Crime no motel: greve da polícia impede a transferência de preso

Agentes querem pagamento até o dia 5º de cada mês. Serviços essenciais são mantidos
quarta-feira, 18 de janeiro de 2017
por Jornal A Voz da Serra
Crime no motel: greve da polícia impede a transferência de preso

O governo do estado pagou nesta quarta-feira, 18, o salário integral de dezembro dos servidores ativos e inativos da Segurança Pública, mas isso não mudou em nada a disposição dos policiais civis e dos agentes penitenciários que entraram em greve no início desta semana. A paralisação dos policiais continua até que o estado regularize o crédito dos salários no 5º dia útil do mês. Já os agentes penitenciários só farão nova assembleia para discutir o assunto na próxima segunda-feira, 23.

As categorias decidiram manter apenas serviços essenciais, por isso, o ajudante de caminhão Fábio de Paulo Faria, 36 anos, o assassino confesso da namorada, a cuidadora de idosos Onéia da Silva Nascimento, de 54 anos, morta por asfixia em um motel, na última semana, na Ponte da Saudade, ainda não havia sido transferido para uma unidade prisional da Polinter, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira, 18. 

Fábio foi preso por inspetores da 151ª DP no início da noite da última terça-feira, 17, em sua casa no Jardim Califórnia, distrito de Conselheiro Paulino. No dia anterior, ele havia se apresentado na delegacia depois que sua foto circulou pelas redes sociais. O homem confessou que matou Onéia porque não aceitava o término do relacionamento. O corpo da vítima foi encontrado vestido e sob um lençol, por empregados do motel Magnus, na Rua Otília Pereira Schuabb. 

Os agentes penitenciários e os policiais civis paralisaram as atividades na terça-feira, 17, por atraso recebimento do salário de dezembro, do décimo terceiro salário, das horas extras [Regime Adicional de Serviço] e de prêmios pelo cumprimento de metas de segurança. Em Nova Friburgo, os agentes do complexo da Polícia Civil — composto pela 151ª DP, a Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) e o Instituto Médico Legal (IML) — aderiram ao movimento.

O diretor do Sindicato de Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro, Leonardo Mota, disse que a paralisação é um aviso para o governo do estado. “A paralisação é de 72 horas. Depois disso, daremos um aviso formal para fazer uma greve”, disse o diretor, que afirmou que a categoria pretende fazer paralisação sempre que o salário não for quitado no quinto dia útil de cada mês, o que não tem acontecido nos últimos meses.
A Polícia Civil informou que não irá se manifestar sobre a decisão da entidade de classe, mas reiterou que os serviços emergenciais serão mantidos.

 

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