Vila da Filó: Prefeitura realiza fiscalização em espaço

Uerj afirma não ter adquirido imóveis. De acordo com secretário de Meio Ambiente, obra não possui irregularidades
terça-feira, 25 de outubro de 2016
por Karine Knust
Imóveis construídos por volta da década de 1930 serviam como residência para os funcionários do complexo fabril (Foto: Henrique Pinheiro)
Imóveis construídos por volta da década de 1930 serviam como residência para os funcionários do complexo fabril (Foto: Henrique Pinheiro)

Na última semana, após denúncia enviada por A VOZ DA SERRA, agentes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano Sustentável de Nova Friburgo realizaram vistoria na obra de demolição de casas da vila operária da antiga fábrica Filó. Os dez imóveis, que começaram a ser derrubados há cerca de dois meses, estavam desocupados. De acordo com o secretário da pasta, Alexandre Sanglard, não foram encontradas irregularidades no local.

“Pelo que nos foi informado, a obra está sendo feita porque o terreno, onde ficavam os dez primeiros imóveis da vila, será vendido. Fizemos a vistoria no local e constatamos que a empresa tem licença para realizar a demolição e demonstrou interesse em fazer tudo conforme a lei. Eles possuem responsável técnico pela obra, documento do Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) e empresa de remoção de material licenciada”, explica Alexandre e ainda acrescenta: “O que será feito no local a partir de agora fará parte de outro processo que ainda não foi iniciado”, completou Sanglard.

Por fazer parte da história do município, o caso também foi analisado pela Fundação Dom João VI. “A vila operária da Filó não faz parte da lista de tombamento do município, mas levamos a questão para análise da fundação pelo interesse histórico, arquitetônico e cultural que possui o espaço. O que foi acordado é que, independente da venda dos imóveis, o proprietário deve manter preservado o prédio do refeitório da fábrica e uma  das casas”, explica o secretário.

Sem divulgação oficial sobre o motivo da demolição e o futuro dos imóveis que ainda existem, o caso gerou diversas especulações. Algumas delas, inclusive, sugeriam que o terreno teria sido comprado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), como mais um espaço para instalação do Instituto Politécnico do Rio de Janeiro (IPRJ). Em nota enviada a redação de A VOZ DA SERRA, a universidade afirma que não adquiriu nenhuma das casas pertencentes a Vila Operária. “Informamos que a Universidade do Estado do Rio de Janeiro adquiriu, parte dos prédios que pertenciam a fábrica da Filó, localizados em Friburgo. Rua Antonio Pinto Martins, 25 (área F - parte), Rua Bonfim, 25 (área G - parte), Rua Bonfim, 25 (área H). Tais aquisições foram para instalar o Instituto Politécnico do Rio de Janeiro. Diante desta informação, esclarecemos que não adquirimos nenhuma casa da Vila Operária”, informa trecho da nota.

A empresa responsável pelo complexo fabril da Filó, incluindo a vila operária, ainda não informou quais serão as ações realizadas no local. Os imóveis foram construídos por volta da década de 1930 para serem utilizados como residências para os funcionários da empresa. As casas da vila operária possuem, em média, nove cômodos, além de varanda e quintal com lavanderia. Para residir em um dos imóveis é preciso que pelo menos um membro da família seja funcionário da fábrica, atual Rosset. Caso seja dispensado, o funcionário tem três meses para sair da casa.

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“O que foi acordado é que, independente da venda dos imóveis, o proprietário deve manter preservado o prédio do refeitório da fábrica e um exemplar das casas”, afirma o secretário Alexandre Sanglard (Foto: Henrique Pinheiro)
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