Cartão-postal da cidade, Catarinas são castigadas por queimadas

Incêndio que atingiu montanha menor e foi até o topo da maior durou 11 horas. Ainda não se sabe o tamanho da área devastada
sexta-feira, 22 de setembro de 2017
por Guilherme Alt
As cham,as lambendo a Catarina-Filha ao anoitecer desta quinta (Foto do leito Alexandre Meinhardt)
As cham,as lambendo a Catarina-Filha ao anoitecer desta quinta (Foto do leito Alexandre Meinhardt)

Nesta quinta-feira, 21, um incêndio de grandes proporções nas Pedras Catarinas, um dos cartões-postais de Nova Friburgo e que estampa a logomarca dos 200 anos da cidade danificou uma grande área e espalhou fumaça, cinzas e fuligem por grande parte dos bairros de Olaria e Cônego. Equipes do Corpo de Bombeiros trabalharam durante 11 horas seguidas no combate às chamas. Foram necessárias três viaturas, um carro-pipa e 16 bombeiros militares para conter o fogo na vegetação, em uma área de difícil acesso. Ainda não se sabe o tamanho dos danos à natureza.

O fogo, que começou por volta das 16h e varou a madrugada, foi avistado do Centro da cidade. As chamas altas consumindo a vegetação assustaram moradores. O incêndio começou pela Catarina-Fiha e, no fim da noite, Já chegava ao topo da Catarina-Mãe.

Após mais de 50 dias sem chuva, as queimadas vêm castigando áreas de vegetação e encostas de Nova Friburgo. Somente na quinta-feira, 21, pelo menos 19 ocorrências foram contabilizadas pelos bombeiros.

De acordo com o comandante do 6º GBM, coronel Fábio Gonçalves, mais de 90% desses focos são provocados pela própria população que queima lixo e restos de capina em terrenos, facilitando a propagação do fogo. A temperatura elevada durante o dia, a baixa umidade do ar, a vegetação desidratada, os ventos e a topografia bastante acidentada de grande parte da cidade também facilitam e agravam os incêndios.

Ainda de acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros, só na última semana o número de queimadas em Nova Friburgo subiu de 56 (até o último dia 13) para 126 (até a última quarta-feira, 20), conforme noticiou A VOZ DA SERRA nesta sexta-feira, 22. De acordo com dados da corporação militar, destas 70 ocorrências de fogo em vegetação atendidas nos últimos sete dias, 55 eram próximas a residências. Só na quinta-feira, 21, as equipes dos bombeiros trabalharam para conter chamas em oito localidades: Olaria, Alto de Olaria, Vale dos Pinheiros, Bela Vista, Jardinlândia, Santa Tereza, Varginha e Lumiar.

O número de incêndios em vegetação registrados nestes primeiros 20 dias de setembro já é cinco vezes maior do que o registrado durante todo o mês em 2016. Apenas no Parque São Clemente, 11 bombeiros foram deslocados para conter as chamas na quarta-feira, 20. Em entrevista à VOZ DA SERRA, publicada na última segunda-feira, 18, o comandante Fábio Gonçalves afirmou que a mudança pode ser atribuída às alterações climáticas. “O período de estiagem varia bastante a cada ano. Em 2016, por exemplo, o período de estiagem já começou com queimadas, esse ano os incêndios em vegetação estão tardios exatamente porque os dias secos demoraram a chegar. Fatores como umidade e temperatura fazem culminar no aumento ou diminuição do índice de fogo em vegetação”, explicou o coronel bombeiro.

 

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