A concessionária Rota 116 informou nesta terça-feira, 15, que, sempre que ocorrer chuvas, e se a equipe técnica da empresa julgar necessário, a serra da RJ-116, entre Nova Friburgo e Cachoeiras de Macacu, poderá voltar a ser fechada até a conclusão de obras de contenção no local onde houve uma queda de barreira, na última quinta-feira, 10. A possível interdição será preventiva e tem por objetivo resguardar a segurança dos usuários.
Caso seja necessário interromper novamente o tráfego na serra, a suspensão acontecerá no Km 65, em Theodoro de Oliveira, onde funciona um posto do Batalhão da Polícia Rodoviária (BPRv) e começa a descida da serra, no sentido Rio. Já no sentido Friburgo, a suspensão acontecerá no Km 49, na praça de pedágio 2, na localidade de Boca do Mato, início da subida da serra, em Cachoeiras. A informação de fechamento da serra será sempre divulgado pela empresa nos painéis eletrônicos espalhados pela rodovia e também nas redes sociais da concessionária.
Desde a noite de sábado, 12, o trânsito de veículos é operado no sistema de pare e siga na altura do Km 53,3, onde ocorreu o deslizamento de terra que interditou, por dois dias, a principal rodovia que liga a Região Metropolitana a Friburgo e aos municípios da Região Centro-Norte fluminense. Durante esse período, motoristas tiveram que fazer o contorno por Teresópolis, via RJ-130 (Terê-Fri), ou utilizar a RJ-142 (Serramar), o que aumentou o tempo de viagem em mais de 1 hora.
Obra de contenção
Operários, máquinas e caminhões trabalharam durante toda esta terça-feira, 15, na limpeza e retirada de material da encosta que desmoronou na serra dos Três Picos. Durante a manhã, operários especializados na técnica de rapel estavam na parte mais alta da encosta, fazendo a retirada de material, enquanto técnicos e engenheiros faziam os estudos para o projeto da obra de contenção a ser executada no local. A Rota 116 não informou quando o serviço deve ser iniciado.
A queda da encosta na última quinta-feira, 10, interditou a serra por completo. A desobstrução parcial da via começou na manhã de sábado e durou todo o dia, envolvendo 40 operários, máquinas e caminhões. Os trabalhos só puderam ser iniciados após autorização da Defesa Civil de Cachoeiras, que, baseada em laudo do Departamento de Recursos Minerais (DRM) do estado, considerava arriscada qualquer tentativa de desobstrução com o terreno instável devido à chuva. Por sorte, o mau tempo se dissipou após a queda da barreira.
Após a vistoria dos geólogos do DRM, o órgão recomendou que as pedras e terra que desceram da encosta não fossem removidas "até que se estabeleça um cenário de maior segurança, ou seja, que não tenha previsão de chuva e que o solo não se encontre saturado. Recomenda-se ainda que a interdição da via dure pelo menos 24 horas sem chuva devido à instabilidade dos blocos contidos na massa mobilizada". O laudo foi produzido pelo Núcleo de Análise e Diagnóstico de Escorregamentos do DRM.
Encosta de 50 metros de altura
Segundo o laudo do DRM, trata-se de um "escorregamento de grande porte, com 50 metros de altura e 35 metros de largura, composto por blocos de rocha alterada envolvidos por uma escassa matriz de solo. O rompimento ocorreu devido ao intenso faturamento observado nas rochas com alta possibilidade de infiltração de água no sistema. Apesar do volume de material mobilizado, não houve danos e não há casas próximas à estrada com risco de serem atingidas pela reativação deste evento. A encosta apresenta árvores inclinadas no topo e possibilidade de novos rompimentos".
Por pouco não aconteceu uma tragédia: o tráfego foi interrompido pela Rota 116 cerca de uma hora antes do desmoronamento. Algumas pedras rolaram por volta das 8h sobre a terceira faixa, dando tempo à concessionária de sinalizar o trecho e acionar operadores. Em um vídeo feito por um leitor que estava no local, e divulgado por A VOZ DA SERRA em suas redes sociais, foi registrado o exato momento em que a encosta vem abaixo, bloqueando a via. A imagem impressiona.
Deixe o seu comentário