A hora é agora

sexta-feira, 03 de maio de 2019

O texto vai ser curto. A mensagem, breve. Prometo. Sobre honestidade. Mais uma vez. É necessário, atemporal e eu gosto de falar disso. E por isso repito. Os dicionários dão conta que a honestidade é substantivo feminino (começamos bem). “É qualidade daquele que é honesto”. Ser uma qualidade, é ótimo. Predicados positivos são de bom grado. Está ligada ao decoro, honradez e probidade. Minhas palavras poderiam se encerrar por aqui. Já é o bastante. Só que não. Nunca será. Precisamos de reiterar as premissas básicas do ser honesto. De ser honesto. E reconhecer aquele que consegue sê-lo, apesar dessa conspiração estranha que parece atrair para o lado oposto.

Desde as pequenas práticas às grandiosas, o indivíduo honesto sente-se incomodado se deixar escapar, ainda que por milímetros, o lado bom da força. Inadmite deixar evadir a blindagem da honra que o cerca e por vezes, o toma por completo. Ele vive e convive com a necessidade de empregar grande esforço para manter-se na posição esguia e admirável da honradez. E da sensatez. Orgulha-se de ser correto. Direciona energia para agir como deve ser, sem pisotear nas premissas básicas da boa convivência nem tampouco fingir que esqueceu que ser honesto é qualidade que demanda vigilância constante.

Não se pode pestanejar. Não dá para esmorecer.  Fingir que o troco a mais veio certo no caixa do supermercado? Nem pensar. “Colar” em uma prova para galgar a meta e atingir notas mais elevadas? Também não dá. Extraviar pertences alheios? Enganar pessoas? Falsificar documentos? Inventar mentiras sobre terceiros procurando beneficiar-se disso? Apropriar-se de dinheiro alheio? Nem pensar. Não dá para negociar com o que é errado.

Qual é o preço da confiança? Não tem. Seu valor é inestimável e a vida parece se encarregar de demonstrar isso sempre que possível. O chamado às vezes é demorado. Como não sentir incômodo ao presenciar tantas pessoas aparentemente “se dando bem” fazendo coisas socialmente tidas por erradas pelo critério da hombridade?  Esse é o exercício. Não sucumbir. Ser resistência. Dormir em paz, com a consciência leve como uma pluma. Andar de cabeça erguida. Contribuir com bons exemplos. Esperar a retribuição da lei do retorno, das forças do Universo, que hão de ser justas. Que são justas. Acreditemos.

E nós que já nos atrapalhamos tantas vezes na vida? Que já pestanejamos, esmorecemos, andamos pelas bandas de lá? Mudemos, pois. Sempre é hora. A vida é esse emaranhado de escolhas contínuas. Que enxerguemos no que é certo um caminho a seguir. Uma boa opção. A única. Ainda que saibamos que até o conceito de certo e errado é relativo. De fato, tudo é tão relativo e questionável que poderíamos andar cambaleando sem saber qual rumo seguir.

Essa coisa de escolher um lado é tão pueril e superficial. Mas ... para quem pressupõe a existência dessa enorme corda invisível que separa o moral do imoral, o ético do antiético, o probo do improbo, o que semeia a paz do que fomenta o conflito, o que preconiza boas práticas do que as repudia, o honesto do desonesto, penso que seja mais eficiente escolher para qual lado destinar e empregar a força que te move. A hora é agora.

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Paula Farsoun

Com a palavra...

Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.

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