Um dos mais tradicionais bairros de Nova Friburgo, a Vila Amélia ainda tem problemas decorrentes da tragédia de 2011 e continua vulnerável a enchentes e deslizamentos. Prova disso, é que as recentes chuvas que caíram na cidade alagaram alguns trechos do bairro e trouxeram preocupação para muitos moradores, que estão apreensivos com a chegada do verão. “Nos dias de chuva forte a água invade nossas casas. Semana passada, tive que colocar proteção nas portas. A rua também ficou esburacada novamente”, disse o morador da Avenida Barucke, Armando Francisco.
Há 15 anos residindo no bairro, Armando se queixa das marcas da catástrofe ainda presentes em alguns pontos. “Até hoje não cobriram uma parte da galeria que desabou em 2011“, disse ele referindo-se ao trecho do Córrego do Relógio situado na Rua Vereador Adelino Pereira Valente, paralelo a Cooperativa de Abastecimento, a popular feira da Vila Amélia. Feirantes que trabalham no local também se queixam dos riscos provocados pela galeria a céu aberto. “Queríamos cercar o trecho para dar mais segurança mas não tivemos permissão. Por sorte ninguém caiu neste ponto mas sofremos com o mau cheiro e a proliferação de ratos”, disse o coordenador da Coopfeira, Cláudio Barros.
Instalado há cerca de um ano, o piso em madeira que cobre o restante da galeria, ao longo da Rua Teresópolis, também é criticado pela comunidade. O principal questionamento é se numa eventual próxima enchente, o deck de madeira seria capaz de conter as águas, que destruíram o concreto no verão de 2011. O acabamento é outro item que vem gerando queixas. “Usaram material de baixa qualidade e algumas ripas já estão começando a apodrecer”, disse Cláudio. Quedas têm sido frequentes no trecho, segundo a moradora Vilma Santos. “Essas tábuas não dão segurança para as pessoas, que acabam tropeçando e caindo. Isso acontece todo dia. Não sei porque não cimentaram tudo”, questiona ela.
Patrimônio abandonado
Outrora um ponto de referência do bairro, o casarão que abrigava a sede da 151ª Delegacia de Polícia continua abandonado. O imponente imóvel pertence à Associação Friburguense de Amigos e Pais do Educando (Afape) e encontra-se vazio há quatro anos, desde que as instalações da Delegacia Legal foram inauguradas em setembro de 2011 na Avenida Presidente Costa e Silva, na Vila Nova. Cercado por um tapume para evitar invasões, o casarão se deteriora a olhos vistos. Infiltrações, janelas quebradas e sujeira são apenas alguns dos problemas que tomam conta do histórico prédio, que possui um belo vitral, pisos, escadarias e corrimãos em madeira de lei. Até o momento, nenhum destino foi definido para a construção, apesar dos vários abaixo-assinados que já foram feitos nesse sentido.
A falta de serviços de limpeza e capina das ruas foi outro problema constatado pela equipe de reportagem de A VOZ DA SERRA durante visita realizada esta semana na Vila Amélia. Calçadas esburacadas, carcaças de veículos, lixo amontoado e pavimentação ruim em alguns pontos completam a lista de problemas encontrados no bairro, que concentra instituições de referência como o Sesi, a Fábrica de Filó, o Posto de Saúde Sylvio Henrique Braune e o bloco Globo de Ouro. “A Vila Amélia precisa de mais atenção porque recebe muita gente que vai a feira, ao Sesi, ao posto de saúde e a Filó. O bairro está muito largado e mal cuidado e não se recuperou totalmente dos estragos de 2011“, disse uma moradora antiga que preferiu não se identificar.
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