Do bloco de carnaval ao bloco de anotações, A VOZ DA SERRA não perde a hora!

terça-feira, 06 de fevereiro de 2018

“É com esse que eu vou” convidar os leitores para embarcarmos na plataforma “Z”. O convite começa no “Abre alas” de Chiquinha Gonzaga e vem de encontro ao carnaval friburguense. É inegável a magia que as folias de momo têm para sobreviverem às transformações dos tempos, dando espaço para as inovações sem, contudo, perderem os elos com o passado. Qual criança não teria tido ao menos um saquinho de confete ou que não tenha feito um tambor de uma lata de leite em pó? A fantasia é uma roupagem que se veste desde a infância, porque a vida precisa dos adereços da ilusão.

Além dos blocos tradicionais, tem muita novidade. O Baratona sem Limite surgiu no Natal de 2017. O Rock ´n´ Redo promete marchinhas pelas ruas e com nosso deputado Wanderson Nogueira, “Bora Viver”! Entre o Amoribunda, o menor bloco e o Rastafari – o gigante de Nova Friburgo, o que vale é arrastar a multidão. “Botar o bloco na rua” é libertar os sapos que a gente vai engolindo no dia a dia e as marchinhas sempre serviram de válvula de escape, como no caso do carioca “Imprensa que eu gamo” - “Ai, ai, Eike que confusão / Bangu é o novo point de grã-fino no verão...”.

Em “Sobre Rodas” saímos do “Z”, com uma enorme questão: “Até quando?”, em que o professor Madeira nos guia para as vias da reflexão sobre investimentos em segurança nas estradas, pois, “cada vida que se perde é uma história, uma consciência, uma família mutilada, saudades dolorosas que não passam”.

Boas falas sobre a reabertura das atividades do Centro Vocacional Tecnológico. A previsão de retorno das atividades é otimista, ainda neste semestre, já que a “promessa do estado” é de que tudo esteja pronto até os 200 anos da cidade. De acordo com o diretor Bruno Lannes, a meta é trazer “cursos que se identifiquem com a vocação de Nova Friburgo. Falando em cursos, entre escolas particulares, estaduais e municipais, “30 mil estudantes voltam às aulas” esta semana. Que esse retorno possa reforçar a importância da educação, edificando uma geração mais consciente, livre da violência.

Somente a educação pode reverter quadros como os noticiados sobre o aumento de 33% de roubos de carga em Nova Friburgo, em 2017. É preciso combater esse mal na raiz do problema, porque aumento de vigilância ou mais segurança são recursos paliativos. O editorial chama para a importância das bibliotecas nas escolas e até nos bairros, como incentivo à leitura. Sabemos que esse é um caminho seguro para fundamentar a educação. Particularmente, observo o fechamento de nossa biblioteca municipal durante as férias escolares de janeiro. Vê-la com suas luzes apagadas nesse período é como apagar as luzes do conhecimento. Aliás, tão bonita e arejada como está, é também um local de atrativo turístico muito forte.

Bastante assustadora a pesquisa do Instituto Nacional do Câncer de que “haverá cerca de 600 mil novos casos da doença este ano”. Ao mesmo tempo em que a manchete assusta, há um alento de que muitos casos da doença podem ser prevenidos. Quanto à retomada das obras do Hospital do Câncer em nossa cidade, o deputado Wanderson Nogueira garante que desde o início está na luta para a construção da unidade e continuará até que esteja em pleno funcionamento. Valeu deputado!

Em “Há 50 anos”, na edição de 3 e 4 de fevereiro de 1968, W. Robson continuava a defender que a fundação de Nova Friburgo ocorrera em 3 de janeiro de 1820. Ainda bem que essa discussão ficou no passado, pois, se não fosse pelo decreto do rei, de qualquer forma seria lindo festejar 16 de maio, sob o céu azul de outono.

David Massena fez bonita homenagem para nossa querida Dilva Maria de Moraes, cuja “obra em vida ultrapassa o magistério, as ações de políticas públicas, a trova, a literatura, a história...”. Realmente, David, o profundo silencio não é somente na sua alma, mas também na alma da cidade. Nova Friburgo perdeu a sua Diva da Cultura, justamente no ano do bicentenário que ela tanto prenunciou e desejou presenciar. 

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Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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