Da capoeira aos jogos da vida, é preciso resistência e disciplina para jogar!

terça-feira, 06 de agosto de 2019

Atabaque, berimbau e um agogô. É assim, no bom gingado, que nós festejamos a data 3 de agosto,  Dia do Capoeirista. O Caderno Z é mestre em descobrir essas comemorações. Sendo um esporte cheio de ginga, os benefícios que produz são inúmeros: consciência corporal, resistência, criatividade, controle e flexibilidade. A capoeira era proibida no Brasil até meados do século 20 devido a ser considerada “perigosa e sua prática um crime”. Hoje seria um crime, sim, deixar de praticá-la, tamanho o fascínio que ela desenvolve na elasticidade corporal dos atletas e a disciplina para jogar.

O mestrando Luciano Gomes de Almeida, o Gambá, define a capoeira: “É uma luta, uma dança, é um esporte, é uma manifestação cultural, uma expressão corporal, ela é música. É muito amplo...”. É projeto social também. Contudo, como diz  Fernando Emmerick, o Mestre Garganta: “Infelizmente, a capoeira tem mais valor fora do Brasil. É difícil uma academia que abra as portas para esse esporte...”. A falta de incentivo é motivo, inclusive, para a ida, definitiva, de Luciano para a África do Sul. Mesmo assim, Mestre Garganta fundou o Grupo Berimbau Serrano, em 2015, que há 5 anos desenvolve suas aulas na Academia Submerso, em Olaria. Boas falas.

É hora de cantar parabéns com Wanderson Nogueira em “Palavreando”. O jovem filósofo descobriu que “fazer aniversário” é tanta coisa, que eu penso até que todo dia fazemos um aniversário novo em nossa caminhada, nos deixando “contagiar pela novidade, sem abandonar todas as novidades anteriores que nos trouxeram até aqui...”.

Deixando o Caderno Z, vamos até as obras da ciclovia. Se Carlos Drummond estivesse ainda entre nós e compondo, certamente ele mudaria seu poema para dizer – “tinha um poste no meio do caminho...”, pois os vilões da obra são eles, obrigando a construir desvios. Tem gente achando que os postes têm a finalidade de “melhorar o reflexo dos ciclistas”. Entretanto, como dizia meu pai, a obra não é feita de “orelhada”, pois, foi feito um estudo de que “existe uma convivência pacífica entre ciclistas e pedestres na cidade”. Estou até curiosa para saber como foi feito esse estudo. Nas calçadas da Avenida Alberto Braune não foi, pois os ciclistas assustam bem os transeuntes. Mas, se esse “casamento” pacífico não ruir, teremos bodas de ouro em 2069.

Da ciclovia, podemos pedalar até Portugal e desfrutar de uma boa narrativa sobre a viagem de uma delegação friburguense ao país irmão. “O grupo foi recebido pela Associação Empresarial de Covilhã e autoridades de diversas cidades da região”, como Belmonte e Santo Tirso, entre outras. Dos objetivos da viagem, destacam-se a troca de experiências, estreitamento de laços, possibilitar integração econômica com importação e exportação com bom entrosamento: Friburgo lá, Portugal aqui. Legal!

O lamentável episódio do rim “no pote de polpa de maracujá” continua sem definição, aguardando o  resultado de exame de uma clínica particular para o próximo dia 14.  O Cremerj considerou a ocorrência como “descaso”. Saber que a Prefeitura Municipal informou que há uma demanda de 230 exames no laboratório, aguardando, por falta de um funcionário para realizar os serviços, é de doer. Em “Há 50 Anos”, foram anunciados os falecimentos de dois ilustres de Nova Friburgo: Carlito Braune, campeão de tênis, filho do Dr. Alberto Braune, e Aristão Pinto, “cidadão probo”, muito querido na cidade, levando o comércio a “cerrar as portas” na passagem de seu cortejo fúnebre.

Dados estatísticos informam que “para cada dois friburguenses, há três veículos nas ruas da cidade”. São vários fatores: além dos  citados na matéria, a facilidade de financiamento, a comodidade das pessoas e o espaço de circulação no Centro que continua o mesmo. Daí podemos pegar uma carona para filosofar com a máxima de James Joyce, em Massimo: “Tudo é excessivamente caro quando não é necessário”. Como canta  Mogli, O Menino Lobo – “Necessário, somente o necessário, o extraordinário é demais”. Tudo o que passa da conta, transborda. Com o trânsito, não é diferente. Abraços!

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Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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