Alinhamento e balanceamento: o que são e por que fazer

sábado, 13 de janeiro de 2018

Vimos em nosso encontro passado a importância de uma distribuição de peso equilibrada, e também algumas dicas simples sobre como é possível alcançá-la. Agora, dando continuidade a nossa série de textos sobre a busca pelo melhor equilíbrio dinâmico no momento de pegar a estrada, é hora de falarmos sobre alinhamento e balanceamento dos pneus, estes termos quase inseparáveis que encerram conceitos bem distintos um do outro.

A maior parte dos motoristas simplesmente jamais parou para pensar seriamente a respeito do desafio envolvido quando se trata de fazer um veículo de quatro (ou mais) rodas descrever de forma suave, homogênea e otimizada uma trajetória curva. Poucos se dão conta, por exemplo, que as rodas do lado interno da curva percorrem uma trajetória mais curta e angulada do que as rodas do lado externo, e que isso precisa ser levado em consideração pela engenharia, sob pena das rodas “brigarem” entre si, aumentando o desgaste dos pneus e reduzindo de forma drástica a aderência disponível para a manutenção da trajetória desejada.

A diferença na velocidade de rotação das rodas é assunto que veremos em oportunidade futura, quando viermos a falar sobre diferencial. Por ora nos interessa saber que existe muita ciência aplicada à forma como os pneus se comportam diante de cada comando aplicado pelo motorista ao volante.

Muitos textos, de forma reducionista, irão afirmar que o alinhamento do veículo serve para ajustar os ângulos das rodas, mantendo-a perpendiculares ao solo e paralelas entre si. A verdade é certamente mais complexa, mas o essencial é compreender que o alinhamento cuida para que o posicionamento das rodas seja o mais harmônico possível, reduzindo o desgaste dos pneus, tornando a rolagem mais suave e buscando a atuação mais colaborativa possível entre os pneus durante uma curva.

Recomenda-se verificar o alinhamento a cada revisão ou 10 mil km, e também caso o veículo passe por algum buraco mais acentuado. Ele também deve ser refeito diante da troca de peças na suspensão, ou caso o automóvel apresente sintomas como “puxar” para um dos lados, além de pneus que se desgastam de forma acentuada e irregular, ou “cantam” mesmo em curvas suaves a baixas velocidades. A fim de preservar o alinhamento também deve-se evitar subir em calçadas, sobretudo a partir do eixo dianteiro.

O balanceamento, por sua vez, é individual e cuida para que cada roda esteja uniforme e em equilíbrio, a fim de que possa girar mesmo em altas velocidades sem provocar vibrações. Naturalmente, portanto, problemas com o balanceamento serão notados justamente através de trepidações, que podem se manifestar no volante, no piso, no painel de instrumentos, ou mesmo nos assentos.

Além do desgaste que tais vibrações impõem a peças que certamente terão suas vidas úteis reduzidas, falhas no balanceamento também podem levar a acidentes através do comprometimento da aderência entregue pelo pneu, sempre variável e inconstante.

Antes de pegar a estrada, portanto, tenha a certeza de que seu automóvel está com alinhamento e balanceamento em dia, de modo a aproveitar ao máximo as capacidades dos pneus, aliando segurança ao mínimo de consumo e de desgaste de peças e pneus.

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Márcio Madeira da Cunha

Sobre Rodas

O versátil jornalista Márcio Madeira, especialista em automobilismo, assina a coluna semanal com as melhores dicas e insights do mundo sobre as rodas

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