A emenda

terça-feira, 09 de abril de 2019

Para pensar:

"Freie para os animais. Eles atravessam a rua com a inocência de uma criança.”

Autor desconhecido

Para refletir:

“Sinal dos tempos. Carlos de Lannoy trabalhou dois anos no Oriente Médio e foi receber ameaça de morte no Brasil."

João Baptista de Abreu

A emenda

Os leitores são testemunhas de que a coluna foi bastante razoável ao abordar a questão do prazo perdido pela Prefeitura para que pudesse se beneficiar da emenda orçamentária destinada pelo deputado federal Glauber Braga à construção de duas pontes em Conselheiro Paulino.

Adiamos o tema em um dia para que o governo pudesse se pronunciar, e rejeitamos abordagens fáceis, como as que ventilam incompetência ou falta de empenho.

Ninguém aqui foi leviano ou oportunista.

E o soneto

Eis então que no último sábado, 6, o prefeito Renato Bravo decidiu se pronunciar sobre o caso em vídeo gravado para as redes sociais, e acrescentou novas e importantes camadas a essa história, requentando algo que mesmo no primeiro cozimento já não agradava ao paladar.

Aspas

“Circulou uma notícia por aí, como se a prefeitura estivesse perdendo emendas parlamentares do deputado A ou deputado B. Quero deixar claro o seguinte: essa emenda em questão era para a construção de uma ponte em Conselheiro Paulino. Quarenta por cento do valor deveria ser destinado à construção da ponte, e os outros 60% do orçamento precisavam ser usados na infraestrutura do entorno dessa obra, fora a contrapartida. E com esse valor eu não ia conseguir fazer nem uma coisa nem outra. A Prefeitura de Nova Friburgo está aberta a receber emendas de todos os deputados, desde que elas tenham viabilidade técnica e econômica, é só combinar.” E encerra dizendo que “aqui não tem politicagem ou politiquinha.”

Triste

Ora, aí a mesma coluna que em momento algum havia criticado o governo ao longo do episódio passa a não ter outra opção, diante da infelicidade deste pronunciamento.

A começar pela forma gratuita com que a imprensa é tratada logo na frase inicial, passando pela contradição de insinuar que a prefeitura não está perdendo emendas parlamentares, para logo em seguida desqualificar a mesma emenda, dando a entender que a perda do prazo foi deliberada, por falta de viabilidade.

Tudo isso sem mencionar a lastimosa declaração final, que alguém talvez tenha considerado forte e inovadora.

Dúvidas

Diante do pronunciamento do prefeito, algumas perguntas se tornam obrigatórias.

Primeiro, claro, é preciso perguntar onde está a fundamentação para afirmar que os R$ 671.960 (equivalentes a 40% do valor total da emenda) não seriam suficientes para construir as pontes.

E, se ela existe, quanto ficaria faltando.

E quanto às obras estruturais? Os R$ 1.007.940,00 restantes também não serviriam para nada?

Inútil?

Depois, naturalmente, temos de lembrar que o pacote de obras anunciado a partir dos famosos R$ 26 milhões inclui intervenções na Avenida Brasil, e aí somos obrigados a questionar se os recursos das emendas, caso insuficientes, não poderiam ser eventualmente complementados pelo município, em obras que, na pior das hipóteses, sairiam muito mais baratas aos cofres friburguenses caso pudessem contar com aporte federal.

Precisa de oposição?

Em resumo, estamos diante de um caso no qual o soneto ficou pior do que a emenda (com trocadilho, claro), e deu a entender que sim, toda esta situação lamentável pode ter sido escrita, ao menos em parte, por falta de empenho.

Cabe a reflexão, portanto: é a coluna que critica, ou o próprio governo que joga contra si mesmo?

Orelhões

Não é novidade para ninguém que o barateamento das linhas telefônicas e, sobretudo, a popularização da telefonia móvel, transformou os “orelhões” em pouco mais que um resquício visual de outros tempos.

Ao menos, é claro, em áreas onde a cobertura das operadoras é satisfatória - se é que podemos chamar de satisfatório o serviço que temos por aqui.

Prós e contras

Pois bem, salvo alguma falha na apuração, a coluna entende que 1122 dos 1401 telefones públicos espalhados por Nova Friburgo serão recolhidos em breve pela Oi, e que os 279 restantes ficarão concentrados, quase que exclusivamente, em repartições públicas.

E isso, claro, envolve prós e contras.

Espaço aberto

Afinal, se é verdade que a presença dos orelhões polui visualmente e rouba espaço de nossas disputadas calçadas, também é fato que eles continuam a ser muito úteis em algumas comunidades - e isso precisa ser levado em consideração.

A coluna abre espaço para que possamos debater o tema, quer seja dando voz aos usuários, quer seja ouvindo a empresa.

Repúdio

A coluna não pode deixar de repudiar as ameaças que foram endereçadas ao repórter Carlos de Lannoy e seus familiares após a veiculação de reportagem no Fantástico que narrou o episódio em que militares do Exército deram mais de 80 tiros de fuzil num carro de família, matando o músico Evaldo dos Santos Rosa.

Ao que tudo indica, Evaldo foi confundido com um criminoso.

Inaceitável

Não é razoável, sob qualquer contexto, que um ambiente em que se encontra uma família seja alvo de ação tão desproporcional, como se não estivéssemos falando de pessoas treinadas para avaliar, mesmo em situações de tensão, quando, e até que ponto, devem fazer uso da força que a própria sociedade lhes confia.

A população tem grande apreço pelo Exército, e isso ficou claro nas eleições de 2018.

Há, agora, que se honrar este apreço repreendendo de forma exemplar ações de abuso, quer seja no uso da força, quer seja na forma de ameaças.

Causa nobre

A Semana Municipal de Conscientização do Autismo foi encerrada no último sábado, 6, com uma “blitz azul”, durante a qual foram distribuídos materiais informativos com orientações sobre o autismo.

A coluna publica a foto dos participantes com grande satisfação.

Foto da galeria
TAGS:

Massimo

Massimo

Coluna diária sobre os bastidores da política e acontecimentos diversos na cidade.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.