Bairro Ypu: bem perto do Centro, problemas típicos da periferia

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
por Jornal A Voz da Serra

Henrique Amorim

 

O Bairro Ypu, sem dúvida, é uma localidade bastante privilegiada. A dez minutos a pé do principal centro comercial de Nova Friburgo, a Avenida Alberto Braune, seus moradores se orgulham da tranquilidade do local. O bairro é dotado de variado comércio, com farmácias, bares, lanchonetes e padaria, que atendem não só a quem mora nos arredores – parte dos bairros Perissê e Vila Guarani –, mas também quem trabalha nas muitas empresas, confecções, oficinas mecânicas e empresas situadas ao longo da Rua Coronel Zamith e Avenida Emil Cleff.

O bairro ganhou ainda maior movimentação há cerca de dois anos, com a utilização da Rua Maximilian Falck, em frente à Fábrica Ypu, pelas autoescolas do município, que utilizam o largo espaço da via para treinamentos dos futuros motoristas. No local também são realizadas as provas para primeira habilitação do Detran. Na antiga linha férrea da Leopoldina (extensão da Maximilian Falck), a prática da vida saudável é uma característica marcante todas as manhãs, com a presença de atletas que utilizam o espaço para corridas e caminhadas ao ar livre.

Alguns anexos do prédio imponente da Fábrica Ypu também já são ocupados por galpões de indústrias, transportadoras de cargas e até mesmo academias de ginástica, horto florestal e casa de festas, além da sede da Associação dos Diabéticos de Nova Friburgo (Adinf). Juntos, atraem maior movimentação de pessoas e trânsito ao Bairro Ypu. Tudo isso sem contar o cartão de visitas do bairro, que é a entrada urbana de Nova Friburgo: o tradicional mercado das flores, que dá um multicolorido todo especial à localidade, bem pertinho da quadra da escola de samba Unidos da Saudade, na subida do Viaduto Geremias de Mattos Fontes.

Mesmo com toda a funcionalidade do Bairro Ypu, a localidade apresenta problemas típicos da periferia, como calçadas esburacadas, bueiros destampados, lixo e abandono de espaços públicos, como o setor de apoio aos motoristas de caminhões e veículos a frete, que está com os banheiros quebrados e, segundo denúncias anônimas, costuma ser frequentado por usuários de drogas, principalmente à noite. A pouca iluminação do local naquele trecho também é motivo de queixas dos moradores.

O descaso no bairro não para por aí. A quadra de esportes da Praça Mac Niven está com as grades e a porta de ferro quebradas, o que representa perigo para os adolescentes que utilizam o espaço. A presença de mendigos sob o Viaduto Geremias de Mattos Fontes foi banida recentemente, com a instalação de pedras nos jardins.

“Esta iniciativa foi um grande acerto da Prefeitura. Resolveu de vez o eterno problema da ocupação dos espaços sob o viaduto por famílias inteiras de mendigos. Muitos apareciam à noite e faziam barulho, sem contar o consumo de drogas e até prostituição. Deixei até de voltar do Centro para casa a pé, pois tinha medo de ser assaltado nesse trecho. Agora a situação melhorou”, observa a moradora Angélica Borges da Silveira, 47 anos.

Já na Avenida Emil Cleff, pedestres e usuários de ônibus se expõem ao perigo ao caminhar ou aguardar os coletivos no ponto em frente à ponte de pedestres, próximo ao Forró Beira Rio, devido à falta de grades na margem do Rio Santo Antônio. Ao longo da mesma avenida, construções à beira do rio também representam perigo para moradores.

 

Na Rua Mac Niven, construção de nova galeria de águas pluviais

 

Com as obras de construção de uma nova galeria de captação de águas pluviais na Rua Mac Niven, os motoristas ficaram sem a válvula de escape do conturbado trânsito do Viaduto Geremias de Mattos Fontes. A obra pretende evitar infiltrações nas lojas e melhor escoamento das águas das chuvas oriundas do Cordoeira. A previsão da Secretaria Municipal de Serviços Públicos é de que as obras se estendam até a semana que vem.

Comerciantes amargam queda nas vendas, mas concordam com a necessidade da obra. A nova galeria, com tubulações de maior diâmetro, visam ainda evitar alagamentos na via.

“É um mal necessário. Sofremos agora com a lama e a dificuldade para caminhar nas calçadas, mas depois não teremos mais alagamentos, pelo menos é o que se espera”, comenta o morador Antônio Luiz Barbosa Silva, 54 anos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS:
Publicidade