Vacina infantil não ameaça faltar em Friburgo: razão é baixa procura

Enquanto capital suspende aplicação na faixa de 3 e 4 anos por falta da Coronavac, aqui apenas 385 crianças tomaram a primeira dose
quarta-feira, 10 de agosto de 2022
por Christiane Coelho, especial para A VOZ DA SERRA
Foto: Governo RJ
Foto: Governo RJ

Há um ano, a volta às aulas presenciais ainda estava com restrições, como rodízio de alunos e a oferta de aulas online, devido à pandemia da Covid-19. Muitos pais eram contra o retorno, com medo da infecção pelo coronavírus e acreditavam que só seria possível com a vacinação dos profissionais da educação e crianças. A vacinação avançou, mas não contemplava ainda os pequenos. Em janeiro deste ano, o Ministério da Saúde anunciou a inclusão de crianças entre 5 e 12 anos na campanha de vacinação contra a Covid-19, com o imunizante pediátrico da Pfizer. Mas ainda faltavam os pequeninos. Em 19 de julho, houve a liberação do imunizante Coronavac para crianças de 3 e 4 anos.

Apesar da expectativa dos pais pela inclusão das crianças no ano passado, a busca pelo imunizante tem sido abaixo do esperado, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Em nota, ela informou que até ontem, 10,  apenas 385 crianças com 3 e 4 anos receberam a primeira aplicação contra a Covid-19. Uma quantidade considerada baixa pela pasta.

Estoque  suficiente no município 

Enquanto há a suspensão da vacinação desse público em outras cidades, como no Rio de Janeiro, alguns estados, como Mato Grosso, ainda nem começaram a vacinar crianças de 3 e 4 anos, por falta da Coronavac. Em Nova Friburgo, há cerca de duas mil doses de vacina para a primeira aplicação nas crianças de 3 e 4 anos. “No estoque ainda há uma quantidade suficiente para a segunda aplicação das crianças que já receberam a primeira dose. É esperado que seja suficiente para as próximas semanas, mas, é claro, que isso dependerá do número de procura e do envio de novas doses,” informou a Prefeitura de Nova Friburgo, através de nota.

Ainda de acordo com a prefeitura, não são só os pais que estão deixando de levar seus filhos para tomar a vacina. A procura de jovens, adultos e idosos pelas demais doses também está baixa, principalmente pela quarta dose. 

Capital sem Coronavac

 Desde terça-feira, 9, a aplicação da primeira dose da vacina contra a Covid-19 em crianças de 3 e 4 anos está suspensa na cidade do Rio de Janeiro. A interrupção, segundo comunicado da Secretaria de Saúde da prefeitura carioca, aconteceu devido ao Ministério da Saúde não ter enviado a remessa de Coronavac, o único autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso neste público, solicitada desde o mês passado pela prefeitura. Mas, apesar das solicitações, não há previsão de quando a nova remessa será enviada pelo Ministério da Saúde.

De acordo com a Secretaria de Saúde da capital, entre 15 de julho e 8 de agosto, foram vacinadas 39.319 crianças de 3 e 4 anos com a primeira dose da Coronavac.  E, a segunda dose para os pequenos, prevista para ser iniciada neste sábado, 13, está garantida com a vacina reservada especificamente para esse fim. Por meio de nota, o ministério informou que está em tratativas para aquisição do imunizante, de acordo com a disponibilidade de entrega pelos fornecedores.

Atualização da caderneta de vacina

Além da vacinação contra a Covid-19, os pais de crianças e adolescentes têm mais um compromisso: vacinar os menores contra a poliomielite, para prevenir contra a paralisia infantil, e aproveitar para atualizar as demais vacinas infantis de rotina, que estiverem atrasadas. A campanha de vacinação contra poliomielite e multivacinação começou na última segunda-feira, 8, em todo o Brasil.  

Segundo a Prefeitura de Nova Friburgo, a procura pela vacina contra poliomietlite também está baixa, assim como a multivacinação. Em nota, a prefeitura informou que “atingimos pouco mais de 45% das crianças com a caderneta completa, entretanto, o objetivo da Secretaria Municipal de Saúde é ultrapassar os 90%. E, para isso, contamos com a conscientização e colaboração dos pais e responsáveis em levar as crianças para a conferência da caderneta e atualização das vacinas, caso seja necessário.”

A baixa adesão à vacinação no Brasil, especialmente na faixa etária de crianças e adolescentes, tem acendido o alerta para a possibilidade de retorno de doenças consideradas erradicadas, como a poliomielite. Segundo dados do DataSUS, do Ministério da Saúde, a cobertura vacinal contra a paralisia infantil caiu de 96,55%, em 2012, para 67,71%, em 2021, levando em conta as três doses que são dadas ainda nos primeiros meses de vida.

No lançamento da campanha de vacinação contra poliomielite e multivacinação, que aconteceu no último domingo, 7, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ressaltou a necessidade da obtenção de uma alta cobertura vacinal. “Ninguém tem dúvidas da importância do Programa Nacional de Imunizações, com ele nós erradicamos a poliomielite. O último caso foi em 1989. Nós temos que imunizar contra a poliomielite 15 milhões de crianças. É urgente que consigamos recobrar nossas coberturas vacinais, no mundo todo as coberturas caíram no período pandêmico”, enfatizou. 

O objetivo da campanha é alcançar cobertura vacinal igual ou maior que 95% para a vacina poliomielite na faixa etária de 1 ano a menores de 5 anos de idade, além de reduzir o número de não vacinados de crianças e adolescentes menores de 15 anos e melhorar as coberturas vacinais, conforme o Calendário Nacional de Vacinação. (Fontes: Ministério da Saúde e Agência Brasil).

 

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TAGS: saúde | vacina