Vigilância em Saúde: "Não existe risco de febre amarela em Nova Friburgo"

Ainda de acordo com o setor, apenas pessoas que vão viajar para cidades com epidemia devem se vacinar
terça-feira, 07 de fevereiro de 2017
por Karine Knust
Coletiva aconteceu nesta terça-feira, na Sala de Gestão do Centro Administrativo César Guinle, em frente a prefeitura (Foto: Karine Knust)
Coletiva aconteceu nesta terça-feira, na Sala de Gestão do Centro Administrativo César Guinle, em frente a prefeitura (Foto: Karine Knust)

Nos últimos dias, os constantes casos de febre amarela que se proliferam em algumas regiões do país têm chamado a atenção da população. Grande parte das infecções pelo vírus tem acontecido em estados vizinhos como o Espírito Santo e Minas Gerais. Resultado? A população tem corrido aos postos de saúde em busca de imunização. Em Nova Friburgo, a procura por vacina também tem sido grande. Na manhã desta terça-feira, 7, entretanto, a equipe de saúde municipal, responsável por endemias, realizou uma coletiva de imprensa para reafirmar que não há o vírus de febre amarela no município.

“Queremos esclarecer a população que o alarde não é necessário. Não existe risco de febre amarela em Nova Friburgo. O Estado do Rio não tem nenhum caso suspeito, muito menos confirmado da doença”, esclareceu a gerente de Vigilância em Saúde, Fabíola Braz Penna. De acordo com a coordenadora de imunização no município, Ana Paula Lessa, o receio dos friburguenses é tanto que, só em janeiro deste ano, foram utilizadas 600 doses da vacina.

“Não somos uma área endêmica e não fazemos parte dos municípios que fazem divisa com os estados em que há a doença. Sendo assim, não recebemos muitas doses da vacina. No entanto, estamos lidando com uma procura desnecessária e, com isso, deixando de vacinar quem realmente precisa. Por isso, pedimos a população para só tomar a vacina quem vai viajar para as cidades já diagnosticadas com epidemia de febre amarela. Não podemos cobrar uma certificação de viagem, ou seja, não temos provas de que tais pessoas realmente se encaixam no grupo das que devem tomar a vacina. Por isso, pedimos bom senso a população”, declarou Ana Paula.

Para o médico clínico sanitarista Pedro Gouveia, é preciso ficar alerta aos critérios de vacinação. “Estamos observando uma corrida desenfreada de pessoas a procura da vacina, mas é fundamental que elas percebam que existem critérios para a imunização e, muitas vezes, nesse afã de se vacinarem, esses critérios não são respeitados e podem trazer consequências desagradáveis. A vacinação precisa ser feita com critério”, reforça o médico..

De acordo com o Ministério da Saúde, apesar de reconhecidamente eficaz e segura, a vacina pode provocar “reações locais e sistêmicas, tais como febre, dor local, cefaleia (dor de cabeça), mialgia (dor no corpo), dentre outros”. Ainda segundo o ministério, “atenção especial deve ser dada quando, após administração da vacina de febre amarela, a pessoa apresentar dor abdominal intensa”.

Devido à grande procura pela vacina, a coordenação de Imunização alterou o horário de atendimento na Policlínica Doutor Sylvio Henrique Braune, no Suspiro. A partir desta semana, as vacinas estarão disponíveis apenas nas quartas-feiras, das 8h às 10h.

Febre amarela no Brasil

Nesta segunda-feira, 6, o Ministério da Saúde divulgou novo levantamento sobre os casos de febre amarela no país. Segundo os dados, foram confirmados 180 casos da doença, com 65 mortes. O estado de Minas Gerais é o mais afetado, com 158 casos confirmados e 873 suspeitas. O Espírito Santo tem 18 infecções comprovadas e 91 notificadas. São Paulo está em terceiro lugar no número de casos: quatro confirmados e 10 notificados.

Bahia e Tocantins também já receberam notificações da doença - 11 e 4, respectivamente. Os casos entretanto ainda não foram confirmados. A vacinação de rotina é ofertada em 19 estados do país com recomendações para imunização. Todas as pessoas que vivem nesses locais devem tomar duas doses da vacina ao longo da vida. Também precisam se vacinar, neste momento, pessoas que vão viajar ou vivem nas regiões que estão registrando casos da doença. Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, “não há necessidade de corrida aos postos de saúde, já que há doses suficientes para atender as regiões com recomendação de vacinação”, reforça.

 

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