A vocação da família

terça-feira, 13 de agosto de 2019

Caros amigos, nas últimas reflexões temos falado sobre a importância da instituição familiar para a edificação da vida social. A família é uma verdadeira escola de humanidade e de valores perenes, meio que torna possível o homem nascer com dignidade, crescer e desenvolver-se de maneira integral. Fundada no matrimônio indissolúvel, expressa em seu seio a dimensão relacional própria da natureza humana (cf. Papa Bento XVI, jan. 2010).

Motivados pela temática da Semana Nacional da Família - “A família, como vai?” – somos chamados a aprofundar nossa reflexão indicando a necessidade da família vivenciar uma profunda experiência de Jesus e de sua Palavra para conseguir vencer os desafios e dificuldades que encontra no caminho e, assim, compreender seu papel evangelizador na Igreja e na sociedade.

Num mundo onde os vícios são cada vez mais difundidos e reafirmados como normalidade pelo pensamento contemporâneo, torna-se mais difícil a sadia propagação e vivência dos verdadeiros valores que dão vida ao homem. Com isso, é  grande a urgência em defendê-los, e a família tem papel insubstituível neste processo.

Nesta semana em que iniciamos a Semana Nacional das Famílias, recordemos que não se constrói uma casa sem os alicerces, do mesmo modo não se poderá construir uma sociedade mais justa sem homens e mulheres que honrem seus compromissos com o dom da paternidade e maternidade acima de seus próprios interesses.

Onde o amor conjugal e familiar revela o valor inestimável do viver juntos, alimentando a comunhão e prevenindo a cultura do individualismo, do consumo e do descarte. “A experiência estética do amor exprime-se naquele olhar que contempla o outro como fim em si mesmo” (Amoris Laetitia 128).

Amando os semelhantes com obras concretas de caridade desinteressada, reconhecendo e protegendo  a vida humana, desde a concepção até a morte natural, deixarão como herança aos seus filhos um valioso tesouro de valor sem igual: a construção de um futuro melhor, ancorado na justiça na verdade e no amor.

Estes valores são encontrados com largueza no bojo da família constituída segundo o desígnio divino e ordenada segundo a natureza criada por Deus. São Paulo, em sua carta aos Efésios, lembra que toda paternidade tem seu início e plena realização em Deus. “Por esta razão, dobro os joelhos diante do Pai, de quem recebe o nome toda a paternidade no céu e na terra” (Ef 3,14-15). Podemos então concluir, que a vocação e missão dos pais é, em si, participação na obra criadora.

A doutrina social da Igreja adverte que “sem famílias fortes na comunhão e estáveis no compromisso, os povos se debilitam”. E enfatiza que “na família são inculcados desde os primeiros anos de vida os valores morais. No ambiente familiar transmite-se o patrimônio espiritual da comunidade religiosa e o cultural da nação. Nela se dá a aprendizagem das responsabilidades sociais e da solidariedade”. (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 213)

Com tarefa de construir um mundo mais digno para nossos filhos, somos convocados, homens e mulheres de boa vontade, a amar a instituição familiar e com ela nos comprometer, defendo-a de toda investida cruel, que tem por objetivo diminuir seu valor e importância para o sadio desenvolvimento dos povos.

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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