Confiança do consumidor fica abaixo do índice registrado no início do ano

Boa parte dos entrevistados diz que situação financeira não é boa nem ruim e maioria espera melhora para os próximos seis meses
sábado, 07 de dezembro de 2019
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Henrique Pinheiro)
(Foto: Henrique Pinheiro)

O fim do ano se aproxima, mas o consumidor ainda não demonstra a mesma confiança que tinha nos primeiros meses de 2019. Dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostram que o Indicador de Confiança do Consumidor marcou 47,2 pontos em novembro, abaixo do registrado em janeiro de 2019, que foi de 49,0 pontos. Já na comparação com outubro, o índice ficou um pouco acima (46,6 pontos) e também superou os resultados novembro de 2018 (46,2 pontos). 

A frustração com a lentidão na retomada econômica ainda é evidente quando se avalia o quadro atual. Em termos percentuais, apenas 9% dos consumidores consideram o momento da economia bom. Os principais motivos apontados são: maior otimismo das pessoas com a economia (55%), expectativa de queda da inflação para os próximos meses (45%) e redução das taxas de juros (43%). 

Em contrapartida, seis em cada dez consumidores acham o cenário econômico ruim. Neste caso, as principais razões estão ligadas a uma percepção de alta dos preços dos produtos e serviços, ao desemprego alto e às elevadas taxas de juros. Enquanto 25% mostram-se neutros.

Para o presidente da CNDL, José César da Costa, mesmo com a recuperação da economia em curso, os consumidores ainda lidam com efeitos da crise, como o endividamento, o achatamento da renda e os altos níveis de desemprego no país. “O que se espera é que ao longo dos próximos meses, o anúncio de uma agenda positiva consiga aumentar o quadro da confiança, recuperando o desgaste que se observou ao longo deste ano”, analisa.

Retomada da economia

No horizonte dos próximos seis meses, a expectativa é mais animadora: 27% dos consumidores estão otimistas com o futuro da economia. E os principais motivos desse bom humor são  percepção de melhora nos indicadores econômicos, o fato de concordarem com as medidas econômicas adotadas pelo governo e a crença de uma maior estabilidade política.

Por outro lado, 27% consideram-se pessimistas por terem a sensação de que os preços continuam subindo e o desemprego segue elevado. Há também os que discordam das medidas econômicas do governo, os que se sentem receosos em relação às instabilidades políticas e os que acreditam que as leis e instituições não favorecem o desenvolvimento do país. No entanto, a maioria dos consumidores não está pessimista nem otimista.

“Após meses de revisões de crescimento econômico para baixo, o cenário mostra-se um pouco mais otimista diante da aprovação da reforma da Previdência e as discussões sobre mudanças no sistema tributário”, analisou o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.

Brasileiro avalia como regular vida financeira

Quando se trata da própria vida financeira, a maioria dos consumidores considera sua situação regular, ou seja, nem boa nem ruim. Por outro lado, 37% têm uma percepção negativa e apenas 17% avaliam sua vida financeira como boa. 

Entre os que avaliaram sua condição como ruim, o principal motivo está relacionado ao alto custo de vida (60%), seguido do desemprego (30%) e da redução da renda familiar (26%). Em contrapartida, os que afirmam estar com uma boa situação financeira justificam pelo fato de terem conseguido pagar as contas em dia (50%), controlar as finanças (44%), obtido aumento nos rendimentos (23%) e ter uma reserva financeira (22%).

Ao investigar o que os brasileiros esperam para os próximos seis meses, a sondagem descobriu que seis em cada dez estão bastante otimistas com a vida financeira. Essa expectativa de melhora deve-se à crença na recuperação da situação econômica do país, na esperança de conseguir um aumento na renda ou um novo emprego.

Em contrapartida, 11% dos consumidores afirmam estar pessimistas com a vida financeira. O principal motivo é a crença de que a situação do país pode piorar (67%), seguido pelo fato de não ter perspectiva de uma nova colocação ou de aumento na renda (25%), medo do desemprego (13%) e por estarem inadimplentes (12%). 

Metodologia

Foram entrevistados 800 consumidores, a respeito de quatro questões principais: a avaliação dos consumidores sobre o momento atual da economia; avaliação sobre a própria vida financeira; a percepção sobre o futuro da economia e a percepção sobre o futuro da própria vida financeira. Baixe a análise do Indicador de Confiança do Consumidor em: https://www.spcbrasil.org.br/pesquisas/indice/7032.

 

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