Suspeita de jogar bebê no lixo é presa por não comparecer à Justiça

Criança foi encontrada morta, em 2015, na Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Nova Friburgo
quarta-feira, 26 de abril de 2017
por Jornal A Voz da Serra
151ª Delegacia de Polícia (Foto: Henrique Pinheiro)
151ª Delegacia de Polícia (Foto: Henrique Pinheiro)

A jovem de 26 anos acusada de jogar o bebê que ela concebeu em uma lixeira, em 2015, foi presa preventivamente por policiais civis na tarde de terça-feira, 25, na casa onde mora, na Rua Piauí, no bairro Olaria, porque descumpriu a ordem judicial de comparecer à audiência na à 1ª Vara Criminal de Nova Friburgo. Ela respondia ao processo em liberdade.

A recém-nascida foi encontrada morta em uma sacola, na manhã do dia 17 de junho de 2015, por uma funcionária da Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis, na sede da EBMA (Empresa Brasileira de Meio Ambiente), no Córrego Dantas. A jovem foi detida por policiais militares na noite do mesmo dia, confessou o crime, mas foi liberada porque não houve flagrante.

Na época, a acusada disse em depoimento na 151ª DP que depois de dar a luz ao bebê no banheiro de casa, no dia 16, ela o enrolou em sacos de lixo e colocou a criança ainda com vida em um latão. A jovem contou que estava sozinha e alegou que estava com medo de não ter condições de sustentar a criança porque já tinha dois filhos que moravam com os pais dela, em uma casa com pouco espaço. Ela também disse que o bebê não chorou ao nascer.  

A mulher detalhou que escondeu a gravidez dos pais e do marido, dizendo, na época, que estava com um cisto no ovário. Ela foi identificada por agentes do serviço de inteligência do 11º BPM após receberem denúncias anônimas. Um vídeo gravado no momento da abordagem, que circulou nas redes sociais, na época, mostrava a jovem chorando muito e afirmando estar arrependida de ter colocado o bebê no lixo.

Um laudo feito no corpo da recém-nascida pelo Instituto Médico Legal (IML) encontrou material similar ao lixo onde ela foi encontrada sob as unhas do bebê. Para a polícia, isso indica que a criança estava viva antes de ser colocada no latão. A jovem foi indiciada e pela Polícia Civil e, em julho de 2016, o Ministério Público a denunciou por homicídio triplamente qualificado. A acusada pode ser condenada a 30 anos de prisão.

O defensor público Marcelo Barucke, responsável pela defesa da jovem, disse nesta quarta-feira, 26, que vai impetrar um habeas corpus para retirá-la da cadeia. Ele também informou que vai pedir um laudo psiquiátrico da jovem.

“O exame vai atestar se ela estava em estado puerperal, ou seja, perturbada psicologicamente após o parto e, por causa disso, colocou a criança no lixo. Se isso ficar comprovado, ela vai responder por infanticídio, cuja pena é mais branda (dois a seis anos de detenção), em vez de homicídio”, disse o defensor.

Outro caso

A Polícia Civil continua investigando outro caso muito semelhante que também aconteceu em Olaria, mas em fevereiro deste ano. Um bebê, que teria apenas um dia de vida, foi encontrado morto no dia 15 daquele mês quando um caminhão da Prefeitura de Nova Friburgo descarregava o material coletado na Rua São Roque no aterro sanitário da EBMA. Algumas mulheres suspeitas do crime foram identificadas, mas a polícia aguarda o resultado de exames.

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