Nossa comemoração de 45 anos de formados

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Confesso que meu impulso inicial foi abordar o papel ridículo dessa imprensa desmoralizada, que chafurda na lama, sabedora que vai afundar e pedindo, desesperadamente, para que não se faça marola a fim de retardar sua agonia. Digo isso, em função da covardia que fizeram com nossa primeira dama, Michelle Bolsonaro, ao divulgarem a prisão de sua avó, em 1996, por tráfico de drogas. Ela foi sentenciada a três anos de cadeia, ganhando liberdade condicional dois anos e meio depois, em 1999. Trata-se de um produto típico de uma imprensa marrom e desqualificada, pois uma notícia dessas não tem nenhum interesse que não seja o de atacar a figura do presidente da República e de sua família.

No entanto, vou me ater a coisas mais edificantes, que tocam o coração e que são dignas de nota. Esse ano, a turma de medicina da Universidade Federal Fluminense, de junho de 1969, e é com orgulho que encho a boca para falar, a minha turma, completou 45 anos da formatura, em junho de 1974. Aqueles jovens que nos idos de 1969 foram em busca de seus sonhos e conseguiram passar num duro vestibular, iniciavam uma longa jornada em busca de um ideal, e de uma vida de vitórias e de sucesso.

A primeira vitória veio em junho de 1974, com a colação de grau e o canudo em baixo do braço. As demais se inscreveram ao longo desses anos, em que aqueles 80 alunos exerceram e muitos ainda exercem, uma profissão nobre, talvez a mais nobre de todas, o ato de salvar vidas ou de minorar o sofrimento e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida do ser humano, daqueles que sofrem.

Foram quatro dias no Hotel Porto Belo, em Mangaratiba, na Costa Verde do Rio de Janeiro, local paradisíaco onde 40 médicos e familiares confraternizaram e, porque não, voltaram a ser aqueles jovens cheios de vida. Festejaram, brincaram, conversaram, mas, principalmente, relembraram o convívio de seis longos anos em busca de suas metas. Senhores e senhoras de 68 anos para cima, sendo chamados pelos apelidos daquele período, contando as passagens engraçadas ocorridas nos vários módulos do curso de medicina. Aliás, é interessante acompanhar a evolução das coisas, na maioria das vezes para pior. Naquela época, ninguém se aborrecia com os apelidos que hoje, com certeza seriam rotulados de bulling.

Foi um momento mágico que, com toda certeza, ficará marcado na lembrança de todos os que puderam participar. Não custa ressaltar que até uma banda, a Black Monkees, foi contratada, tocando Beatles e rock, fazendo a velha guarda sacudir o esqueleto. Ainda bem que tínhamos um ortopedistas, cardiologistas, até um geriatra, presentes.

Essa turma se encontra, religiosamente, a cada cinco anos, em vários locais diferentes, todos no estado do Rio de Janeiro, pois apesar de termos colegas de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, a maioria é do Rio de Janeiro. No entanto, com o avançar da idade e por já termos perdido vários colegas, ao longo desses anos, a comissão de festas, a mesma do tempo da formatura, resolveu que a próxima será em 2021, no mesmo hotel Porto Belo.

O lado bom disso é que nessa fase da vida, em que as velhas amizades se tornam tão importantes, teremos novamente a presença daqueles que nos são próximos, mas que os compromissos do dia a dia, tornam tão distantes.

Esse encurtamento é bom, também, para evitar que mais tarde comecemos a nos perguntar: vocês conhecem esse hotel, nós já estivemos nele alguma vez? Sim, pois com o avançar da idade, a memória começa a falhar. Quero ainda agradecer o trabalho da Gabriela, da agencia de turismo Primus, de Belo Horizonte-MG, que foi incansável na organização do encontro e na comunicação com todos os participantes.

A vocês, meus colegas de turma, meu agradecimento, também, por esses mágicos quatro dias.

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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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