Caem pela metade os registros de ocorrência na 151ª DP

Policiais civis estão em greve desde janeiro por causa do atraso no pagamento do extra e do 13º salário
sábado, 01 de abril de 2017
por Alerrandre Barros
151ª Delegacia policial (Foto: Henrique Pinheiro)
151ª Delegacia policial (Foto: Henrique Pinheiro)

A greve da Polícia Civil, que já se arrasta por mais de dois meses, reduziu pela metade o número de ocorrências registradas, em fevereiro, na 151ª DP, em Nova Friburgo. O relatório mensal divulgado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), na última semana, mostra que 333 casos foram registrados no mês passado, na delegacia, contra 628 no mesmo período do ano anterior.

Os registros de furto, por exemplo, caíram de 106 casos anotados em fevereiro do ano passado para 36 este ano. Já os roubos subiram de 12 para 19 ocorrências. Lesão corporal dolosa diminuiu de 109 para 69, e os registros de ameaça caíram de 131 para 31. As anotações de apreensões de drogas, entretanto, aumentaram de 33 para 48 casos. E o número de prisões também subiram: foram 72 em fevereiro 2016 e 108 em fevereiro deste ano.

As ocorrências já vinham sendo subnotificadas nas delegacias do estado desde meados janeiro, quando começou a paralisação da categoria. Em Friburgo, os agentes só passaram a registrar todas as ocorrências a partir do dia 20 de fevereir, quando o novo delegado assumiu o posto na 151ªDP. “Somente extravios de documentos, pedimos que seja feito o registro no site (https://dedic.pcivil.rj.gov.br) da Polícia Civil”, disse o titular da delegacia, Marcello Braga Maia.

Na última segunda-feira, 27, os servidores da Polícia Civil decidiram manter a greve durante assembleia na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro. Eles pedem melhores condições de trabalho e o pagamento do 13º salário de 2016 e das gratificações dos servidores da área de segurança. A próxima reunião da categoria para decidir os rumos da paralisação vai acontecer no dia 24 de abril.

A greve vai continuar nos moldes em que ela se encontra hoje, com atendimento às ocorrências de natureza grave e urgente”, disse o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Rio (Sindpol), Márcio Garcia.

O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão disse, na última semana, que a definição sobre a data de pagamento das gratificações e do 13º do ano passado depende da aprovação do Plano de Recuperação Fiscal, pelo Congresso Nacional. Se aprovado, o governo federal vai emprestar dinheiro ao estado e vai adiar por três anos pagamento da dívida do Rio com a União.

Os servidores da segurança (ativos, inativos e pensionistas) e da educação (ativos) receberam o salário de fevereiro no último dia 14. Ativos da Secretaria Estadual de Fazenda e ativos e inativos da Procuradoria Geral do Estado (PGE) foram pagos dias depois, mas as outras categorias do funcionalismo público ainda não receberam salário.

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TAGS: Greve | Crise | Segurança
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