Talibã: o impasse continua...

segunda-feira, 16 de março de 2015
por Jornal A Voz da Serra
Talibã: o impasse continua...
Talibã: o impasse continua...

Texto: Karine Knust / Fotos: Amanda Tinoco e Lúcio Cesar Pereira

Quem passa pela Rua José Acurcio Benigno, nas Braunes, continua se deparando com um perigo iminente. O prédio — conhecido como Talibã ou Bar do Bida —localizado em frente à Universidade Estácio de Sá cede cada vez mais e até agora o impasse envolvendo sua demolição permanece. Enquanto isso, o risco da edificação cair a qualquer momento tem se tornado cada vez mais evidente. No fim do mês passado, um temporal durante a tarde fez com que mais uma parte do imóvel, que já estava cedendo, desmoronasse. Na ocasião, tanto o prédio quanto a rua foram interditados pela Defesa Civil. 

Um ofício chegou a ser enviado à Justiça solicitando uma autorização para demolição em caráter de urgência. De acordo com o secretário municipal de Defesa Civil, tenente-coronel João Paulo Mori, a juíza não se opôs à intervenção e o pedido foi enviado à Secretaria Municipal de Obras para que a demolição fosse realizada ainda no início da semana passada. Segundo o secretário de Obras, Alexandre Cruz, as máquinas chegaram a ser levadas para o local, mas o trabalho não pôde ser realizado: "Chegamos a levar o maquinário para demolição, mas fomos informados de que os proprietários do imóvel estavam pedindo intervenção na Justiça novamente. Devido a isso, voltamos à estaca zero”. 

"Quando passo por ali, não me sinto seguro. O que restou da estrutura pode vir abaixo a qualquer momento, como aconteceu no último mês. Naquele local o fluxo de veículos e pessoas é grande, o que deixa a passagem ainda mais perigosa. Esse problema precisa ser resolvido”, afirma o estudante do curso de Direito da Unesa, Daniel Marques, 24 anos.

Ainda de acordo com Mori, ontem, 17, um novo ofício foi elaborado pela Defesa Civil e enviado à procuradoria a fim de conseguir uma solução para o problema. "O local é de alto risco, com grande circulação de pessoas, principalmente durante à noite devido à movimentação na universidade, e veículos, o que faz com que o terreno fique ainda mais instável. Colocamos faixas para isolar a área enquanto a situação não é resolvida, mas infelizmente muitos não respeitam a sinalização. Temos consciência de que este caso precisa de solução rápida, mas temos que aguardar a resposta da procuradoria.” 


Entenda o caso

Em 2011, o prédio teve sua estrutura comprometida, vigas de suporte rachadas e as portas de aço estufadas. Segundo informações, a principal suspeita seria a de que uma obra nos fundos do bar, onde está sendo feita a estrutura de um complexo de quatro blocos de apartamentos, tenha ocasionado o problema — agravado pelas fortes chuvas de janeiro. Em 2012, a Defesa Civil divulgou um laudo constatando o comprometimento do imóvel devido à movimentação do solo — o que, para reduzir o risco de vitimar pessoas, motivou a interdição do estabelecimento, sendo proibido, desde então, o acesso ao seu interior ou suas proximidades.  

No início deste ano, o prédio voltou a ceder assustando e colocando ainda mais em risco quem passa pelas imediações. A intervenção para demolição do imóvel não foi realizada ainda porque o caso é alvo de briga judicial entre o proprietário do prédio Talibã e a construtora que está edificando o condomínio residencial.


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