“2018 vai ser punk”, diz a nadadora friburguense Jhennifer Alves

Atleta que disputou as Olimpíadas do Rio falou do recorde sul-americano conquistado há três semanas e das projeções para o próximo ano
sexta-feira, 29 de dezembro de 2017
por Guilherme Alt

A nadadora friburguense Jheniffer Alves entrou, recentemente, para a história do esporte da aeronáutica como a primeira mulher brasileira a bater recorde sul- americano e o seu próprio recorde, no Torneio Open CBDA-Correios, nos 50m nado peito.

De férias em Nova Friburgo, Jhennifer tirou um tempo para dar uma entrevista no programa Bloco de Notas, apresentado por este repórter e falou, entre outros assuntos, do ano de competições que está por vir e das chances de disputar uma olimpíada pela segunda vez consecutiva. Confira nesta entrevista exclusiva:

AVS: O que você pode dizer sobre esse momento marcante que foi a quebra do recorde sul americano, agora no final do ano?

O recorde foi muito importante. Nadar 30s51, em 50m, me colocou entre as 15 melhores nadadoras do mundo, na categoria. Atualmente, eu sou a 12ª do ranking mundial. Eu troquei de técnico esse ano, mas as metas continuaram as mesmas e elas foram alcançadas. Estou muito feliz. A expectativa é melhorar cada vez mais esse recorde e conseguir uma medalha em um mundial e posteriormente uma medalha olímpica.

Dezembro foi um mês corrido com competições em sequência. Como foi isso?

Foram duas semanas de competições intensas. A primeira foi o Torneio Open CBDA-Correios, que eu disputei pelo meu clube, o Esporte Clube Pinheiros-SP, pelo qual fui campeã e bati o recorde sul-americano. Logo depois fui campeã na 49ª edição do Campeonato Mundial Militar de Natação, realizado na piscina da Unifa, no Rio de Janeiro. Eu faço parte das forças armadas, sou da Força Aérea Brasileira, e é muito bom porque nos permite participar de competições internacionais importantes.

O ano de 2018 promete ser frenético, com o Mundial e busca de índices para outras competições internacionais, certo?

Isso. Tirando o mês de dezembro, o ano de 2017 foi calmo, em termos de competições, mas 2018 vai ser o oposto. Vamos ter o Campeonato Mundial em piscina curta, Campeonato Pan-Pacífico de Natação, Jogos Mundiais Militares, na Rússia, vai ser um ano punk.

E ainda tem a seletiva para os Pan Americano de 2019, em Lima, no Peru?

O mais provável é que a seletiva seja a última competição do ano que vem ou a primeira de 2019. A preparação, claro, será feita ainda em 2018. Não são só as competições, a preparação para elas também requer muito tempo e disciplina. A partir de 2018 inicia-se o segundo ano do ciclo olímpico e com ele a preparação para as Olimpíadas e busca pelos índices pra competição, em Tóquio.

Que lições você tira da sua participação nas Olimpíadas do Rio, em 2016?

Eu era uma das atletas mais jovens na seleção que disputou os jogos do Rio e o que foi bacana é que os atletas mais experientes me passaram muitas dicas e toda dimensão de disputar uma olimpíada. Quando você está dentro dessa competição, é um sentimento único, só mesmo vivenciando para saber como é. Foi uma competição na qual eu adquiri muita experiência, a seleção ficou em 12º. Para Tóquio, a minha expectativa é de poder nadar os 100 metros peito e quem sabe conseguir uma medalha.

Vida de atleta, principalmente atleta olímpico, aqui no Brasil não é fácil porque depende muitos de patrocinadores e investimento. Como está essa questão para você?

É muito complicado, o atleta olímpico, no geral, não é muito visado. O Ministério dos Esportes oferece uma ajuda, mas não o suficiente. Eu deixei de cursar uma faculdade para me dedicar aos treinos e está difícil arrumar um patrocinador. Eu venho buscando, inclusive aqui na cidade, empresários que queiram expor a sua marca, não só no Brasil, mas também no mundo, já que eu vou competir em diversos países no ano que vem.

E você tem resultados significativos, como o recorde sul-americano, é uma atleta de ponta, com experiência de ter disputado uma olimpíada.

Aqui em Friburgo, a natação não é tão visada. O que está mais em alta na cidade são as modalidades de luta, e com razão, a cidade tem dois atletas de ponta competindo no principal esporte que é o UFC. E eu acredito que junto com eles eu deva ter um espaço na cidade. Até mesmo para que eu possa servir de exemplo e inspiração para os novos friburguenses que queiram praticar esse esporte.

Diante de tantos compromissos, é difícil vir a Friburgo para uma visita?

Sim, é muito difícil. Eu estava com muitas saudades de Friburgo, da minha família, dos amigos. Esse ano foi muito corrido e eu quase não pude vir pra cá. Agradeço o convite de A VOZ DA SERRA, por proporcionar este espaço e divulgar o meu trabalho.

Quem quiser saber mais sobre você ou quiser entrar em contato, como faz?

Eu tenho um Instagram, que é o @jhenniferalvesc e no Facebook: Jhennifer Alves.

 

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