O fim dos desfiles de 7 de setembro

sexta-feira, 08 de setembro de 2017

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O dia

Em 8 de setembro de 2010, o governo do Irã suspendeu a sentença de morte por apedrejamento a Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada por adultério. A pena de apedrejamento gerou protestos em muitos países e organizações internacionais. O governo brasileiro também fez um apelo formal para que a decisão fosse revogada.

Observando...

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Palavreando

Algumas vezes quero somente estar assim admirando os sons, diversos sons que surgem dos dias, sons das multidões, sons do retiro na natureza, sons dos estádios de futebol ou das conversas alheias nas calçadas das cidades.

O fim dos desfiles de 7 de setembro

 cada ano que passa os desfiles cívico-militares de 16 de maio ou de 7 de setembro ficam menores e mais esvaziados. No de 7 de setembro deste ano, por exemplo, pode-se observar um imenso vazio nas calçadas da Avenida Alberto Braune. Mesmo com um dia lindo, de céu azul e temperatura agradável. Desmotivação, desinteresse, perda da tradição ou mesmo desorganização podem ser fatores que levem a essa pouca presença para assistir.

Desmotivação pelo momento em que o país vive. Falar de independência em tempos de Temer é afronta a inteligência. A soberania nacional nunca foi tão aviltada. Falar de patriotismo com a revelação, dia após dia, da corrupção desvairada em todos os poderes e setores, realmente fica difícil de querer celebrar algo. A população se desapropria do Brasil porque não se vê nele. E aí está o grande perigo, porque é exatamente o que esses escarnecedores da nação querem. Não é diferente na esfera local, onde a inércia incomoda e naturalmente desmotiva.

Desinteresse porque a vida mudou e os desfiles não. As atrações de outrora já não são as que empolgam hoje. Fazer alguém sair de casa não é mais uma tarefa de apenas levar os filhos para desfilar ou apreciar o desfile por alguns minutos. Tem que ter algo mais.

A natural perda de tradição advém do fim do militarismo na década de 1980 e as novas gerações já não se vêem nesse cenário de desfilar pela Pátria. Também ocorre pelo fim ou diminuição de muitas bandas e fanfarras. Quando fui aluno do Colégio Estadual Jamil El-Jaick, por exemplo, desfilava com a pomposa e premiada banda da escola. Hoje, nem sei mais se existe. Sua sala de troféus está engavetada e alunos de hoje nem sabem as glórias que aquela banda teve. Cito o Jamil, porque estudei lá. Mas sei que há tantas outras bandas de escolas públicas ou particulares que acabaram. A perda da tradição se dá também porque as crianças não são chamadas a participar como há 20 anos. Assim, não se forma cultura e a tradição se esvai ao não ser alimentada.

Desorganização. Talvez não seja essa a palavra certa. Mas a desestruturação do evento é visível. Sem gradis. Sem alguns bancos para os mais idosos sentarem. Apenas o palanque para autoridades e convidados. Lembro quando fui aluno da Escola Municipal Batista. A concentração era no pátio da prefeitura. Abarrotado de crianças. Era um mar de gente dentro e fora. Ganhávamos lanche. Muito organizado. A avenida lotada. Hoje, não tem mais nada disso. Aliás, o que menos se vê são crianças nos desfiles.

Ou acaba ou se reinventa! É uma constatação. Se Nova Friburgo quer ainda sustentar o desfile de 7 de setembro precisa renovar o conceito, agregar valor, atrair as pessoas. Porque se não fica parecendo apenas como cumprimento de formalidade.

Foto da galeria
#OMelhorFriodoRio - Que visual. As montanhas acima das nuvens. Foto de Kamila compartilhada no perfil da campanha que está próxima do fim de seu segundo ano com a chegada em breve da primavera
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Wanderson Nogueira

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.