Campeão da Taça Corcovado, Frizão está a 2 passos da Série A

Nas semifinais gerais da Série B1, Tricolor enfrenta o Goytacaz, em duas partidas: este sábado e na quarta
sexta-feira, 27 de setembro de 2019
por Vinicius Gastin (esportes@avozdaserra.com.br)
A alegria da equipe campeã da Taça Corcovado (Foto: Igor Cruz)
A alegria da equipe campeã da Taça Corcovado (Foto: Igor Cruz)

Tem que ter coração. E não apenas isso. Competência, precisão e eficiência. O Friburguense teve isso. Vontade até a última bola, disciplina tática durante todo o tempo. Teve a frieza de Dedé para cobrar o pênalti aos quatro minutos do primeiro tempo e converter, mesmo com Deola acertando o canto. 

Teve a energia positiva de Nova Friburgo, que mesmo distante, parecia subir junto com a defesa a cada cruzamento, voar junto com Afonso em cada chute a gol do América. A mesma cidade que está a dois passos de ver novamente o seu time, um dos maiores motivos de orgulho, novamente na elite do futebol carioca.

Nas semifinais gerais da Série B1, o Friburguense vai enfrentar o Goytacaz, em duas partidas. A primeira acontecenesta sexta-feira, 28, em Campos, e o duelo decisivo será em Nova Friburgo, na quarta-feira, 2 de outubro. Como campeão de turno, o Tricolor da Serra joga por placares iguais na soma dos resultados.

Pressão e gol

A dúvida sobre a presença de Vitinho permaneceu até minutos antes de a bola rolar. O jogador passou por tratamento intensivo, e houve uma grande mobilização para que o volante pudesse jogar a decisão. Apesar dos esforços, um dos mais regulares do Friburguense na temporada não se recuperou a tempo e ficou no banco. 

O técnico Cadão tinha opções de jogadores mais experientes, mas recorreu à base e lançou o jovem Murillo, cria do clube, natural de Nova Friburgo. Era a essência do bom trabalho de base tricolor em busca do título da Taça Corcovado e da sobrevida para brigar pelo acesso à Série A em 2020.

Na prática, Murillo ocupou a lateral direita, e Diego Ibraim foi adiantado para compor a linha de meio-campo. Logo nos primeiros minutos, movimentação intensa dos dois times. O Friburguense apertou a saída de bola e quase teve sucesso com Toshyia, enquanto o América buscou o lado esquerdo com Quaresma. A estratégia de pressionar a zaga carioca deu certo aos quatro minutos.

Jorge Luiz conseguiu desarmar Lucão, invadiu a área e foi derrubado pelo zagueiro. Pênalti claro, marcado pela arbitragem e convertido por Dedé. Inteiro e ligado em campo, o Frizão aproveitava os erros do adversário para se aproximar da meta. Foi assim que Maycon ligou no contra ataque, mas acabou desarmado na hora de rolar para Toshyia, em liberdade na entrada da área. 

Pouco depois, aos 13, Maycon voltou a incomodar pelo lado esquerdo, tentou colocar no ângulo e Deola fez grande defesa. O trio de ataque do Friburguense atormentou a defesa americana a todo momento, inclusive pressionando a saída de bola. A movimentação de Maycon, Toshyia e Dedé confundiu a marcação, mas foi preciso ter cuidado também no setor defensivo. 

Quaresma aproveitou bobeada na saída de bola, passou por Raniel, levantou e Pedrinho cabeceou firme, com muito perigo, rente ao travessão aos 22 minutos. Pouco depois, Pedrinho serviu Robinho, que tocou na saída de Afonso. A bola passou muito perto da trave direita.

O América viveu, entre os 20 e 35 minutos, o melhor momento no primeiro tempo, mas o Tricolor conseguiu segurar as investidas do adversário.

Segundo tempo

O América mexeu para o segundo tempo, enquanto o Friburguense manteve time e postura. Restavam 45 minutos para levantar a taça e se garantir na semifinal geral da Série B1. O time rubro buscou na cobrança de escanteio e toque de Sosa, e o Tricolor respondeu na falta cobrada por Jorge Luiz, cortada pela defesa. 

Aos três minutos, o América teve a chance de um bom contra ataque, mas Matheus Babi demorou para definir e a defesa do Frizão afastou o perigo. Pela esquerda, com a entrada de Chayene, o Mecão descobriu uma maneira de chegar com mais força ao ataque. Cadão percebeu, e logo aos 13 minutos, mandou Ricardo a campo para reforçar o setor. Curiosamente era por ali a válvula de escape, quase sempre buscando a velocidade Maycon.

Sem muitas alternativas, Nei Barreto lançou praticamente quatro atacantes depois do tempo técnico. Na tentativa de ampliar e qualificar a posse de bola, Dieguinho foi a novidade do Friburguense. A equipe carioca tentou no cruzamento de Quaresma e cabeçada de Rafael Carioca para a defesa segura de Afonso. 

O Tricolor conseguiu se soltar um pouco mais depois dos 30 minutos, e se fez presente nas proximidades da área de Deola em algumas oportunidades. Mas foi Afonso quem trabalhou aos 34, em chute de Araruama. 

Com Bruno Leal na vaga de Dedé, Cadão fechou o Friburguense de vez. Ainda assim Maycon teve a chance aos 39, quando bateu de perna canhota e parou na defesa de Deola. E decisão é assim mesmo, como dizem muitos treinadores: final não se joga, se ganha. Cortando todos os cruzamentos à grande área, desarmando quando possível. Vibrando muito com o apito final, que coroou uma grande campanha e um trabalho fantástico de direção e comissão técnica. O acesso está mais perto.

Ficha Técnica:

América 0 x 1 Friburguense

Campeonato Carioca Série B1 2019

Final - Taça Corcovado

25/09/2019 - 15h

Estádio Proletário Guilherme da Silveira, Bangu-RJ

Renda: R$ 4.090

Público: 295 pagantes / 495 presentes

Árbitro: Diego da Silva Lourenço 

Assistentes: Carlos Henrique Alves e Rafael Gomes Rosa

América: Deola; Wagner Diniz (Miguel), Lucão, Vladimir, Quaresma; Araruama, Julinho, Robinho (Chayene), Matías Sosa (Raphael Carioca); Pedrinho e Matheus Babi. 

Técnico: Nei Barreto

Friburguense: Afonso; Murillo, Raniel, Júlio César, Digão (Ricardo); Jeffinho (Dieguinho), Diego Ibraim e Jorge Luiz; Maycon Douglas, Toshiya e Dedé (Bruno Leal).

Técnico: Cadão

 

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