Bruno Baeta brilha em prova de Enduro e fatura o Montanhas Race 2019

Um dos principais nomes do downhill friburguense faz bonito também na outra modalidade, em Campos do Jordão
terça-feira, 19 de novembro de 2019
por Vinicius Gastin
Um dos principais nomes do downhill friburguense, Bruno Baeta brilha também no Enduro
Um dos principais nomes do downhill friburguense, Bruno Baeta brilha também no Enduro

No downhill, Bruno Baeta sempre representou Nova Friburgo e, em diversas oportunidades, esteve presente no lugar mais alto do pódio. Desta vez o piloto se arriscou em uma competição de Enduro, e se a modalidade foi diferente, o resultado não mudou tanto. Baeta faturou o título do Montanhas Race, categoria Master 2. O evento é tradicional, sendo a primeira prova de Enduro do Brasil, promovida desde 2013. 

As bases sempre são escolhidas em locais que proporcionam integração entre os participantes, e com atrativos para os acompanhantes. Pelo fato de não acontecer na região, há uma dificuldade de os atletas de Nova Friburgo participarem da competição. Em 2019, com a etapa única no município de Campos do Jordão, em São Paulo, Bruno Baeta priorizou a prova. 

“Resolvi diminuir a quantidade de participações e aumentar a qualidade de provas este ano. Foi interessante, pois pude investir certo, em eventos que realmente vão dar um retorno de visibilidade, podendo disputar em uma categoria cheia”, explica.

Baeta foi um dos cerca de 200 pilotos participantes do evento, e um dos quatro representantes do Estado do Rio de Janeiro. No primeiro dia, no sábado (2), o friburguense largou para a modalidade E1 (Especial 1), que exigiu um deslocamento bastante acelerado até a D1 (Deslocamento 1) e não contou com nenhum treino. “Isso foi um pouco complicado, até porque os pilotos paulistas já conhecem. A cidade respira mountain bike, mas eu pude me encaixar e fazer um tempo muito bom.”

Desta forma, Baeta seguiu para a E2 (Especial 2), onde a volta era bastante grande, mas com permissão para treinar, e depois para a E3. O piloto permaneceu nas pistas de 10h até meados de 17h, apenas neste primeiro dia, e após a divulgação dos tempos, houve a confirmação da liderança na categoria. No domingo foram promovidas as provas E4, E5 e E6, e Baeta acelerou. Na E5 o piloto perdeu um pouco de tempo, pela falta de pontos de ultrapassagem, mas o bom desempenho nas demais assegurou o título. 

“O clima estava perfeito. Nos dias de evento não choveu, e não precisei mexer em nada nos pneus. Há muito tempo eu não participava de uma prova tão puxada. É uma modalidade que exige muito fisicamente do atleta. É preciso pedalar pra chegar até o pico e tem que acelerar sem conhecer muito. E no final de todas as especiais, se você tiver feito todo o deslocamento certinho, há um somatório, e quem tiver o mais baixo, com a melhor estratégia de prova, é o vencedor.”

O Enduro é semelhante ao downhill, com trechos cronometrados por foto-célula, mas não há oportunidade de praticar antes. As provas geralmente são mais longas e cansativas, e as Especiais (trilhas cronometradas) podem ter até 30% do circuito composto por subidas. Há um tempo determinado para cumprir o percurso, e qualquer minuto além resulta em desconto de pontos. O Montanhas Race foi realizado nas categorias Pro 19+, Master 1, Master 2, Master 3, Amador, Feminino e Elétrica. O percurso foi dividido em seis estágios cronometrados e deslocamentos, com no mínimo 70% de declive na soma deles, em terra e asfalto.

 “Dedico essa vitória a todos os meus amigos, à galera toda que torce por mim e sabe o quanto que eu gosto e respiro bike. Em especial ao meu grande amigo Bruno Ponce, que deixou a gente. Até corri com a camisa dele. Agradeço aos apoiadores, a Ibs bikes, Ibs Alpes, Ccm Sports, Colorado Madeiras e Ferramentas, Friburgo Showrrasquinho , Academia Body Club, Awe Info, Oficina da Cor e Universo Verde Suplementos.”

A trajetória

Baeta ganhou a primeira bicicleta ainda aos sete anos de idade. Em cima da modesta "Monaretta”, começou a desenvolver todo o talento que o transformaria em um dos melhores pilotos do país. Com muito esforço, o então garoto montou a própria cross, que acabou furtada. Ao lado dos amigos Chapolin e Domenico, frequentava as pistas do Country Clube e do Prado. A transição de amador para profissional se deu de forma natural, através do simples desejo de viver novas emoções sobre duas rodas.

A carreira vitoriosa no downhill é marcada por percalços e perdas. Em 1998, Baeta, à época com 18 anos, sofreu um acidente de carro com o irmão em Duas Pedras, na altura do posto do Detran. O piloto teve uma séria lesão no braço e passou por uma cirurgia. Rafael não resistiu e morreu. Ainda durante a recuperação da cirurgia, comprou uma bicicleta, um modelo KHS de cor amarela, e a pendurou na parede do quarto. O equipamento trazia as lembranças do irmão e representava a força necessária para não abandonar o esporte. 

A primeira vez de Baeta em uma competição foi em Jacarepaguá, aos 24 anos. Desde então são vários títulos e experiências marcantes, como o Mundial Master de 2012, em Balneário Camboriú, onde competiu com vários pilotos que até então apenas assistia pela televisão. A sexta colocação é considerada uma vitória, uma vez que a corrente da bicicleta do friburguense arrebentou. Campeão do ranking carioca — que conta todas as provas no Rio — por diversas, Bruno Baeta começa a trilhar também o seu caminho vitorioso nas competições de Enduro.

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