Clima econômico ruim

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Clima econômico ruim

O Clima Econômico da América Latina (ICE) recuou 5,5 pontos entre abril e julho, atingindo 72 pontos e ficando 17 pontos abaixo da média histórica dos últimos dez anos. A constatação é do Indicador Ifo/FGV de Clima Econômico da América Latina. Os dados divulgados ontem, 10, indicam que a queda entre abril e julho é explicada “tanto pela situação corrente que se encontra a América Latina quanto pelas perspectivas de curto prazo.” A queda mais acentuada do indicador se deu no Brasil, onde o ICE, ao variar 20 pontos, foi de 79 para 59 pontos entre abril e julho.

Safra recorde

A estimativa de julho para a safra nacional de grãos é de novo recorde. Ela indica que a produção total de cereais, leguminosas e oleaginosas deve atingir este ano 242,1 milhões de toneladas, com alta de 31,1% em relação a 2016 e de 0,7% na comparação com o prognóstico de junho. Os números integram o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola divulgado ontem, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados sinalizam que - quando comparadas a junho último - as projeções da produção aumentaram 1,8 milhão de tonelada. Em 2016, a safra atingiu 184,7 milhões de toneladas, o que representa 57,4 milhões de toneladas a menos do que a deste ano.

Abrindo empregos

No 1.º semestre, entre demissões e admissões, 67.358 vagas com carteira foram abertas. Foi o primeiro resultado positivo em dois anos para o período. Também mais de 50% dos Estados — 14 de 26 — tiveram saldo positivo de emprego entre janeiro e junho. No Distrito Federal (DF), houve queda. No mesmo período de 2016, só quatro estados estavam no azul, aponta estudo Confederação Nacional do Comércio, Fabio Bentes, com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. A maioria dos Estados que encerraram o semestre com saldo positivo de emprego está no Centro-Sul, exceto o Rio de Janeiro — onde foram destruídas 65,5 mil vagas.

Lucro do BB

O Banco do Brasil teve forte aumento do lucro no segundo trimestre, apoiado em menores despesas administrativas e com provisões para calotes, embora seu índice de inadimplência tenha voltado a subir. O banco controlado pelo governo federal anunciou ontem, 10, que seu lucro líquido somou 2,619 bilhões de reais no período, alta de 6,2 por cento ante mesma etapa de 2016. Em termos ajustados, o lucro foi de 2,65 bilhões de reais, um salto de 47 por cento na comparação com igual etapa do ano passado.

Mais dólares saíram do país do que entraram em julho. De acordo com dados do Banco Central (BC), divulgados na quarta-feira, 9, o fluxo cambial ficou negativo em US$ 2,647 bilhões, no mês passado. Nos quatro primeiros dias deste mês, o saldo ficou positivo em US$ 361 milhões.

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Em julho, o resultado negativo veio da conta financeira (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações), com déficit de US$ 5,707 bilhões. O segmento comercial contribuiu para reduzir o saldo negativo do fluxo cambial, ao registrar resultado positivo de US$ 3,060 bilhões.

Salário mínimo

Com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) sancionada, com vetos, pelo presidente Michel Temer, o salário mínimo do brasileiro passa dos atuais R$ 937 para R$ 979 no ano que vem. Essa é a primeira LDO a entrar em vigor após a aprovação do teto dos gastos, que limita os gastos públicos até 2020. Além do salário mínimo do próximo ano, o governo também informou as projeções para o crescimento econômico, estimado em 2,5%. Para a taxa básica de juros – Selic, a projeção foi de 9% ao ano e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,5%.

Deficit do governo

Instituições financeiras consultadas pelo Ministério da Fazenda aumentaram a previsão do déficit primário do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central), neste ano, de R$ 145,268 bilhões para R$ 154,841 bilhões. O déficit primário é o resultado das despesas maiores que as receitas, sem considerar os gastos com juros. Para 2018, a estimativa de déficit passou de R$ 129 bilhões para R$ 130,527 bilhões. A projeção da arrecadação das receitas federais permanece este ano em R$ 1,340 trilhão. A estimativa pra a receita total ficou em R$ 1,293 trilhão, contra R$ 1,286 trilhão previsto no mês passado.

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