Em campanha

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Para pensar:

“Nada é mais cruel do que o dever em concorrência com a afeição, porque é indispensável que o dever vença.”

Henri Lacordaire

Para refletir:

"No reino animal, em um mesmo grupo, os conflitos surgem quando há quebra de hierarquia ou disputa de poder. Entre grupos diferentes os conflitos surgem quando um grupo invade o território do outro.

Entre os animais humanos as premissas acima são também verdadeiras, porém com muito mais complexidade."

Koppe

Em campanha

No regime democrático, ao menos em teoria, qualquer cidadão que atenda a pré-requisitos básicos pode se candidatar a cargos eletivos.

Mas, na prática, sabemos que não é bem assim.

A rigor, no segundo semestre do ano que vem o eleitor friburguense será confrontado com um punhado limitado de opções, entre as quais terá de escolher o novo chefe do Executivo.

Costurando

De fato, a maior parte das “peneiras” e etapas seletivas acontece nos bastidores, em meses anteriores ao período eleitoral propriamente dito.

Partidos muitas vezes exercem a função de filtro, estabelecendo condições para que interessados possam, de fato, circular nas arenas políticas.

E é isso o que está acontecendo neste exato momento.

Dança das cadeiras

Dias atrás, por exemplo, a coluna noticiou que Wanderson Nogueira estava deixando o Psol.

Ora, é evidente que a escolha de sua nova bandeira política levará em consideração as perspectivas para que possa se candidatar em 2020, mesmo que, no frigir dos ovos, isso eventualmente não chegue a se concretizar.

Tomando forma

Da mesma forma, é evidente que tal movimentação jamais se dá de maneira isolada.

Interessados em concorrer andam se reunindo e compondo grupos, discutindo pautas e possibilidades partidárias, a fim de que não encontrem todas as portas já fechadas quando tiverem um projeto pronto em mãos.

Tudo normal

E é bom frisar que não se trata de ansiedade ou desrespeito ao governo atual, mas simplesmente do tempo natural para sejam cumpridas etapas necessárias à construção de candidaturas devidamente amparadas por projetos de governo.

Simplesmente faz parte. É assim que as coisas funcionam.

Perspectivas (1)

E o que temos até agora?

O colunista pode assegurar que ao menos três vereadores sabidamente desejam concorrer à cadeira número 1 do Palácio Barão de Nova Friburgo em 2020, e além deles existe ainda um quarto que não tem tal ambição, mas é o nome preferido dentro do próprio partido.

Perspectivas (2)

Já no campo empresarial, o colunista pode atestar que ao menos dois donos de empresas tradicionais na cidade, de pouco ou nenhum envolvimento prévio com política, têm se mobilizado seriamente com a mesma intenção.

Tanto entre os vereadores como entre os empresários, a coluna não cita nomes em respeito à postura discreta que vem sendo adotada pelos respectivos grupos políticos.

E claro, além deles, e do já citado Wanderson Nogueira, também há que se considerar os desejos de reeleição dentro do próprio governo atual, que são bastante notórios.

Logo ali

Está achando cedo para tocar no assunto?

Pois saiba que já tem muita gente articulando para se candidatar a deputado em 2022...

Como diria Fernando Vanucci, 2020 é logo ali.

Ponderações

O colunista entende que algumas pessoas ficaram com a sensação de que a coluna teria sido injusta ao questionar a forma como vem se dando a licitação para prestação do serviço de transporte escolar em Nova Friburgo.

Há quem diga que o número de alunos é superior aos 1.200 informados, e que o número de viagens também é maior, posto que algumas crianças são transportadas mais de duas vezes no mesmo dia.

Por fim, sempre é dito que o serviço em questão é prestado com qualidade.

Sejamos justos

Talvez seja importante deixar claro, portanto, que a coluna não questiona tais ponderações, e inclusive se dispõe a um encontro no qual os detalhes deste serviço venham a ser apresentados, de preferência junto aos nomes dos alunos para que não ocorra nenhuma duplicidade.

Ninguém aqui quer ser sensacionalista ou injusto.

Acontece que não é este o ponto principal.

Desconforto

A questão levantada pela coluna é que nos moldes atuais não chega a existir concorrência de fato, e assim o custo do serviço se torna muito elevado.

Isso, perdoem, é inquestionável.

E causa sim muita estranheza que essa constatação aparentemente não gere desconforto a quem deveria zelar pela coisa pública.

Bom destino

Basta ver, por exemplo, que em 2018 a Faol tomou parte no pregão, e sua simples presença ajudou a baixar sensivelmente o custo do serviço.

E, diante dessa margem orçamentária inesperada, servidores competentes de diversas repartições se uniram para que fosse possível conceder o festejado abono de fim de ano, cuja paternidade alguns políticos - de forma desavergonhada - tentaram reivindicar.

Sugestão

“Ah, mas só é possível licitar o serviço após ter os dados a respeito das matrículas realizadas.”

Bom, isso é perfeitamente compreensível.

Mas por que então não adiar o início da operação do novo vencedor para o segundo semestre, por exemplo?

Afinal, não temos visto tantos aditivos sendo levados adiante de forma muito menos justificável?

Faz de conta

O que não é razoável é manter esse cenário no qual qualquer participação externa se torna inviável, dando ares de faz de conta a um procedimento tão necessário à defesa dos interesses coletivos.

Conceder prazo de cinco dias entre o pregão e o início das operações é algo absurdo e inaceitável.

Vai vendo

Desde que a coluna chamou atenção para problemas relacionados a pagamentos por parte da empresa que administra a UPA de Conselheiro Paulino, novas informações mostraram que o buraco é bem mais embaixo.

Não ofende

Ao todo, R$ 846 mil deixaram de ser recolhidos em INSS e FGTS entre janeiro e novembro de 2018, e diante disso algumas perguntas se tornam obrigatórias.

Como é feita - se é que é feita - essa fiscalização?

Por que os repasses continuaram a ser feitos, se já são antigas as reclamações a respeito de atrasos nos pagamentos, por exemplo?

É assim que vão defender a proliferação de OSs na administração pública municipal?

Faltando sangue

A coluna informa com tristeza que os estoques de sangue no hemocentro do Raul Sertã estão novamente baixos.

O Massimo agradece de antemão a todos que eventualmente se disponham a virar esse quadro.

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Massimo

Massimo

Coluna diária sobre os bastidores da política e acontecimentos diversos na cidade.

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