Que semana...

sábado, 15 de julho de 2017

Em 2014, praticamente foi decretado o fim do Botafogo de Futebol e Regatas. Falava-se em processo irreversível de falência, questionava-se o futuro e até mesmo o presente à época. A mesma mídia que finge desprezar o clube parece viver à espera de um deslize para transformar uma gota em tempestade. Pouco tempo depois são praticamente obrigados a noticiar o contrário, contradizendo as próprias previsões enganosas e desrespeitosas sobre um dos maiores clubes do mundo, assim eleito pela FIFA. O Brasil de uma forma geral deveria ser mais grato ao Botafogo. Mas nós, torcedores mais esclarecidos e antenados, da parte que consegue entender todo o contexto que envolve uma notícia, jamais acreditamos. Como disse Vinicius de Moraes, a formação do caráter e da identidade do cidadão do Rio de Janeiro passa também pela escolha do time de futebol. Nós escolhemos o lado da fibra moral, e assim preferimos contrariar toda a alienação imposta de maneira covarde não só no esporte, como também em outras circunstâncias. Somos escolhidos, e não apenas mais um.

A história mostra que, nos momentos de maior dificuldade, a capacidade de renascimento e retorno - ainda mais forte - contraria qualquer prognóstico apocalíptico. Quem é Gigante se levanta apoiado na sua própria força, sem privilégios ou necessidade de alarde, quando menos se espera. Não é preciso estar diariamente no noticiário, sendo elogiado e elevado a patamares aos quais não se pertence. A autoafirmação fica para quem precisa dela. Em meio ao carnaval de copiar modelo A ou B, de fazer e acontecer, o Botafogo com a grandeza que lhe é peculiar aplica uma rasteira. Em ninguém, obviamente, até porque respeitamos os outros lados, mas estes sinceramente não nos interessam. Golpeamos, na verdade, o cenário negativo que é vendido, e até mesmo a desconfiança. Golpeamos o inesperado, trabalhando em silencio, olhando para o futuro.

O dia 11 de julho de 2017 entra para a história do Botafogo, e afirmo com todas as letras que possui a importância equivalente a um grande título. A aquisição do CT se soma ao novo modelo de gestão do Estádio Nilton Santos, à política de austeridade bem executada, ao fortalecimento da base e aos resultados em campo. O Botafogo quer, necessita e pode muito mais. A partir de agora, terá base para crescer cada vez mais. O Glorioso, aos poucos, se levanta com as próprias pernas. Apoiado, obviamente, ao amor incondicional da sua gente. Com um parêntese especial, neste episódio, aos irmãos Moreira Salles.

Como jornalista, amante do futebol e apaixonado pela Estrela Solitária, deixo os meus parabéns ao presidente Carlos Eduardo Pereira e demais membros da atual gestão. Do resgate à evolução, o Botafogo caminha para voltar à Estrada dos Louros.

Para completar a semana, além da chegada de Leo Valência, o Glorioso vence mais um clássico no Campeonato Brasileiro. Exatamente no palco onde fez – e continua fazendo – história, onde apenas o Alvinegro, dentre os cariocas, teve a oportunidade de comemorar um título internacional de grande expressão. O gol de Roger, a partir do cruzamento do incansável e onipresente João Paulo (não, ele não estava ao meu lado enquanto eu escrevia o texto – só faltava essa), coroou mais uma atuação taticamente perfeita, o bom retorno de Igor Rabello ao time titular e a excelente participação de Marcus Vinicius. Vai ajudar e muito, ao contrário do outro que está em BH.

Quanto à Jéfferson, é tão normal que quase esquecemos de exaltá-lo. Fundamental contra o Atlético, pouco exigido contra o Fluminense. A segurança em pessoa. O Botafogo na forma de atleta: seguro, fiel, serene, líder. Consciente. Capaz de renascer ainda mais forte. Gigante! O melhor goleiro do Brasil está de volta.

Saudações alvinegras, e até a próxima!!

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