Terceirizados sem salário paralisam limpeza em escolas estaduais de Friburgo

Funcionários estão sem receber desde dezembro de 2015
terça-feira, 16 de fevereiro de 2016
por Jornal A Voz da Serra
Colégio Estadual Jamil El-Jaick. Em Nova Friburgo ao menos cinco escolas passam pelo problema (Foto: Lúcio Cesar Pereira)
Colégio Estadual Jamil El-Jaick. Em Nova Friburgo ao menos cinco escolas passam pelo problema (Foto: Lúcio Cesar Pereira)

A crise econômica pela qual o Estado do Rio tem passado já não é mais novidade para ninguém. Ao longo de todo o ano de 2015 e nestes primeiros dois meses de 2016, o governo Pezão tem realizado diversas manobras orçamentárias com o intuito de minimizar os efeitos causados pela queda na arrecadação. A onda no atraso de repasses de verba para servidores, uma das consequências da crise, já gerou diversas manifestações, mas agora parece tomar proporções ainda maiores. Isso porque, há pelo menos três meses, funcionários de empresas terceirizadas que fornecem serviços ao estado também estão sem receber salário. 

Em Nova Friburgo, ao menos cinco escolas estaduais já começam a sofrer os resultados desse problema. Nesta última segunda-feira, 15, alguns funcionários responsáveis pelo serviço de limpeza declararam greve em protesto à falta de pagamentos. Segundo eles, além do salário dos últimos três meses, a empresa terceirizada Prol Serviços Especializados Ltda ainda não pagou o valor referente ao 13º salário e férias. 

De acordo com uma funcionária da limpeza de uma instituição estadual de ensino, que preferiu não se identificar, esta não é a primeira vez que atrasos acontecem: “No começo do ano passado também ficamos sem receber salário, mas desta vez está demorando muito mais para o problema ser resolvido. Tentamos falar com a empresa por e-mail e ninguém responde, pelo telefone também não adianta porque ou eles não atendem ou nos passam de setor a setor até desligar. Não conseguimos nenhuma informação sobre nada”, conta ela, que ainda afirma ter medo de aderir à paralisação. “Fiquei sabendo sobre a greve, mas fiquei com medo de aderir porque eles falaram que se a gente faltar vai ser demitido por justa causa. Tenho netos e filhos para ajudar a manter e diversos compromissos como aluguel para pagar, não posso ficar sem emprego”, desabafa.

“Estamos entrando em contato constante com o Grupo Prol e pressionando os envolvidos para tentarmos solucionar esse problema, que tem atingido não só escolas estaduais, mas outros órgãos do governo como a Delegacia Legal do Rio de Janeiro. Até o momento, a informação que recebemos da empresa é a de que ainda não existe previsão para que a dívida seja quitada, já que a verba não foi repassada pelo Estado”, disse o vice-presidente do sindicato que representa a categoria (Siemaco), Guilherme César de Alencar, em entrevista a nossa equipe no início da tarde desta terça-feira, 16.

A Secretaria estadual de Educação não esclareceu quantas escolas estão oficialmente sem os serviços de limpeza e quais providências serão tomadas enquanto a situação não for resolvida, mas  informou em nota que está negociando a regularização das obrigações trabalhistas com a empresa Prol. “Parte do orçamento planejado no ano passado foi contingenciado. A pasta teve que trabalhar com recursos mais limitados, o que gerou a necessidade de realizar um replanejamento financeiro, com o objetivo de garantir os serviços educacionais. A fatura referente ao final de exercício financeiro caiu em restos a pagar e será regularizada de acordo com a disponibilidade orçamentária e calendário a ser elaborado pela Secretaria estadual de Fazenda”, diz o texto. 

A VOZ DA SERRA também entrou em contato com a Secretaria de Fazenda e com o Grupo Prol, mas até o fechamento desta edição não obtivemos resposta. 

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