Emmanuel Macron, por que não se calas

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Para não imitar o presidente francês que usou a foto de um incêndio, na floresta amazônica, tirada em 2003, na tentativa de impingir ao presidente Bolsonaro a pecha de incendiário, tudo o que consta dessa matéria tem embasamento em sites franceses, tirados do google.fr .

Não é de hoje que o “pulmão do mundo” sofre com o desmatamento, não só por causa da extração de madeira, mas também por causa dos seus recursos minerais. A ONG WWF declarou que cerca de 157 mil hectares de floresta foram destruídos, para a extração de ouro, desde 2001, sendo que a cifra de 72% ocorreu no período entre 2008 e 2015.

Ainda de acordo com essa ONG, em 2015, pelo menos 172 quilômetros quadrados (17 mil hectares) foram devastados por causa da prospecção e mineração do vil metal, nos rios da região, que engloba a Guiana Francesa, o Suriname e a ex-Guiana Inglesa, sendo a maior proporção, em torno de 95%, entre o território da França e o Suriname.

 Creio que está na hora de se colocar um pingo nos ”is“ e denunciar esse demagogo Emmanuel Macron, atual presidente francês. O jornal Le Monde publicado em 14 de maio de 2018, estampou uma matéria com o título “Minas de ouro e poluição: porque o projeto “Montanha de Ouro”, na Guiana, é contestado”.

Esse é o nome de um projeto de uma mina de ouro a céu aberto, a ser executado por um consórcio russo-canadense. O mais curioso é que ele foi chancelado duas vezes por Macron, a primeira em 2015, quando ele era ministro da economia do presidente François Holland; nessa época ele já defendia um aumento da produção desse metal, na Guiana. A segunda, ano passado, já como presidente do país de Astérix. A previsão é que o projeto se torne realidade entre 2019 e 2021, com a estimativa de uma produção de 6,7 toneladas de ouro, por ano, de 2022 a 2034.

O mais grave é que o processo moderno de mineração mineral utiliza o cianeto, composto altamente tóxico, cuja função é liquefazer o material sólido que é extraído, para que o mineral de maior valor seja recuperado. Os riscos para o meio ambiente estão divididos entre o transporte, estocagem e reciclagem do cianeto. Como a lama do processo de lavagem é represada em barragens, se ela se romper, a contaminação das águas dos rios é inevitável.

Aliás, em 2000, houve um acidente considerado a maior catástrofe europeia do leste, depois de Tchernobyl, quando a barragem da mina de ouro de Baia Mare, na Romênia se rompeu e a contaminação dos rios da região chegou até o Rio Danúbio, deixando atrás de si uma grande mortandade de peixes.

É vergonhoso que um chefe de estado, para mascarar sua impopularidade e o descontentamento dos agricultores franceses com a assinatura do acordo da União Européia-Mercosul, recorra a um discurso para denegrir o presidente do Brasil. Mais grave ainda é querer discutir assuntos referentes ao nosso país, sem a presença de qualquer representante brasileiro, como é o caso da reunião do G-7, em Biarritz, França. E o que é pior, referindo-se a nossa Amazônia como se ele fosse propriedade francesa. Aliou-se à mídia esquerdopata brasileira para tentar apequenar Jair Bolsonaro, indispô-lo com a comunidade internacional e tentar seu afastamento.

O presidente Bolsonaro tem prestígio internacional, tanto é assim que Donald Trump, dos Estados Unidos, prontamente se dispôs a ajudar no que for preciso e o governo israelense mandou, no último domingo 25, um avião tanque para auxiliar no combate às chamas da Amazônia. Antes do início da reunião do G-7, falou sobre sua intenção de telefonar para Bolsonaro, oferecendo ajuda. É preciso deixar bem claro que fogo em florestas é comum no mundo inteiro, haja visto os incêndios importantes que volta e meia lastram na Califórnia, em Portugal, na Grécia e na Austrália, no verão do hemisfério norte. só para citar o mais comuns. Na Amazônia, apesar de ser inverno no hemisfério sul, isso significa seca, daí essas queimadas nessa época serem comuns.

Querer culpar Bolsonaro de promover o desmatamento da floresta amazônica é pura idiotice, pois como citou o general Vilas Bôas, numa entrevista recente, enquanto 84% do ”pulmão do mundo” permanece intocável, na Europa só 0,3% de suas florestas estão de pé.

Aliás, pulmão do mundo é o disfarce utilizado por aqueles que querem se apossar da Amazônia brasileira, pois na realidade suas árvores são apenas um detalhe. O que interessa, mesmo, são as riquezas do subsolo amazônico.

Max Wolosker é médico e jornalista. Escreve neste espaço às quartas-feiras.

TAGS:

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.