Como seria uma escola que funcionasse em casa?

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

A escola surgiu porque as famílias não conseguiam mais educar seus filhos, mas a educação no passado era familiar e muitos protelavam a ida das crianças para a escola.

Ao longo do tempo a sociedade mudou, sobretudo com a revolução industrial. O advento da internet leva novamente as famílias a pensar nessa possibilidade de manter os estudos em casa.

No Brasil já há iniciativa no legislativo para discutir a proposta que pode ser transformada em lei. As famílias com condições técnicas e culturais poderiam, então, educar seus filhos em casa.

As vantagens são claras: menor movimentação, estudo adaptado ao desenvolvimento da criança por ser individualizado e orientação de pesquisa em portais disponibilizados não por escolas e, sim, por agências de ensino que, à distância, cuidariam da instrução. Os pais não estariam presentes. O controle poderia ser feito pelo celular, tablet ou notebook do próprio serviço para saber se o filho está estudando.

Se pensarmos em instrução tudo poderá funcionar bem e os tutores para sanar dúvidas estariam em suas casas contratados pelas agências educacionais.

Há o outro lado da moeda: a socialização. A escola não existe somente para um aluno aprender conteúdos. Ela existe para que haja interação entre as pessoas. A sociedade moderna é interativa, a arte abriu este caminho permitindo que o visitante de uma exposição possa interagir com as peças ali expostas. O teatro deixa o palco e interage com a plateia e a humanidade cresce mais em valor se conseguir trocar experiências entre si.

A formação individualizada, com todos os benefícios que possa trazer inibe a socialização, impede as trocas entre pessoas e os atritos normais da convivência. Tudo isso reforça algo muito perigoso: o treinamento de monstrinhos que já existem em nossa sociedade.

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Hamilton Werneck

Hamilton Werneck

Eis um homem que representa com exatidão o significado da palavra “mestre”. Pedagogo, palestrante e educador, Hamilton Werneck compartilha com os leitores de A VOZ DA SERRA, todas as quartas, sua vasta experiência com a Educação no Brasil.

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