Geradoras de futuro

terça-feira, 14 de maio de 2019

Caros amigos, no último domingo comemoramos o Dia das Mães. Sem dúvida alguma, a humanidade é dependente de uma figura materna que, além de gerar a vida, constrói o futuro. Infelizmente, a superficialidade tomou conta dessas datas temáticas cada dia mais reduzidas ao consumismo e ao materialismo. É preciso valorizar o essencial. Não se pode mensurar o valor da renúncia, das dores e alegrias de uma mulher ao abraçar o dom da maternidade.

Diante de tão precioso dom, cabe-nos um coração agradecido a Deus por seu amor manifesto no cuidado e dedicação destas mulheres que se doam, sem esperar nada mais que a recíproca do amor. São João Paulo II reconhece e denuncia a superficialidade com a qual a sociedade moderna vê a figura da mulher. “Infelizmente, somos herdeiros de uma história com imensos condicionalismos que, em todos os tempos e latitudes, tornaram difícil o caminho da mulher, ignorada na sua dignidade, deturpada nas suas prerrogativas, não raro marginalizada e, até mesmo, reduzida à escravidão” (Carta às mulheres, 29 jun. 1995).

Este modo de proceder não só impediu a mulher de ser profundamente ela mesma, como desvalorizou a sua maternidade, empobrecendo a humanidade inteira das suas autênticas riquezas espirituais. O Papa Francisco ressalta a importância das mães para a sociedade ao reconhecer que sem elas perderíamos nossa humanidade. São elas que sempre testemunham, mesmo nos piores momentos, a ternura, a dedicação, a força moral (cf. Papa Francisco, 07/01/2015).

Importante destacar que a maternidade não é, e nunca será, um problema. Valorizá-la não é o mesmo que negar às mulheres o desenvolvimento profissional e o exercício de todas as suas dimensões. Ao contrário, marcar a importância da mulher no lar, na educação dos filhos e na transmissão da fé, é garantir-lhe o direito e o dever de sua participação ativa na sociedade (cf. Documento de Aparecida, 456).

Assim, a maternidade não pode ser reduzida à capacidade procriadora da mulher. Ela é, antes de tudo, a capacidade de amar gratuitamente e de testemunhar a beleza da vida com a entrega total e diária. Ao gerar, as mães fazem nascer o futuro. Educando seus filhos na verdade e ajudando-os a desenvolverem-se no caminho do bem, tornam-se protagonistas na construção de um mundo mais justo e fraterno.

O amor incondicional e voluntário das mães por seus filhos, é o antídoto ao individualismo e promotor de virtudes, testemunho da beleza da vida. A exemplo destas mulheres, geradoras de futuro, lutemos contra a mentalidade que tende a transformar as pessoas em coisas e os sentimentos em valores.

Em Maria Santíssima encontramos o grande paradigma da maternidade. Mulher atenta aos desígnios de Deus e às necessidades e dores de seu filho. Fez com ele o caminho da cruz, sendo testemunha, com os apóstolos, dos primeiros sinais de sua vitória sobre a morte, que reacende a esperança de um mundo novo anunciado pela ressurreição. Seja ela o grande exemplo de maternidade na Igreja e para todas as mulheres, principalmente, as que foram ornadas com este dom.

Deus abençoe e proteja nossas mães, hoje e sempre.

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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