na prefeitura, como os de duas propostas que estão sendo avaliadas (o retorno dos alunos ao antigo prédio ou o aluguel de um local em Varginha). 
Ainda conforme a nota, o processo de licitação e elaboração do contrato da empresa vencedora sequer foi finalizado e somente depois que o documento for concluído começará a contar o prazo de um ano e dois meses para a entrega da nova escola. 

No caso da primeira proposta, para os alunos voltarem a estudar no prédio interditado, a secretaria de Educação explicou que “toda a estrutura de madeira do segundo andar será retirada, para que o andar inferior possa ser reformado. A Defesa Civil fará uma nova vistoria com esse objetivo e emitirá um laudo para que um engenheiro possa projetar uma reforma rápida”.

Sobre as queixas a respeito do transporte escolar, a Secretaria de Educação orientou os pais a fazê-las por escrito. “Para que a secretaria tome alguma providência formal, é preciso ter as denúncias documentadas. Especialmente em relação à prestação de serviços da empresa de transporte escolar”. Em relação ao acidente com o ônibus, a secretaria ainda aguarda o laudo da perícia. 

Relembrando o caso

Há quase um ano, os mais de 400 alunos da Escola Municipal Juscelino Kubitschek tiveram suas rotinas alteradas. Isso porque, desde agosto de 2015, o prédio onde funcionava a escola foi desativado pela prefeitura devido à precariedade da estrutura física. Como medida provisória, enquanto a construção da nova escola não sai, as aulas foram transferidas para o antigo Colégio Cêfel, na Rua José Tessarollo dos Santos, no Paissandu. 
Desde então, o transporte diário dos alunos vem sendo realizado por quatro ônibus da empresa Caminhos Dourados, contratada pela prefeitura. Mas, entre todos os problemas — reclamações sobre a alta velocidade, falta de cinto de segurança em alguns dos coletivos e fiscalização do embarque e desembarque dos estudantes — o segundo acidente ocorrido em menos de oito meses com o transporte escolar preocupa  os pais de alunos. “Este não é o primeiro acidente com os ônibus. O que estão esperando? Uma tragédia maior? Não podemos deixar morrer uma criança”, desabafou Adriana Pereira da Silva Figueiredo, mãe da estudante Jhenifer, de 11 anos, em reportagem divulgada por A VOZ DA SERRA, na última terça-feira, 20. A menina era uma das crianças que estavam no ônibus escolar. 

Vídeo gera polêmica 

Um vídeo gravado durante a manifestação dos pais e alunos, divulgado na segunda-feira, 20, nas redes sociais vem causando polêmica. As imagens mostram alguns adultos e jovens sentados no meio da rua para impedir a passagem dos ônibus, que realizam o transporte escolar, e a polícia fazendo o uso da força para a retirada dos manifestantes.  

Em algumas imagens, em meio à confusão, um dos PMs parece empurrar uma mulher, que cai no chão. Em outro trecho da gravação, um outro agente da polícia aparece jogando spray de pimenta em alguns manifestante, inclusive crianças. 

Diversos leitores de A VOZ DA SERRA enviaram mensagens para a redação, questionando a conduta dos policiais. Nossa equipe entrou em contato, novamente, com o comandante do 11º BPM, coronel Carlos Eduardo Hespanha, que explicou: “As imagens não traduzem excesso dos policiais. Eu conversei com eles e considero a ação legítima. As pessoas estavam sentadas na rua e os PMs precisaram utilizar da força para retirá-las. Mas, não houve socos, pontapés ou qualquer tipo de agressão. A polícia estava apenas desimpedindo a via pública”, afirmou ele. 

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