Transporte público prejudica rotina de quem reside no Sítio São Luiz

Moradores se queixam dos atrasos e poucos horários de ônibus e da falta de pontos cobertos no bairro
sexta-feira, 26 de junho de 2015
por Jornal A Voz da Serra
A pavimentação das ruas é outro alvo de queixas da comunidade (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)
A pavimentação das ruas é outro alvo de queixas da comunidade (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

Localizado a 2 quilômetros do Cônego, o Sítio São Luiz é uma área estritamente residencial, onde estão vários condomínios e casas de alto padrão. A tranquilidade, o verde e o ar puro são as principais vantagens apontadas pelos moradores do bairro, que vem crescendo ao longo dos últimos anos. Apesar disso, alguns serviços essenciais para a comunidade estão deixando a desejar, conforme constatado pela equipe de reportagem do jornal em visita esta semana à localidade.

A principal queixa de quem reside no Sítio São Luiz refere-se ao serviço de transporte coletivo, apontado como ineficiente pela grande maioria dos moradores. Além dos poucos horários das linhas que atendem a localidade, os constantes atrasos vêm prejudicando a rotina de muitos trabalhadores. “O serviço está horroroso e estou sempre chegando atrasada no trabalho. No fim de semana é ainda pior, ainda mais agora que diminuíram as linhas de sábado”, afirma a cuidadora Maria Solange Schottz, que há 14 anos reside no bairro. O pintor Cláudio Salomão e a comerciante Angélica Maria Jonas engrossam o coro dos descontentes. “Quem depende de ônibus não pode nem marcar um compromisso. Domingo passado, chegamos a ficar das duas às seis da tarde sem ônibus”, desabafam eles. Para Cláudio, o ideal seria a implantação do serviço de transporte alternativo no bairro. “Poderia ser uma opção para por fim aos atrasos e ao alto custo da passagem”, diz ele.

 A falta de pontos de ônibus cobertos no bairro é outra reivindicação da comunidade. “Além de esperar muito tempo, temos que ficar debaixo de sol ou de chuva. É muito complicado”, afirma o porteiro Marco Aurélio Souza Cuca, há 9 anos morando no Sítio São Luiz. A cuidadora Maria Solange Schottz também destaca a necessidade de pontos padronizados no bairro. “Quando chove temos que nos abrigar na mercearia para aguardar os ônibus”, reclama.

Sem Correios, sem calçadas e área de lazer para a comunidade

O serviço dos Correios é outro alvo de queixas de quem reside no Sítio São Luiz. Muitos moradores se queixam que estão há anos sem receber correspondências. Outros reclamam que contas e faturas sempre são entregues com atraso. Durante a estadia da reportagem no bairro, foi possível perceber que o descontentamento é geral. “Há três anos o correio não entrega correspondência na minha casa”, diz Maria Solange. Já a comerciante Ana Élica Juliasse de Araújo se queixa dos constantes atrasos. “Muitas contas chegam após a data de vencimento”, observa ela.

A falta de uma área de lazer é outra reivindicação da comunidade que não dispõe de nenhum espaço para recreação. “O Sítio São Luiz cresceu muito nos últimos vinte anos, quando vários condomínios e casas foram construídos aqui. Mesmo assim, até hoje não temos um parquinho para a criançada brincar e os idosos conversarem”, observou um morador que preferiu não se identificar.

Alguns motoristas se queixam da pavimentação das ruas que cercam o bairro, com trechos que necessitam de recapeamento. Uma delas, que dá acesso à localidade de Garrafão, está em precárias condições de tráfego porque até hoje não foi asfaltada. Também faltam calçadas para os pedestres, que precisam caminhar no meio da rua e se arriscam em meio aos veículos, conforme flagrado pela equipe de reportagem.

Completam o quadro de problemas no Sítio São Luiz, a falta de placas de identificação das ruas e de sinalização. A telefonia móvel é outro serviço criticado pelos moradores do bairro. “Bastou chover que o sinal acaba. O vento também prejudica a qualidade do sinal e aqui venta muito. Recentemente ficamos uns 20 dias sem sinal de celular”, afirma Cláudio Salomão.

Faol e prefeitura respondem

Em resposta às críticas ao serviço de transporte coletivo, a concessionária Friburgo Auto Ônibus (Faol) enviou a seguinte nota à redação: “O atendimento prestado à localidade de Sítio São Luiz segue o quadro de horários determinado pelo Poder Concedente, inclusive nos finais de semana. O que vem ocorrendo é que por conta dos congestionamentos e até mesmo em razão das obras que estão sendo realizadas no entorno do Paissandu, nossos coletivos estão encontrando dificuldade em cumprir os horários, principalmente no turno da tarde”.

Em relação aos problemas de competência da municipalidade relatados na matéria, a Secretaria de Comunicação da prefeitura enviou a nota abaixo:

“De acordo com a Subprefeitura de Olaria, Cônego e Cascatinha, infelizmente não consta terreno da prefeitura adequado para a instalação de parquinho no local, mas a subprefeitura continua à procura de uma área.

“Sobre a pavimentação, a subprefeitura informou que, futuramente, a estrada do Garrafão será asfaltada. Já foi feito, inclusive, um levantamento da obra. Quanto às calçadas, a responsabilidade é dos proprietários dos terrenos. E, ainda segundo a subprefeitura, as placas de identificação das ruas e de sinalização já estão sendo confeccionadas.

“A Secretaria de Ordem e Mobilidade Urbana, que está conduzindo o trabalho de reforma e construção dos pontos de ônibus, informou que é importante que a comunidade se dirija ao protocolo da prefeitura para solicitar a melhoria nos pontos de sua localidade. Com isso, será mais fácil identificar a demanda. As reformas/construções de 84 pontos de ônibus terão as obras iniciadas brevemente.”

  • A pavimentação das ruas é outro alvo de queixas da comunidade (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

    A pavimentação das ruas é outro alvo de queixas da comunidade (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

  • Esta via que dá acesso à localidade de Garrafão está em precárias condições de tráfego e até hoje não foi asfaltada (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

    Esta via que dá acesso à localidade de Garrafão está em precárias condições de tráfego e até hoje não foi asfaltada (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

  • Não há pontos de ônibus cobertos no bairro e os moradores aguardam os coletivos no meio da rua (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

    Não há pontos de ônibus cobertos no bairro e os moradores aguardam os coletivos no meio da rua (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

  • A falta de calçadas no bairro expõe a comunidade a uma série de riscos (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

    A falta de calçadas no bairro expõe a comunidade a uma série de riscos (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

  • Localizado a 2 km do Cônego, o bairro conta com poucas linhas de ônibus, segundo reclamações dos moradores (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

    Localizado a 2 km do Cônego, o bairro conta com poucas linhas de ônibus, segundo reclamações dos moradores (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

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