Vargem Alta bate o Tio Dongo e conquista o bi da Supercopa SAF

Time encontrou na experiência e no talento individual o seu álibi para trilhar o caminho rumo ao título
segunda-feira, 11 de julho de 2016
por Vinicius Gastin
Marcinho, do Corujão, foi o artilheiro com seis gols marcados (Foto: Lúcio Cesar Pereira)
Marcinho, do Corujão, foi o artilheiro com seis gols marcados (Foto: Lúcio Cesar Pereira)

Não houve quem pudesse manchar uma campanha quase impecável. Mesmo em meio a algumas ameaças durante partidas em que não foi brilhante, o Vargem Alta encontrou na experiência e no talento individual o seu álibi para trilhar o caminho rumo ao título. Apontado como um dos favoritos, o alvinegro da zona rural não decepcionou, e de forma invicta, conquistou o bicampeonato da Supercopa SAF ao vencer o Tio Dongo por 3 a 0.

A partida foi no último domingo, 10, no estádio Márcio Branco, em Stucky. O Vargem Alta, de quebra, teve o goleiro Fernando como o menos vazado da competição. Autor de seis gols, Márcio Éder, o Marcinho do Corujão, recebeu o prêmio pela artilharia.

Se a história para a taça foi construída de maneira sólida, com apenas dois gols sofridos e outros 14 marcados, o capítulo da decisão teve pouco drama. A parte do suspense foi desvendada muito cedo, com o gol de Gustavo, e teve desfecho de romance quando o mesmo Gustavo e Lenilson balançaram as redes no segundo tempo. O Tio Dongo foi valente, lutou bastante, e chegou a escrever algumas estrofes de terror. Mas o final foi feliz em preto e branco.

Vargem Alta marca cedo

Jogos preliminares, apresentação do Ponto de Cultura de Olaria e performance das ginastas do grupo Inec/Silvana Gym, que estará fazendo participações especiais nas Olimpíadas do Rio de Janeiro. Um cenário à altura do evento, reforçado pelo clima favorável dentro e fora de campo, com bom público nas arquibancadas.

Na arbitragem, Marcelo de Lima Henrique, acostumado a grandes decisões do futebol profissional no país. Ingredientes que rechearam a receita da Supercopa SAF no desfecho de sua quarta edição.

Dentro das quatro linhas, duas trajetórias distintas. Se a presença do Vargem Alta na final do torneio era uma expectativa a ser confirmada, o Tio Dongo precisou provar a sua capacidade a cada rodada. E assim aconteceu, especialmente após a vitória sobre o São Lourenço, que desencadeou na sequência de três triunfos consecutivos.

Diante da surpresa, um dos favoritos ao título precisou de apenas quatro minutos para fazer a torcida vibrar pela primeira vez no Márcio Branco: Gustavo cobrou falta da intermediária e abriu o placar para o alvinegro da zona rural.

Talvez para quem não acompanhou a Supercopa desde o início o gol seria sinônimo de conforto. No entanto, o Tio Dongo mostrou ser especialista em quebrar prognósticos ao longo da competição, e tão logo sofreu o baque passou a ocupar o campo ofensivo em busca do empate. Aos 11 minutos, Fernando teve dificuldades para segurar o levantamento, e por pouco Paulo não aproveitou.      

Com o toque da experiência de Júnior e Edinho, o Vargem Alta encaixou a marcação e cadenciou o duelo. Desta forma apareceram os espaços para o individualismo: aos 16, John experimentou para a defesa do goleiro. Na sequência, por muito pouco, Cabral não marcou gol de placa. Se o Tio teve falta perigosa aos 30, o alvinegro ameaçou com Douglas, em chute da intermediária.

Em meio a pouca emoção, os dois lençóis consecutivos de Edinho, a finalização de Lenilson e a boa defesa do goleiro traduziram no mesmo lance o que houve de melhor depois no gol na primeira etapa.

Gols, expulsões e festa alvinegra

Alterações talvez fossem necessárias para mudar os rumos do duelo pelo lado do Tio Dongo. E elas aconteceram já na volta do intervalo. De fato, o time de Conselheiro Paulino passou praticamente cinco minutos no campo de ataque do Vargem Alta, e desta forma, testou a defesa menos vazada da competição. Os espaços, de fato, apareceram.

Em alguns lances o goleiro e a zaga venceram os duelos, em outros faltou o capricho por parte do Tio no passe final. O real perigo de gol vestiu preto e branco aos sete minutos com Edinho, travado no momento do chute. Pouco depois, o camisa seis voltou a aparecer na grande área, e teve tempo para dominar, ajeitar o corpo e bater rasteiro, à direita da meta.

A partir dos 20 minutos, o time da zona rural assumiu o controle das ações, e teve a precisão que faltou ao Tio Dongo. O inspirado Gustavo marcou o segundo aos 22, em nova cobrança de falta, e deixou o Vargem Alta ainda mais perto da conquista. Para reverter o quadro, a equipe de Conselheiro teria que marcar, em pouco mais de 23 minutos, no mínimo, a mesma quantidade de gols que o adversário havia sofrido em todo o campeonato. Missão ingrata, que ficou quase impossível quando Lenilson, cobrando pênalti, fez 3 a 0 aos 25.

O gol mexeu com o emocional do Tio, e dois jogadores foram expulsos no espaço de 15 minutos. O jogo ficou a mercê do alvinegro, e o mesmo Lenílson teve a chance do quarto em três oportunidades: errou o tempo da cabeçada em duas delas e também desperdiçou com a perna esquerda, já dentro da grande área. Restou apenas tocar a bola e esperar o tempo passar, saboreando a cada minuto o título que se aproximava.

Com o apito final, a festa foi completa em campo e continuou em Vargem Alta. O preto e o branco colorem a hegemonia do futebol amador de Nova Friburgo pela segunda vez.

  • Cabral divide a jogada com o adversário: camisa 10 comandou o meio-campo alvinegro (Foto: Lúcio Cesar Pereira)

    Cabral divide a jogada com o adversário: camisa 10 comandou o meio-campo alvinegro (Foto: Lúcio Cesar Pereira)

  • Tio Dongo lutou bravamente, mas não resistiu ao adversário na decisão (Foto: Lúcio Cesar Pereira)

    Tio Dongo lutou bravamente, mas não resistiu ao adversário na decisão (Foto: Lúcio Cesar Pereira)

  •  Fernando, do Vargem Alta: campeão e goleiro menos vazado da competição (Foto: Lúcio Cesar Pereira)

    Fernando, do Vargem Alta: campeão e goleiro menos vazado da competição (Foto: Lúcio Cesar Pereira)

  • Capitão Júnior levanta a taça de bicampeão da Supercopa (Foto:Divulgação)

    Capitão Júnior levanta a taça de bicampeão da Supercopa (Foto:Divulgação)

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